WOM Reviews – Sugiru / Wednesday 13 / Winterbourne / De Press / Gary Yamamoto e Saci Pererê / Slutavverkning / Monograms / Haystack
Sugiru – “Reborn”
2019 – Edição de Autor
EP de estreia dos Sugiru, “Reborn” é uma simpática bomba dividida em sete temas altamente viciantes. Rock energético, daquele que nos escapa à categorização, entre o tradicional e o alternativo mas que não deixa margem para dúvidas em relação à sua qualidade. E para os puristas do inglês na música pesada, temos a dizer que os temas na nossa língua – são eles a maioria – são fantásticos e onde a língua é usada com todas as suas potencialidades. São sete temas que nos fazem pensar “podiam muito bem ter colocado mais um ou dois para lançar o álbum”, mas isso já é a nossa impaciência a falar porque o impacto é mesmo grande e queremos mais!
Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira
Wednesday 13 – “Necrophaze”
2019 – Nuclear Blast Records
Confesso que os Wednesday 13 sempre me passaram ao lado, principalmente por não achar que tinham o poder dos Murderdolls. O que de certa forma é a perfeito para analisar este álbum, “Necrophaze”, o mais recente trabalho da banda norte-americana. Acaba por ser uma óptima surpresa já que a banda apresenta um peso bem agradável – por vezes parece que anda quase no thrash – e com uns refrões e ambientes bem assentes nas sonoridades góticas, sem deixando de também estar próximo do horror punk. Uma das surpresas vem por uma certa tonalidade industrial que também traz dinâmica acrescida. Um bom álbum que é perfeito não só para o Halloween mas para qualquer outra altura. Tipo o Natal, quando o Zombie quer.
Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira
Winterbourne – “Echo Of Youth”
2019 – Island Records/Universal
Este é daqueles sons boa onda que nos fazem gostar do rock indie. Podemos dizer que para os nossos velhos corações metálicos não temos material corrosivo o suficiente para fazer diferença, no entanto, as melodias e, principalmente, o ambiente deste trabalho, é de uma qualidade fantástica. Apesar de ser um álbum de estreia, a banda apresenta-se com a força de uns veteranos e músicas como “Breaking Out” dão-nos ideia que esta banda poderá chegar a níveis de sucesso estratosféricos.
Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira
De Press – “Body Manifest”
2019 – Apollon Records
Consta que esta banda polaca/norueguesa (combinação demoníaca) é uma das coqueluches históricas da história da Noruega pelo álbum de estreia “Block To Block” lançado em 1981. A avaliar pelo o que temos aqui, a banda não avançou muito no tempo. Tendo em conta a música de hoje em dia, isso não é mau. Aliás, é muito bom. Pós-punk nalgumas músicas (“On The Plastic” é um exemplo gritante), uma abordagem mais alternativa dessa mesma década noutras e o resultado é um álbum agradável mas que está longe de ter o mesmo impacto que a estreia teve.
Nota 6/10
Review por Fernando Ferreira
Gary Yamamoto e Saci Pererê – “Nice People, Nice Food and Nice Weather”
2019 – Tomba Lombos
Duo português, com pedigree rock que se apresenta com este “Nice People, Nice Food, Nice Weather” que parece ser a descrição mais comum do nosso país de brandos costumes. A contrastar com essa descrição nem sempre correcta, temos um rockão visceral rebelde simples mas altamente eficaz. Bateria, baixo e voz são as armas de eleição que conseguem ter efeito rápido para qualquer maleita. Sobretudo pela abordagem quase punk de muitos dos temas. O que para muitos poderá ser uma limitação (ter apenas dois membros e dois instrumntos), aqui é uma arma de arremesso letal num álbum que consegue provar que o rock está mais que vivo, apesar de algumas opiniões contrárias de quem está de costas voltadas para o mesmo. Início auspicioso.
Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira
Slutavverkning – “Arbetets Sorgemusik – Del II”
2019 – Suicide Records
Punk jazz é algo que imediatamente chama a atenção mas, em proporpoção é algo capaz de afastar tanto os amantes de um género ou de outro. Bem, neste caso, provavelmente mais ainda os de jazz. Os Slutavverkning têm uma sonoridade crua e bem agressiva, apesar do swing que temas como “Klada, Hosta Och Skit” têm, algo que também é ajudado pelas letras cantadas em sueco. Para quem procura algo diferente, é um bom sítio para arriscar.
Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira
Monograms – “Living Wire”
2019 – Papercup Music
Bem vindos de volta à década de oitenta de onde nunca saíram na realidade. Até parece que é a mensagem subliminar que vem atrelada a “Living Wire”. Ou que o ouvinte chega logo ao final da primeira música. Ou logo no início. “Living Wire” é um trabalho que assenta no rock alternativo, arraçado de pós-punk e shoegaze mas que substitui em grande parte a exuberância das guitarras pelos toques electrónicos. A coisa até funciona bem, de forma surpreendente, mas claro, é preciso ter amor à década em questão e a esse imaginário.
Nota 6/10
Review por Fernando Ferreira
Haystack – “The Sacrifice”
2019 – The Dogma Repertory Institute/Threeman Recordings
Há qualquer coisa de familiar neste som. Não é que os Haystack soem descaradamente a quem quer que seja, mas há aqui uma série de elementos que nos dizem… qualquer coisa. Distorção suja a fazer-nos lembrar algo mais pesado e mais sueco, um espírito noise rock e feeling alternativo. Isto sem termos qualquer informação. Quando vamos procurar algo sobre eles, descobrimos que esta banda já tem vinte e cinco anos e que nasceram pelas mãos de Ulf Cederlund (dos Entombed) depois de ver os Unsane a abrir para Entombed, banda com quem o guitarrista estava na altura. Dois álbuns editados na década de noventa e depois o fim… até que vinte anos depois, tal qual um Jason Vorhees, volta dos mortos e cheio de garra. Parece que não passou vinte anos. Nem por eles, nem por nós, o que faz com que este trabalho pareça, estranhamente actual. Noise rock deste já não se faz… é por isso que “Sacrifice” sabe tão bem.
Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira
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