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WOM Reviews – Sol de Sangre / Unfathomable Ruination / Valgrind / Karma Violens / Hateritual / With All My Hate / Consumed By Vultures / Cthonica

WOM Reviews – Sol de Sangre / Unfathomable Ruination / Valgrind / Karma Violens / Hateritual / With All My Hate / Consumed By Vultures / Cthonica

Sol de Sangre – “Despair Distiller”

2021 – Edição de Autor

Os Sol de Sangre regressam e vêm danados para a porrada death metal. A banda é composta por colombianos que residem em vários países e neste trabalho quiseram mergulhar a fundo no death metal, sem grandes invenções, sem grandes experimentações. E ainda bem, porque resulta na perfeição – não sei até que ponto a experimentação não iria resultar porque este foi o meu primeiro contacto com a banda mas de qualquer forma, este EP é uma jarda fantástica, três temas novos e um cover da “Noise And Bile” dos míticos Masacre, uma dos nomes clássicos do death metal colombiano.

9/10
Fernando Ferreira

Unfathomable Ruination – “Decennium Ruinae”

2021 – Willowtip Records

Chris Reese e Tom Dring dos Corrupt Moral Altar têm uma nova aventura musical, estes Lake Baihal, e apesar de ser apenas um tema, em termos de duração, podemos dizer que se trata de um EP já que são quinze minutos, numa autêntica viagem de montanha-russa, com vários géneros a juntar-se do black ao doom metal, onde até solos de saxofone se fazem sentir. Tudo flui de forma perfeita. De tal forma que a cada vez que ouvimos há novos pormenores a surgir e novas perspectivas. E é apenas um tema. Imaginem um álbum inteiro.

9/10
Fernando Ferreira

Valgrind – “Blackest Horizon”

2018 – Everlasting Spew Records

O terceiro álbum dos italianos Valgrind parece que nos fazem recuar até aos tempos quando o death metal primitivo era uma coisa excitante no underground. Aquilo que nos ensina é que até mesmo nos dias de hoje o death metal old school pode ser algo excitante principalmente quando surge com uma qualidade destas que não tenta ampliar o estilo, nem sequer explorar novos territórios. Consegue provar até de forma bastante simples como existe muito terreno para explorar dentro das fronteiras bem definidas. De forma simples e eficaz. Excelente álbum de death metal que agradará a todos os fãs do género sem grandes problemas. Uma banda a conhecer mais a fundo.

8.5/10
Fernando Ferreira

Karma Violens – “Mount Of The Congregation”

2021 – Edição de Autor

Com uma capa destas, é impossível não ficar com as expectativas altas. Poderão então perguntar, o que é que a arte da capa tem a ver com a arte sonora? Directamente nada, mas é sempre um bom presságio quando existe este nível de bom gosto – por vezes eu sei que o bom gosto não chega a todo lado mas adiante. Foi a minha apresentação com esta banda grega que de acordo com o Metal Archives começou como metalcore e depois evoluir para o black metal. Bem, aqui nem sombras de um nem de outro. “Mount Of The Congregration” é death metal, sem espinhas embora com um desvio mais melódico aqui ou ali – aqueles coros assombrosos na “Embrace” são um bom exemplo – mas que não os desvia muito da boa e velha brutalidade. Não conheço o passado da banda mas sendo este o seu quarto trabalho, fica a vontade de conhecê-los melhor. Bom álbum, excelente capa.

8/10
Fernando Ferreira

Hateritual – “Compelled By Evil”

2021 – Edição de Autor

Há um efeito imediato que algumas palavras provocam, quase irremediável, dependendo sempre de cada pessoa. No caso dos Hateritual, mantive a coisa pura, meti primeiro a tocar e depois é que comecei a procurar por algo sobre eles. Diz o Metal Archives que é uma banda de death/thrash/groove, o que é curioso já que a mim soou-me a death metal sueco a puxar a um death’n’roll (como que um cruzamento entre Entombed e Gorefest). O que se formos a ver, até faz também sentido neste contexto. Palavras diferentes para definir o mesmo e cada uma com a sua reacção diferente. Isto para dizer que tendo sido essas as bandas que pensei, obviamente que fiquei rendido à estreia destes mexicanos que demonstram ter uma garra igual à capacidade de se proporem a fazer algo sem se repetirem ou repetirem (até exaustão) o que já foi feito. Boa surpresa, bom começo de carreira.

8/10
Fernando Ferreira

With All My Hate – “Impaired Existence”

2021 – Amputated Vein Records

Quatro álbum dos surpreendentes With All My Hate. Não que eles falam uma sonoridade  revolucionária mas por apresentarem algo diferente dentro do expectável quando se fala de brutal death metal. Tendo em conta que actualmente praticamente são uma one-man band – supostamente teriam um baterista real desde 2014 mas neste trabalho foi usada uma bateria programada – bastaria isso para podermos achar que estaríamos perante limitações que se tornariam intransponíveis. Efectivamente essa limitação da bateria é real, pelo menos para mim, mas para compensar, em termos líricos e em termos musicais, há uma aproximação a outros campos da música extrema que resultam muito bem. As músicas são variadas e dinâmicas e os riffs são mesmo muito bons. Merecia uma bateria mais orgânica por trás. Vocalmente também não é brilghante mas não compromete dentro do espectro do brutal death metal. Bom regresso em suma.

8/10 
Fernando Ferreira

Consumed By Vultures – “Pseudobiblion”

2019 – Rising Nemesis Records

A Suiça não é uma potência no que ao death metal mais bruto diz respeito, o que só faz com que se tenha mais respeito pelos Consumed By Vultures. Não só colmatam a lacuna do país como também o fazem com grande classe. Brutal death metal com os devidos requisitos técnicos cumpridos mas sem abusar dos mesmos. Aliás, a composição está de tal forma interessante e dinâmica que este é um facilmente um álbum que mesmo quem só goste de death metal vai gostar sem problemas, com bastantes argumentos para além dos habituais.

8/10
Fernando Ferreira

Cthonica – “Lesser Incantations Of Chtonic Lore”

2021 – Sentient Ruin Laboratories

Blasfémia caótica onde o death metal devora o black metal mas fá-lo com requintes de malvadez. Isto é só mesmo recomendado para quem gosta do lado mais primitivo e extremo da música extrema. Havendo música, há sempre melodia, mas ela surge com uma aura tão intensa e tão suja de que se torna extremamente difícil de absorver para o comum dos mortais. Aliás, até quem gostar da sua pitada de noise no seu metal poderá até apreciar também alguns dos momentos que temos em “The Formless Bonds of Sacramental Rituals“ e são curiosamente momentos como esses que fazem com que o interesse suba para quem  quer mais do que “salvé Satanás” no meio da lama.

7/10
Fernando Ferreira

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