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WOM Reviews – Shodan / Audn / Hiidenhauta / Foreign / Misanthropia / Arduinna’s Dawn / Jaded Star / Existenz Dizaster

WOM Reviews – Shodan / Audn / Hiidenhauta / Foreign / Misanthropia / Arduinna’s Dawn / Jaded Star / Existenz Dizaster

Shodan – “Death, Rule Over Us”

2020 – Deformeathing Productions

Com um género autointitulado de modern death metal, os Shodan são uma banda polaca que estreou o seu primeiro álbum em 2016. 4 anos passaram desde então e agora somos abençoados com o seu seguimento: “Death, Rule Over Us”. E que lançamento demoníaco que este é. Composto por sete faixas, este álbum arranca já no seu total esplendor com a faixa Breslau que além de uma qualidade generalizada que já apresenta, permite momentos de glória individualizados tanto a nível da bateria e do baixo (que numa passagem de 2-3 segundos, explode esta faixa para lá de qualquer expetativas). Posteriormente, o álbum mantém-se num nível constante de excelência com músicas bastantes incentivantes, intensas e particularmente diversificadas (shoutout para Doomsday Melody que começa em death, avança para ambiente ligeiro e calmo e acaba numa mistura de peso metálico com um ritmo mais transversal em géneros musicais). Resumidamente, este álbum brilha por ser energético e bastante dinâmico; apesar do titulo autoimposto de death metal moderno, a verdade é que os Shodan são difíceis de situar dentro de um estilo de death só, porque numa faixa podem estar em padrões mais leves como na faixa seguinte podem estar a roçar numa vertente mais extrema (como é o caso de algumas partes de Primordial Incest). Mais importante ainda é o facto de se notar uma atenção bastante alargada a todos os elementos da sua música, seja num aspeto combinado, seja em aspetos isolados. É um must deste ano.

10/10
Matias Melim

Audn – “Vökudraumsins Fangi”

2020 – Season Of Mist

A capa é bela, algo que os Audn já nos habituaram. A música também seria algo que tinhamos grandes expectativas que igualasse o impacto. Não só igualou como superou. O black metal épico, melódico e atmosférico mas sem cair em exageros que possam desvirtuar a sua identidade base que é metálica. O ambiente criado é mesmo único, ajudado também por uma excelente produção – talvez a querer redimir-se de erros passados – que eleva todo o jogo a um nível de excelência. É isto que se sente, que a banda está ao seu melhor nível, em todos os níveis. Uma sensação de que não está longe da verdade.

9/10
Fernando Ferreira

Hiidenhauta – “Riivin”

2020 – Inverse Records

Os Hiidenhauta são uma banda finlandesa de black metal com um forte puxão para o lado melódico, que este ano apresentaram o seu terceiro álbum com o título Riivin. A peça é constituída por nove faixas de uma mistura bastante saudável da atmosfera opressiva do black metal explícita na maioria do som da banda e da sonoridade calma das vocalizações limpas e melódicas introduzido por Emma Keskimäki. Desde partida, percebe-se que o álbum é uma “guerra pacífica” de opostos entre as duas voes (curiosamente, com o mesmo apelido, apesar de desconhecer a sua relação) e o resto da banda segue consoante a melhor combinação. Com poucas exceções, as faixas tendem a exibir um pendor para o agressivo ou para o triste o que ajuda a criar uma imagem muito específica do que é o álbum, mesmo sem decifrar o finlandês. Num todo, é claramente uma experiência assente no black metal que ao se alastrar para o campo melódico consegue vencer no que diz respeito à qualidade e originalidade, proporcionado uma experiência bastante interessante.

