Review

WOM Reviews – Seventh Storm / Alestorm / Mors Principium Est / Vesssna

Seventh Storm – “Maledictus”

2022 – Atomic Fire

Primeiro ponto positivo deste trabalho. É ambicioso mas não é vítima da sua ambição. É rico o suficiente para que não nos dê certezas em relação a que rótulo poderá pertencer, apenas certeza acerca da sua qualidade que se assume logo como elevada. E quando dizemos logo, dizemos quando vamos conhecendo os singles e depois quando mergulhamos no trabalho como um todo. Uma riqueza emocional que se prolonga para a estética sonora assim como também na composição dos temas em si, de uma forma geral e à prestação individual. Não há praticamente pontos fracos nem o facto de ser um disco com uma duração fora do normal (setenta e três minutos onde temos que ter em consideração quatro versões para o tema saudade, em inglês e em portugês e depois em acústico nas duas línguas). Um trabalho de estreia que mostra que os Seventh Storm entram pela porta grande por mérito próprio e com um trabalho memorável.

9/10
Fernando Ferreira


Alestorm – “Seventh Rum of a Seventh Rum”

2022 – Napalm

Dois anos após o lançamento do seu último álbum de estúdio, eis que regressam Alestorm com a sua marca única de metal. Contrariamente a “Curse of the Crystal Coconut”, onde se notou um reforçar da veia gozona da banda, ”Seventh Rum of a Seventh Rum” vê a banda revisitar parte do tom folk que a definiu, sem, claro está, abandonar o sarcasmo pirata que se tornou característico de Alestorm. Apesar deste álbum não se virar tanto para a música festiva (mas continua a fazê-lo), é nele que é capaz de estar aquela que é a música mais acessível de Alestorm neste campo: “P.A.R.T.Y.”, uma faixa particularmente infecciosa. De resto, o álbum é composto por música de tom épico  que vai da inspiração histórica (“hinos” tanto a Magalhães e ao Barba-Negra) à de ficção científica, passando tabém pelas belas dedicatórias húngaras e brasileiras e ainda acrescentando aquilo que é mais importante: a conclusão da saga Wooden Leg, iniciada em 2017. No seu todo, é um bom álbum que supera o anterior ( que foi um álbum de pouca duração para mim apesar de tê-lo gabado no momento de saída) e refrescante por aligeirar no tom sarcástico da banda e por equilibrar a festa com o épico. Outro ponto positivo é que finalmente se ouve a verdadeira capacidade de Máté Bodor na guitarra que até o lançamento deste álbum pouco se tinha ouvido, e diga-se que satisfaz mais que suficientemente. Contudo, e como fanboy desta banda que sou, também acredito que não é um álbum que vá muito além daquilo que se espera de Alestorm (algo que já senti no anterior álbum). Sim, para mim todas as faixas são no mínimo um 7, mas também nenhuma ultrapassa o 8, porque não há nada assim de marcante. Faixas como “P.A.R.T.Y.”, “Under Black Banners” e “Magyarország” (não exclusivamente) são definitivamente boas e mantêm acesa a chama de Alestorm nas suas características mais libertas, mas fica a sensação que apenas mantém-na acesa até o próximo lançamento da banda, ou seja, não será algo que seja um marco para a banda. Ou isso, ou estou a ficar velho e já não dou tanto para festas piratas.

8/10
Matias Melim


Mors Principium Est – “Liberate The Unborn Inhumanity”

2022 – AFM

Apesar das duas décadas de carreira, os finlandeses nunca foram um nome grande do death metal melódico. A carreira ilustre em termos criativos até faz com que isso seja uma ligeira injustiça. No entanto a banda nunca parou de lançar bons álbuns cá para fora e a expectativa para este “Liberate The Unborn Inhumanity” era grande perante todo o drama por trás da saída de Andy Gillion da banda e o litígio com o vocalista, e único membro fundador presente na formação, Ville Viljanen, fez com que as expectativas fossem grandes. Lamento dizer mas não é aqui que as vão ver desafiadas. Isto porque este não é o oitavo álbum de originais, já que se trata de uma regravação dos primeiros álbuns lançados, aos quais o título faz uma alusão. Produção morderna faz com que o poder dos temas se salientem ainda mais e sem dúvida que nos faz ficar com mais água na boca em relação a mais originais – ainda que se possa ficar de pé atrás em relação à forma como Gillion foi tratado. Esperar para ver, mas amostra é boa.

7.5/10
Fernando Ferreira


Vesssna – “Beasts And Monsters”

2022 – Edição de Autor

Regresso dos Vesssna, banda russa que se move nos meandros do rock/metal mais gótico e sinfónico. E coloquei ambos o rock e o metal porque não há uma supremacia de nenhum dos géneros. Aliás, o que temos é a supremacia dos dois na forma como ambos se interlaçam quer no peso mais ligeiro, quer na forma como a estrutura do lado mais sinfónico se evidencia. A voz de Marianna encanta-nos mas a música e a abordagem acaba por se tornar algo aborrecida no contexto de um álbum onde existe muito pouca dinâmica. Ainda assim, talento e qualidade suficiente para agradar aos fãs menos exigentes.

6.5/10
Fernando Ferreira


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