WOM Reviews – Sarke / Riverwood / Frozen Shield / Soulline
Sarke – “Allsighr”
2021 – Soulseller
Desde o início que os Sarke são uma banda diferente. Diferente daquilo que já existia, diferente das expectativas por ser um projecto de nomes como Nocturno Culto (Darkthrone) e o próprio Sarke (multi-instrumentista que também pontua em bandas como Tulus e Khold). O black metal faz parte da sua essência – até porque a forma de “cantar” de Nocturno Culto é igual ao que faz em Darkthrone – mas há toda uma aura que é refrescante e que aqui, em “Allsighr”, o seu sétimo álbum, que se sente como um passo dado em frente. Uma atmosfera palpável e tenebrosa sem que por isso resulte em música mais violenta ou pesada. Temos peso obviamente, apenas não é esse o objectivo primordial e agora, tal como já tinha sido feito de uns álbuns para cá, temos influências que vão desde o progressivo até ao pós-punk sem que seja algo necessariamente perceptível ou de forma marcante que os cole definitivamente a cada um destes géneros ou a qualquer um. Um álbum que ousa mas é recompensado pela sua ousadia. E quem ganha é o ouvinte.
9/10
Fernando Ferreira
Riverwood – “Shadows And Flames”
2022 – On Fire
Segundo álbum dos egípcios Riverwood que é uma bela saga de metal progressivo ao qual se junta aquele sabor folk do Médio Oriente ao qual somos sempre à partida grande fãs. Devo confessar que inicialmente, o ritmo algo quebrado – principalmente no primeiro disco (sim, porque estamos perante um álbum duplo) mas é algo que depressa se esquece conforme temos épicos inesquecíveis como “Blood And Wine” e “Sands Of Time”. Inevitavelmente teremos que falar nos Orphaned Land porque o nome surge-nos em mente quando ouvimos alguns destes temas, principalmente no uso da voz gutural (portanto Orphaned Land mais antigo) que não está sempre presente mas tem impacto quando aparece. Um álbum que vai ficando melhor a cada audição que se dedica e que é uma das grandes surpresas no campo do metal progressivo/folk e até sinfónico.
8.5/10
Fernando Ferreira
Frozen Shield – “Ínia”
2021 – On Fire
Álbum de estreia para esta banda espanhola que apresenta um som e produção forte para além de apresentar um bom conjunto de temas. Beneficiadas por bons arranjos orquestrais e melodias inteligentes, o resultado é serem memorá veis conseguindo um leque bastante abrangente de emoções. O único senão é o facto de termos mais de uma hora de música que poderia ter sido encurtada em função de uma maior eficácia. Apesar disso é um álbum ao qual se volta com facilidade no futuro sem qualquer problema. Recomendado para todos os que gostam de metal tanto extremo como melódico, principalmente para quem aprecia aquele feeling mais folk.
8/10
Fernando Ferreira
Soulline – “Screaming Eyes”
2022 – Massacre
Soulline é uma banda que se consegue enquadrar dentro do rótulo do death metal melódico, mas que não consegue ser definida totalmente pelo mesmo. Isto é o que se verifica com “Screaming Eyes”, o seu álbum mais recente onde há um cruzamento entre elementos melodiosos e elementos mais próximos do groove principalmente no que diz respeito à voz fechada e grave. De acordo com os próprios artistas, o álbum segue uma narrativa dentro do tema da autodescoberta e da redenção individual de um “herói” que no final de contas acaba por ser um espelho de todo o humano com as suas imperfeições e a sua capacidade de mudança. Já em termos musicais, adequa-se totalmente o tom geral do álbum à sua mensagem/história. Um ambiente mais triste que feliz com uns quebras para faixas mais fortes e agressivas que relembram sempre qual é o género principal do álbum. Um bom trabalho governado por temas e melodias mais melancólicos e introspetivos, deixando sempre espaço de manobra suficiente para os restantes tons mais violentos.
7.5/10
Matias Melim
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