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WOM Reviews – Rageful / Perdition Temple / Malfested / Nightrage / Belphegor / Luna In Sanguinem / Stargazer / Macabre

WOM Reviews – Rageful / Perdition Temple / Malfested / Nightrage / Belphegor / Luna In Sanguinem / Stargazer / Macabre

Rageful – “Ineptitude”

2020 – Edição de Autor

Esta é uma excelente estreia. Posso começar já pelo fim que não me importo nada. O death metal é um dos estilos mais clássicos da música extrema, mas é bom ver que temos bandas apostadas em mostrar algo de novo. Uma aposta ganha, com o groove e com a técnica a andarem de mãos dadas. A impressão dada num dos tema de avanço “Feed The Pigs” (cujo videoclip analisámos) foi excelente e não é um caso isolado neste trabalho. Doses de técnica apurada – que ainda foram incrementadas pelas participações de Samuel Trindade (dos Bleeding Display), Alexandre Ribeiro (Grog) e Paulo André Soares (que tocou com a banda ao vivo anos atrás). Já que estamos a referir participações também teremos que mencionar Sérgio Afonso (também dos Bleeding Display) que cantou na “Unsocial Networks”. Infelizmente não pudemos comprovar este poder ao vivo – é o mal dos álbuns lançados em 2020, mas sem dúvida que está na nossa bucket list porque este poder em cima dos palcos assume-se como deliciosamente destrutivo.

9/10
Fernando Ferreira

Perdition Temple – “Sacraments Of Descension”

2020 – Hells Headbangers

Brutalidade. A boa e velha brutalidade blasfema. Os norte-americanos Perdition Temple continuam com o seu ritmo de lançar álbuns de cinco em cinco anos e continuam com o bom hábito de lançar bojardonas de todo o tamanho. É impressionante a velocidade destes temas, de como conseguem passar esta sensação de andar a mais de um milhão de quilómetros por hora e ainda assim serem dinâmicos – porque essa sensação não passa disso mesmo, já que existe por aqui muita variedade, mas do que aquela esperada até. Podemos dizer que esta é uma proposta à antiga mas que soa fresca como se estivessem a derrubar as barreiras que já foram derrubados há bastante tempo.

9/10
Fernando Ferreira

Malfested – “Shallow Graves”

2020 – Edição de Autor

O EP de estreia por parte dos belgas “Shallow Graves” é um festim de death metal. Produção moderna, groove com os riffs a serem tão acutilantes como melódicos. De uma forma bastante macabra. São seis temas que passam demasiado rápido mas que são absolutamente eficazes naquilo que nos trazem. Death metal dinâmico e longe de ser aborrecido, que deixa água na boca e que nos puxa a ouvir mais.

8/10
Fernando Ferreira

Nightrage – “Demo 2000”

2020 – Despotz Records

Para celebrar o vigésimo aniversário da banda, os Nightrage decidiram editar o seu álbum demo, gravado originalmente em 2000. Gravado por Marios Iliopoulos e por Gus G com a ajuda de uma drum machine, está aqui o encanto embrionário de uma das mais interessantes bandas death metal melódico do novo milénio – numa altura em que o género estava em desuso. Um prémio para os fãs mais antigos e apesar de não serem músicas novas, são versões nunca lançadas e cruas de temas embrionários dos Nightrage. Obrigatório para os fãs.

7.5/10
Fernando Ferreira

Belphegor – “Terrordaemon Terrorsathan”

2020 – Nuclear Blast

Reedição do terceiro álbum dos Belphegor, que completa este ano a simpática idade de duas décadas. É sempre impressionante – e cada vez mais comum – termos bandas e álbuns a atingirem estes marcos importantes. Este álbum em particular não é representativo da sonoridade que a banda tem hoje mas é bem representativo de como era o seu som nos primeiros anos (pelo menos na primeira década) onde a brutalidade do death metal se juntava à aura do black, nomeadamente em como alguns riffs em tremolo picking à velocidade da luz e alguns teclados muito subtis fazem essa associação imediata. A cacofonia, ou algo bastante próximo disso, é uma constante, como se fosse um desastre prestes a acontecer mas que nunca chega realmente a vias de facto. É um álbum que fez história e também representativo de uma época muito específica da música extrema. Esta reedição remasterizada é uma oportunidade para os fãs mas também para os curiosos.

