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WOM Reviews – Primal Age / Lorna Shore / Nik / Paradise Now / Freakshow / Moodring / Dona Mag / Eyes

WOM Reviews – Primal Age / Lorna Shore / Nik / Paradise Now / Freakshow / Moodring / Dona Mag / Eyes

Primal Age – “Masked Enemy”

2021 – WTF Records

Há metalcore e há metalcore. Há o metalcore que começou por juntar ao death metal melódico os ritmos e o groove do hardcore e (que depois se foi tornando algo cada vez mais acessível) depois há o hardcore que usa o poder do metal para tornar-se ainda mais forte e ameaçador. E é nessa fatia que enquadro os Primal Age. Este terceiro álbum surge onze anos (11!) após o anterior e apesar da banda  se ter mostrado mais ou menos activa na última década com alguns EPs editados, é bom ver que ainda não desistiu e continua a apresentar música trituradora. Música que vem da alma e que fala à alma – sobretudo em temas como “Masked Enemy” e “Passion Vs Fashion”. Hardcore contagiante e com um poderio metálico de fazer inveja a muita gente. Se isto é metalcore então é o meu tipo favorito de metalcore!

9/10
Fernando Ferreira

Lorna Shore – “… And I Return To Nothingness”

2021 – Century Media

Este EP soa a renascimento. Daqueles admiráveis de se ver. As coisas não estavam famosas para o lado dos Lorna Shore depois do lançamento do último álbum “Immortal” com a saída do antigo vocalista, mas agora passado este tempo todo e com estes três temas verificamos que a banda está mais forte que nunca. Ainda mais grandiosos e majestosos, com temas que não devem em nada ao death e ao black metal melódico e com um vocalista, Will Ramos, a estrear-se da melhor maneira. Apesar da carreira da banda norte-americana ser de qualidade acima da média, verifica-se que o melhor ainda está para vir.

8.5/10
Fernando Ferreira

Nik – “Stasis”

2021 – Edição de Autor

Nik ou Nik Laidlaw Music é o projecto a solo de Nick Laidlaw, guitarrista dos escoceses Seed Of Sorrow. Pessoalmente acho que designação simplesmente por Nik é vencedora e a música que apresenta também vai no mesmo sentido, apesar de parecer ser algo semelhante no que ao estilo diz respeito, a mistura do death metal com o metalcore embora aqui a vertente death metal descai mais para o melódico com um resultado bem satisfatório no final. Não soa demasiado previsível apesar de alguns dos elementos ser bastante comuns mas isso não prejudica. Aliás é essa faceta mais tradicional e previsível que faz com que seja um álbum que dê tanto gozo ouvir. Podemos queixar-nos do som não soar muito orgânico, principalmente o da bateria mas creio que esses são mesmo alguns detalhes.

8/10
Fernando Ferreira

Paradise Now – “We Never Die”

2021 – Tooth & Nail

Este disco irrita-me. Irrita-me por soar a tudo aquilo que já estou farto de ouvir, irrita-me por ser uma fórmula explorada até à exaustão mas irrita-me sobretudo por não o conseguir parar de ouvir. As melodias são previsíveis, como qualquer coisa pop. O tom alternativo moderno que se funde com o metalcore mais acessível é familiar e até as melodias. Tudo é familiar. Então porque é que não consigo parar de ouvir? Porque é que há um comodismo que se instala, um vício inesperado e indesejado até? Não sei mas vou ter que dizer que os Paradise Now sabem muito bem o que andam por aqui a fazer. Soa pop? Sim, bastante mas é tão bom, tão viciante que é impossível não deixar de ouvir. É tudo aquilo que se detesta e que se detesta mais por se gostar tanto. Acredito que nem todos possam ter esta sensação e se não tiverem é porque provavelmente já estão viciados.

8/10
Fernando Ferreira

Freakshow – “Freakshow”

2021 – Too Loud

A nostalgia é tramada. Tanto nos traz coisas que se tinha saudades como aquelas que não se tinha saudades nenhumas. Obviamente que é tudo consoante os gostos pessoais de cada pessoa e como tal, nos meus gostos, o nu-metal não é um estilo que esteja bem cotado. Ainda assim dá para perceber que os Freakshow vestem bem essa pele assim como a dotam de um peso adicional derivado do Metalcore. Apesar de musicalmente não ser especialmente apelativos no geral – principalmente para quem já levou com muita coisa parecida em cima – no particular os Freakshow marcam pontos pela variedade e talento. E sei que para quem gosta deste período específico da música que tem aqui muita matéria para ficarem nas suas sete quintas. Veremos a sua evolução, se continuam neste registo de estreia ou se vão encontrar caminhos evolutivos para além disto. Tendo isto em conta, é um álbum que se aprecia o valor mas que deixa a necessidade de apresentarem algo mais de seguida.

7/10
Fernando Ferreira

Moodring – “Showmetherealyou”

2021 – UNFD

Inevitavelmente, o primeiro nome que me surgiu na cabeça assim que comecei a ouvir este EP foi Deftones. E de seguida a questão “então, mas agora os Deftones andam-lhe a dar no metalcore melódico?” Ou algo parecido com isso. Na verdade está para aqui uma conjugação de géneros que até traz bastante peso mas também apela à melodia mais sensível – lá está, Deftones. Diz o vocalista que o som da banda é difícil de definir, o que concordo mil porcento, e que poderá trazer diversas nuances e estados de espírito num só tema. E de certa forma é verdade, embora seja mesmo difícil apagar aquela primeira impressão. Resultado final é positivo, fica a curiosidade para ver o que têm mais a oferecer.

7/10 
Fernando Ferreira

Dona Mag – “The Last Day”

2021 – Edição de Autor

EP curtinho dos brasileiros Dona Mag que são uma boa introdução ao som da banda e também um ponto de situação para a mesma que deverão ter em consideração. Produção crua e um som que anda algures entre o rock musculado e o alternativo. As músicas em si têm potencial mas nota-se ainda um caminho a percorrer principalmente no que diz respeito à voz que está esforçada mas falta-lhe garra para conseguir agarrar a atenção. Sendo que aqui desempenha um dos papéis de maior destaque, este é um ponto a ter em atenção.

5/10
Fernando Ferreira

Eyes – “Reperformer”

2021 – Indisciplinarian

Quem me conhece sabe que há algo que desgosto particular e profundamente: álbuns ou experimentações de remisturas. Os Eyes, para comemorar o primeiro aniversário do álbum de estreia trazem agora este EP com quatro remisturas que… pronto, apesar de serem interessantes e válidas abordagens, não parece uma celebração tanto quanto parece um castigo. Porque não fazer a celebração à antiga e simplesmente fazer um bolo?

2/10
Fernando Ferreira

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