WOM Reviews – Papir / Amon Sethis / Moonshine Oversight / Jethro Tull
Papir – “7”
2022 – Stickman
A capa deste trabalho é exempleficativa do som que o trabalho contém. Não se consegue perceber muito bem o que é mas consegue transmitir uma certa calma e uma certa serenidade. Assim é a música, embora seja de mais fácil percepção do que a arte gráfica – algures entre o post rock e o psicadélico, mas com um foco muito mais acentuado na primeira opção. É um álbum apaixonante que defintiivamente traz uma certa paz. Paz que chega a ser hipnótica. As frequências da música deste álbum devem comunicar com o nosso cérebro através de ondas alfa. As tais que emitimos e/ou recebemos quando estamos em estado meditativo. É uma sensação de paz única fornecida por quatro músicas apenas mas que chega para nos fazer acordar para a vida revitalizados. Acredito que tenha os mesmos efeitos benéficos que a meditação, mas com graus de prazer muito superiores.
9/10
Fernando Ferreira
Amon Sethis – “Part 0: The Queen With Golden Hair”
2020/2021 – WormHoleDeath
Para aquelas pessoas que, como eu, quando vêem, lêem ou ouvem uma obra que está interligada com outras, têm que as consumir de seguida, o facto de termos aqui ao terceiro álbum a prequela da saga que a banda já explorou nos seus dois álbuns é perfeito porque assim a vontade de ouvir os outros dois é muito maior. A ajudar temos também a qualidade que convida não só ouvir estes quase oitenta minutos sem intervalos como também a voltar mais. A história foca-se na sétimo dinastia do Egipto e musicalmente temos o uso inteligente de escalas típicas da música do médio-oriente assim como orquestrações cinematográficas fantásticas. Provavelmente este será mesmo o melhor trabalho desta banda, mas a qualidade é mesmo tão elevada que mesmo sabendo isso, fica-se com vontade de ouvir mais.
9/10
Fernando Ferreira
Moonshine Oversight – “The Frame”
2021 – WormHoleDeath
Segundo álbum desta banda francesa de metal progressivo que de certeza que vai ter um primeiro impacto nos fãs do género muito positivo. Este é um álbum onde a componente técnica não está acima de tudo o resto, assim como também as composições complexas não são aquilo que mais impressionam. Temos um álbum conceptual onde as músicas sobrevivem isoladamente mas que a atmosfera é bastante característica de um álbum conceptual. Aliás, trata-se de um álbum conceptual que tem um conceito que é bastante real perante aquilo que vivemos hoje em dia, os malefícios de uma sociedade fria e individualizada onde todos se atropelam uns aos outros apenas para atingir os seus objectivos. Uma boa surpresa.
8/10
Fernando Ferreira
Jethro Tull – “The Zealot Gene”
2022 – InsideOut Music
Jehtro Tull é um dos grandes nomes do rock progressivo, vamos começar pelo óbvio. No entanto, aquilo que os distingue é mesmo o seu som sui generis, para já pelo uso da flauta e depois pela forma como a sua música já englobou diversos estilos (desde o blues até ao folk) e que essa multiplicidade de influências e géneros levou a tivesse uma longa carreira criativa bem admirável. Claro que como muitos dos seus pares que começaram nada década de sessenta e setenta, o pico criativo e de interesse está lá atrás há já muito tempo. Isso não impede que não continuem a fazer boa música actualmente, como uns Deep Purple. “The Zealot Gene” é então um álbum que transporta toda essa clássica que já lhe reconhecemos mas também uma discrição que é própria de quem faz o que faz por amor à música e está-se perfeitamente a borrifar em relação ao resto do mundo. É um daqueles álbuns que podemos facilmente descartar em relação a qualquer um que a banda lançou na década de setenta mas ao qual temos que reconhecer uma classe inegável.
7.5/10
Fernando Ferreira
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