WOM Reviews – Raphael Weinroth-Browne / Kate Vargas / Moonworshipper / The Waltz
WOM Reviews – Raphael Weinroth-Browne / Kate Vargas / Moonworshipper / The Waltz
Raphael Weinroth-Browne – “Worlds Within Live”
2021 – Edição de Autor
Beleza indescritível. E poderia apenas deixar isto assim e irmos todos à nossa vida. Enquanto nos rouba as palavras “Worlds Within Live” também obriga a que tentemos arranjar algumas, por muito inútil que seja. E realmente é. Trata-se de um álbum ao vivo que surge depois do músico, Raphael Weinroth-Browne claro está, não ter tido oportunidade de apresentar o álbum pelo motivo que todos sabemos. A única hipótese foi a de fazer aquilo que muitos fizeram, através de um evento ao vivo. E tal resultou de uma forma fantástica e única que nos deixa completamente esmagados desde o primeiro momento. Uma beleza que vai para além dos estilos musicais ou de sequer quzlquer tipo de análise. Tudo o que resta são emoções, cruas e puras. Também não é preciso mais nada.
9/10
Fernando Ferreira
Kate Vargas – “For The Wolfish & Wandering”
2021 -Bad Reputation
Grande boa onda que por aqui vai. Kate Vargas tem um estilo fantástico que nos entrar num universo muito próprio e até algo cinematográfico. Como se estivessemos ali algures no sul dos Estados Unidos, pela zona do Mississipi ou Nova Orleães. É a voz de Kate que nos guia, de mão dada, mas palavra também terá de ser referida para o instrumental, principalmente nos constantes gemidos da guitarra que vão ecoando em cada um dos temas. Uma banda completa que mantém viva a tradição da música norte-americana, juntando-lhe aquela rebeldia que tanto encontramos no blues como no rock’n’roll, mais que não seja o seu espírito. Fantástico e único, como na música já nos habituámos a não ouvir.
9/10
Fernando Ferreira
Moonworshipper – “13 Fullmoon Nights Of Doubt”
2021 – Hypnotic Dirge
Tudo menos black metal certo? Nada que nos apontasse nesta direcção. E na música também não podemos dizer que tenhamos black metal puro e duro mas há algumas piscadelas de olho a ele, principalmente à vertente depressiva. Algures entre o shoegaze (mas sem ser previsível como muito do que compõe o pós-black metal) e o black metal mais atmosférico e contemplativo, o que fica no meio é um EP que mesmo correndo um grande risco – afinal estamos a falar de um único tema com mais de vinte minutos (tal como o anterior EP “13 Fullmoon Nights of Loneliness” – consegue recolher resultados bem satisfatórios. Gosto particularmente da toada indie da voz de Raphaëlle Sauer que julgo ser o ponto mais brilhante deste trabalho. Peculiar e estranho mas muito bom.
8.5/10
Fernando Ferreira
The Waltz – “Looking-Glass Self”
2022 – Labelman
Estreia dos The Waltz, uma banda que bebe bastante da fonte alternativa do rock. Alternativa e rock noise, com alguns assomos mais experimentais que até se engolem muito bem. “Looking-Glass Self” tem alguns momentos muito bem conseguidos e outros que até são bem dispensáveis – como a estranha e irritantemente hipnótica “Schadenfreude”. Vai passar (e de forma justa) no radar dos apreciadores do rock mais experimental. Aos outros provavelmente passará ao lado mas este também não é um produto que procura aclamação universal. Fica a indicação de potencial em bruto para o futuro próximo.
7/10
Fernando Ferreira