WOM Reviews – Sleepyard / Terrörhammer / Chaos Over Cosmos / Aura
Sleepyard – “Head Values”
2022 – Apollon
Ao sexto álbum, os Sleepyard já não são uma surpresa nenhuma para ninguém. Uma das grandes propostas musicais vindas da Noruega e que cria umas paisagens sonoras de belo impacto. “Head Values” é como que um álbum guia de como fazer ambient, seja pelas diferentes abordagens que se pode ter assim como o diferente impacto que pode ter. Seja em momentos de puro chill out, seja nos momentos onde o piano nos hipnotiza, seja até quando temos solos de guitarra, tudo isto serve para enriquecer este que é um dos grandes álbuns de 2022, e que muitas viagens promoveu e vai continuar a promover para a toda a eternidade, ainda que não seja provavelmente um trabalho que vá ficar sobejamente conhecido. Resta a consolação que naqueles que forem contagiados, o fiquem para toda a vida.
9/10
Fernando Ferreira
Terrörhammer – “Gateways To Hades”
2022 – Osmose Productions
É bom ver como a Osmose, embora longe dos tempos revolucionários de apresentar ao mundo álbuns de bandas como Immortal e Impaled Nazarene, esteja a ter um renascimento no apresentar propostas bastante interessantes nos domínios da música extrema. Neste caso concreto temos o segundo álbum dos sérvios Terrörhammer que trazem um black/thrash/speed metal bem interessante. Som orgânico, semi-podre mas altamente inspirado, a trazer aquele imaginário que certamente todos já pensaram mas nem se recordam por ficar recalcado no inconsciente. Falamos obviamente daquilo que seria termos uns Iron Maiden a tocar covers de Motörhead caso tivessem aparecido na Alemanha depois dos Sodom. Simples mas bem feito, e longe de ser original mas bem inspirado para quem gosta e quer ver o seu heavy metal puro – sempre uma contradição mas é esse sentimento que pretendo retratar aqui. Que bom metal se faz pela Sérvia.
8.5/10
Fernando Ferreira
Chaos Over Cosmos – “A Dream If Ever There Was One”
2022 – Edição de Autor
Regresso deste projecto composto por dois músicos que (ainda) não se conheceram pessoalmente mas que não deixam que isso seja impedimento para fazerem grande música. Tem sido assinalável a apreciação tanto da sua música assim como da composição. Regressam com mais um álbum este, “A Dream If Ever There Was One”, onde se vê alguma evolução, sim, embora tenhamos aqui alguns problemas como aqueles que apontámos ao anterior álbum, “The Silver Lining Between The Stars”, nomeadamente da sonoridade da guitarra demasiada artificial. De qualquer forma, e concluindo já que “não é defeito, é feitio” é mais fácil absorver estes temas que vão beber muito às tendências mais modernas do metal e sempre com aquele brilho progressivo que se nota bastante nos leads e constantes solos, com malabarismos que podem magoar a dinâmica – já que são constantes e muito parecidos entre si – mas que não deixam de soar bem. E graças isso conseguem soar e ter um impacto superior do que anteriormente.
8/10
Fernando Ferreira
Aura – “Underwater”
2022 – My Kingdom Music
Quarto álbum dos Aura que não só o primeiro disco em sete anos como também marca o seu regresso à My Kingdom Music. Se falarmos em metal progressivo, uma série de características (ou preconceitos) surgem à cabeça, mas o que é interessante e até desafiante em “Underwater” é verificar que essas mesmas características não estão presentes. Aliás, até se calhar seria mais certo colocá-los no campo do rock progressivo do que do metal, conservando ainda assim características para os fazer sobressair. Capacidades melódicas únicas e um dom para fazer temas que não precisam de evidenciar as habilidades técnicas dos executantes – que de certeza que estão lá. Uma sobriedade na composição que faz com que se tenham temas sólidos. E para terminar, uma versão muito bem conseguida da “Astronomy Domine”, uma banda que curiosamente não se pensa ao ouvirmos os originais que ouvimos anteriormente. Muito menos na era psicadélica onde o tema se insere.
7/10
Fernando Fereira
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