Review

WOM Reviews – Oceans Of Slumber / Black Altar / Vulture Lord / Phobophilic / Vittoria Eterna

Oceans Of Slumber – “Starlight And Ash”

2022 – Century Media

Ainda me recordo do impacto que “Banished Heart” teve em mim, um álbum surpreendente com sensibilidades progressivas difíceis de ignorar. Também me recordo que o álbum seguinte, auto-intitulado, não teve tanto impacto em mim e talvez o problema fosse das minhas expectativas. O que fez com que entrasse com as mesmas limpas e pronto a esperar tudo. E isso fez com que pudesse apreciar “Starlight And Ash” de uma forma vantajosa. Isto mesmo sendo muito diferente dos dois trabalhos atrás mencionados. Um trabalho (ainda) mais assente no potencial pop da voz de Cammie Gilbert, com a música a seguir uma orientação mais simples, assumidamente, mas sem perder a profundidade esperada e exigida. A melancolia e os contrastes com algumas (não muito frequentes) explosões de peso fazem com que este álbum seja o mais diferente da banda mas ao mesmo tempo revele, melhor que qualquer um, a verdadeira natureza e identidade da banda. Curiosamente onde a banda exprime melhor isto que refiro é através de uma cover – já no anterior álbum o tinha feito com uma excelente “Wolf Moon” – que neste caso é a eterna “The House Of The Rising Sun”, tema tradicional popularizado pelos The Animals.

9/10
Fernando Ferreira


Black Altar / Vulture Lord – “Death Manifesto”

2022 – Odium

Editado em 2020, “Deus Inversus” juntou Kirkebrann a estes Black Altar. Recordo ser um muito bom Split entre duas bandas bastante consistentes, com um som actual, ainda que com nuances do Passado. Chegamos a 2022 e os Black Altar unem forças a Vulture Lord, banda norueguesa de Black Thrash Metal, em mais uma mostra de qualidade. Ainda que não seja esta a linha de Black Metal com a qual me identifico hoje em dia, vislumbro bastante qualidade em ambas as bandas. Este Split segue a linha que mais me agrada neste formato: ainda sendo bandas cujas sonoridades encaixam no mesmo género, há diferenças bastantes entre elas para que seja uma experiência dinâmica e interessante. Black Altar toca Black Metal mais próximo das raízes do que se fazia nos anos 90, tanto na Noruega como na Polónia, país de origem deste quarteto. Excelente produção, melodia e agressividade q.b. É pena que esta banda não tenha, ainda, dado o salto para o patamar acima! “Sacrilegious Congregation” é um belíssimo exemplo do Black Metal destes senhores: as linhas de guitarra, as vocalizações, a bateria, tudo aqui soa perfeitamente encaixado. Banda que merece mais visibilidade. Vulture Lord, por sua vez, regressa com a sua proposta de Black Thrash Metal agressivo! No rest for the weak! Riffs a milhões, bateria fast as Hell, vocais cuspidos e lacerantes, quais facas! Típico do Thrash, aquele a sério, é a incansável energia, e aqui não falta. Estranhamente há algum… groove que não identifico nesta banda, mas não deixa de ser interessante. Vulture Lord não falha na hora de dar estalo e cuspir na cara daquele ouvinte mais incauto, o que só torna o som mais interessante. Temos aqui aquele aroma tão germânico, que no fundo é como o Thrash deve soar. Tudo o resto é não-Thrash! Querem perceber melhor este Thrash? Pensem Aura Noir ou Old, por exemplo: a ferocidade do Thrash com a negritude do Black Metal. No fim, fica uma colaboração muito bem engendrada.

8/10
Daniel Pinheiro


Phobophilic – “Enveloping Absurdity”

2022 – Prosthetic

Por vezes basta um selo de qualidade, como neste caso da Prosthetic Records, para ficarmos interessados. Isto porque o nome Phobophilic apesar de ser algo que sugere ser clássico da música extrema, é-nos totalmente desconhecido. O que não é estranho visto que se trata do álbum de estreia da banda norte-americana. Death metal bem cavernoso e com as guitarras com aquele toque de gravilha que faz causar arrepios na nuca. É logo coisa para qualquer um ficar entusiamado, certo? Certo, no entanto, passando para além da superficialidade desse primeiro contacto, existem aqui mais elementos a ser valorizados. Falamos obviamente da inspirada guitarra lead que contraria a unidimensionalidade da voz, algo que também os próprios riffs ajudam a fazer. É um álbum que nos remete para o lado mais primitivo da música extrema como também nos mostra de diversas maneiras como o mesmo está longe de ser limitado. E consegue fazê-lo.

8/10
Fernando Ferreira


Vittoria Eterna – “Journey’s Interlude”

2022 – Edição de Autor

Apesar dos oito temas, tenho alguma dificuldade em chamar de “Journey’s Interlude” de um álbum, já que a música não chega a mais de vinte minutos. São pequenas peças que demonstram o amor pelo neoclássico e pela forma como a guitarra eléctrica se encaixa no mesmo, mais a explorar a emoção do que propriamente interessado em debitar quinhentas notas por minuto. O resultado é bastante interessante mas sabe a pouco efectivamente. Esperemos por mais música para podermos ter uma opinião mais formada, mesmo tendo noção do que apresentam aqui é sem dúvida agradável.

6.5/10
Fernando Ferreira


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