7/10
Fernando Ferreira

Luna In Sanguinem – “Global Bloodbath”

2020 – Edição de Autor

Caso tenham curiosidade em relação ao que soaria um Tom Angelripper a querer tocar numa banda de death metal, Os Luna In Sanguinem podem ser uma banda norte-americana de death metal que está agora a lançar o seu primeiro EP mas têm a correr no seu ADN aquele feeling primordial que havia aos pontapés no final da década de oitenta. A sonoridade e a produção é forte e cheia de graves (tal como eu gosto) que he dá um toque moderno mas a música em si é bastante  old school. É uma mistura de mundos interessantes e até ambiciosa – aquela “Killed By The Dead Hand” com os seus oito minutos consegue surpreender pela forma como prende. Bons riffs, boa vibe, é um início interessante para uma banda que me deixou curioso em relação ao que vai fazer de seguida.

7/10 
Fernando Ferreira

Stargazer – “Gloat / Borne”

2020 – Nuclear War Now! Productions

Compilação que reúne os dois primeiros lançamentos dos australianos Stargazer, onde temos a demo “Gloat” a iniciar as hostilidades. Sonoridade bem podre – não esquecer que estavamos em 1996 – mas que ainda consegue trazer muitos bons elementos, relevantes para quem aprecia o trabalho da banda. Já “Borne” apresenta a banda com uma sonoridade melhor (foi lançado dois anos depois da demo) mas ainda traz um som bem podre. É algo que interesserá aos fãs mais acérrimos da banda, já todos os outros poderão não se sentir atraídos por estas raízes mais… rústicas.

6/10
Fernando Ferreira

Macabre – “Carnival Of Killers”

2020 – Nuclear Blast

Devo confessar que sempre tive uma forte incapacidade de comprender por completo o som dos Macabre. A sua forma de grindcore sempre foi peculiar, foi uma das razões aliás pela qual se destacaram. Aquela voz alucinada é coisa para marcar definitivamente. O gore, o fascínio pelos serial killers e o humor não são novidades neste tipo de som mas sempre conseguiram apresentá-lo de forma única. Apesar da actividade ser algo esporádica, cada lançamento de álbum encontramos uma expectativa renovada para “vamos lá ver o que é que estes se lembraram de fazer agora”. “Carnival Of Killers” começa logo por evidenciar uma coisa: apesar dos nove anos que separam este do anterior trabalho, há claramente uma fórmula estabelecida que é seguida – até podemos dizer que essa fórmula vem de muito antes – que é a de ter melodias de músicas de crianças pelo meio, algo que assumia contornos bizarros quando se tinham guturais (ou aquela voz vinda dos infernos) mas agora essas melodias são acompanhadas por voz limpa, o que torna isto um bocado de se levar a sério. A produção está impressionante, com uma sonoridade cristalina, mas depois musicalmente é como uma anedota que é contada demasiadas vezes. É dificil, muito difícil de colocarmos este trabalho no mesmo patamar de um “Gloom” ou “Sinister Slaughter”, por muito que estes álbuns sejam atípicos do género. Os Macabre tornaram-se, tal como a própria capa indica, numa caricatura do seu próprio conceito, algo que não se se conseguem livrar. Ou se calhar nem sequer querem. Por outro lado, poderá ser uma forma de introduzir pessoas a algo mais extremo emboras hipóteses de isso acontecer com sucesso também sejam mínimas. Mas nem tudo é mau, há por aqui temas realmente inspirados como “The Lake Of Fire”.

5/10
Fernando Ferreira

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