8.5/10
Matias Melim

Foreign – “The Symphony Of The Wandering Jew Part II”

2020 – Pride & Joy Music

Segunda parte da opera rock/metal por parte deste projecto liderado Ivan Jacquin, compositor vocalista e multi-instrumentista dos Psychanoïa, Amonya, Magnesis, bandas que confesso não conhecer. Jacquin rodeia-se com nomes sonantes como Mike Lepond (dos Symphony X entre muitos outros) no baixo, Leo Margarit (dos Pain Of Salvation) na bateria e ainda os vocalistas Zak Stevens (Circle II Circle e ex-Savatage), Andy Kuntz (dos Vanden Plas), Tom Englund (dos Evergrey) e Amanda Lehmann (da banda de Steve Hackett) que também dá a perninha nas guitarras. Com a orientação a ir para o lado mais sinfónico, este é um trabalho apesar de nos trazer alguns lugares comuns expectáveis mas que não deixa de ser de qualidade elevada. Depois desta segunda parte, fico com vontade de ouvir a primeira desta saga que conta a história de um homem amaldiçoado por Cristo por se ter recusado a dar-lhe a caminho do Monte Calvário. Uma viagem pela história refletida de forma exemplar pela música, seja no folk, seja no heavy/power metal, mas sempre com o lado sinfónico em lado.

8/10
Fernando Ferreira

Misanthropia – “Convoy Of Sickness”

2020 – Massacre Records

O tempo dá voltas, dá muitas voltas. O black metal melódico que era sinónimo de desinteresse editorial encontra aos poucos, aqui e ali, espaço para ser apostado novamente. A Holanda, um país que já nos trouxe uns Carach Angren, é também o lar dos Misanthropia que são mais discretos quer na regularidade de edições, quer no efeito bombástico que as mesmas têm. Ainda assim conseguem ser minimamente originais, já que em vez de falar de espíritos ou demónios, focam a atenção na máfia. Exacto, máfia, padrinho, Mário Puzo e Marlon Brando e todas essas coisas. Um conceito estranho para o género, mas não deixa de ser original. Os temas em si estão bem conseguidos com alguns momentos memoráveis, ainda que algo próximos dos lugares comuns já esperados. Nesta luta, o salto é positivo, pelo que este é um mergulho no trabalho dos Misanthropia que nos parecem ser tudo bons rapazes.

7/10
Fernando Ferreira

Arduinna’s Dawn – “Saturnine Moon”

2020 – Edição de Autor

Primeiro Ep dos Arduinna’s Dawn, uma banda luxamburguesa que toca metal sinfónico e operático com aquele toque gótico já expectável. Está tudo bem feito, com uma produção sólida sem ser deslumbrante. Nomes como After Forever e Within Temptation de uns (muitos!) anos atrás surgem facilmente, e este é um tipo de som que até já nem é muito comum encontrar hoje em dia, o que faz com que o seu interesse e impacto poderá ser superior, ainda que se sinta de que há um sentimento de déjá vú a surgir de vez em quando. Quatro bons temas mas fica a vontade de sermos surpreendidos no futuro. Destaque para a “Frozen”.

7/10 
João Pedro Freitas

Jaded Star – “Realign”

2020 – Noble Demon

“Realign” é o segundo álbum dos gregos Jaded Star que surgem ambiciosos. A voz de Maxi Nil (que já passou por bandas como On Thorns I Lay e Visions Of Atlantis – chegando também a cantar com os Moonspell ao vivo) continua a ser um dos grandes destaques – um timbre poderodo e melódico, perfeito para a sonoridade que anda entre o hard’n’heavy e o alternativo. O tom moderno da sua sonoridade deixa bem claro que há uma clara intenção de tentar furar por entre aquilo que (supostamente) o público procura, sendo essa indefinição sempre algo complicado de discernir. Há muitos ganchos melódicos, uma produção cheia e forte, com o espaço central reservado para a voz e presença de Maxi.

7/10
Fernando Ferreira

Existenz Dizaster – “Dekadenz”

2017 – Vacula Productions

Black metal lo fi é isto. É ter intros e interlúdios com uma qualidade sonora boa mas que ascende ao impressionante e fantástico quando surge a música “a sério”. É o que acontece aqui. Os dois primeiros temas de “Dekadenz” conseguem criar um ambiente etéreo muito agradável mas assim que as guitarras distorcidas aparecem, parece que estava de volta às experiências feitas com um gravador a registar tentativas de composições colado ao amplificador. E daí não sei se não teria melhor som. No entanto, tendo em conta que esses momentos são raros, são eles os interlúdios, breves apontametos num álbum que se assume mais como ambient do que black metal.

5/10
Fernando Ferreira

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