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WOM Reviews – Symbiotic Growth / Skyforest / Green Carnation / Born In Exile / Virocracy / Dreaming of a Landscape / An Autumn For Crippled Children / Wattz N Ohmage

WOM Reviews – Symbiotic Growth / Skyforest / Green Carnation / Born In Exile / Virocracy / Dreaming of a Landscape / An Autumn For Crippled Children / Wattz N Ohmage

Symbiotic Growth – “Symbiotic Growth”

2020 – Edição de Autor

O Canadá é sempre aquele país que nos brinda sempre com algumas pérolas inesperadas da música extrema. Os Symbiotic Growth são a mais recente revelação. Este álbum de estreia traz-nos um equilíbrio fantástico entre a vertente extrema do death metal (apesar da indicação de que a banda toca black metal, sinceramente não encontro assim tantos vestígios de black metal aqui que justifique, tirando algumas passangens breves) e o metal progressivo. O que implica, claro, termos composições longas e algo complexas mas que não aborrecem. Não é fazer um álbum com temas grandes apenas porque sim – até porque o álbum tem a duração clássica de quarenta minutos. É deixar tudo fluir até que a perfeição – ou quase perfeição – seja atingida. Fantástico álbum de estreia, a mostrar que a criatividade está mesmo em alta, apesar das más línguas.

9.5/10
Fernando Ferreira

Skyforest – “A New Dawn”

2020 – Northern Silence Productions

A aversão a tudo o que seja “pós-qualquer-coisa” nos domínios do black metal já é lendária e em muitos casos compreensiva. Para quem respira para fora do reduto do género, é mais fácil não se ficar ofendido por trabalhos como este “A New Dawn”, que é de uma beleza fantástica, pelas melodias que evoca. A melodia é mesmo o ponto fulcral aqui, mas até do que a distorção (presente) e a agressividade (nem por isso). E não há qualquer problema com isso, porque a ambiência criada merece ser mesmo o destaque maior. Esta é uma daquelas viagens para se ter quando se pretende ir para um sítio melhor, para um tempo melhor. Faz falta em dias como estes.

9/10
Fernando Ferreira

Green Carnation – “Leaves Of Yesteryear

2020 – Season Of Mist

Os regressos inesperados (mas muito desejados) são sempre os melhores. Neste caso, apesar do regresso da banda já ser de 2014, e inicialmente para efeitos puramente nostálgicos, a banda está agora de volta com um novo álbum de originais após catorze anos desde “Acoustic Verses” e este regresso é tudo o que se poderia desejar e muito mais que isso. Um equilíbrio quase perfeito em relação a todas as diversas fases da banda que mostra que a sua falta foi bem sentida ao longo de todos estes anos. “Leaves Of Yesteryear” iguala o passado e tem potencial para crescer muito mais para o futuro.

8/10
Fernando Ferreira

Born In Exile – “Transcendence”

2020 – Art Gates Records

Os Born In Exile são uma banda de power metal progressivo proveniente de Espanha e neste álbum, “ Transcendence”, gostei especialmente da vocalista que tem uma voz forte e ao mesmo tempo melódica. Destaca-se bem principalmente em algumas pequenas amostras de guturais. Os riffs são pesados e com um ritmo na bateria acelerado, que no meu entender funciona bem com o restante instrumental, além dos bons solos. No geral, trata-se de um álbum com uma excelente sonoridade. Destaco os temas “ Enchantress” e “ Save Us”, Recomendo a fãs de Sinergy e Unleash The Archers.

9/10
Nídia Almeida

Virocracy – “Irradiation”

2020 – Black Sunset / MDD

Virocracy são uma banda alemã de black/death metal progressivo e o seu novo álbum “Irradiation ” traz-nos riffs pesados, com uma tendência experimental. Gosto das transições entre as diferentes secções onde, por exemplo, podemos ouvir uma “blackada” bem pesada e de repente entra uma parte progressiva, complexa, cheia de floreados e narrações. As suas letras narram a saga de “Rane”, criticando o papel dos seres humanos no meio ambiente. Recomendo a fãs de Arcaine e The Agonist.

7/10
Nídia Almeida

Dreaming of a Landscape – “Zona Inderdita”

2020 – Edição de Autor

Bem, toca à promoção nacional e pela primeira vez, para mim, promoção regional do arquipélago onde nasci – Madeira. Dreaming of a Landscape é um projecto solo do multi-instrumentalista Diomar Rocha que o inciou em 2016 num esforço para viver da música. Apesar da paixão pelo metal decidiu percorrer, maioritariamente, uma veia de música diferente: o post-rock com uns tracitos de psicadélico aqui e acolá e de mais alguns géneros mais ligeiros. Assim sendo, vamos ao que interessa – o álbum de arranque de nome “Zona Interdita” . Como alguns já terão percebido, eu pertenço a um grupo de ouvintes que gosta das coisas muito ao centro e que tem alguma dificuldade a apreciar música que puxa para os extremos pesados e extremos leves; este álbum puxa para o segundo com melodias mais softzinhas e vocal “constantemente” limpo – tudo a se juntar para eu detestar este trabalho… contudo, imprevisivelmente, acabei por disfrutar boa parte deste trabalho. Apesar do estilo mais leve, a verdade é que este álbum está repleto de sonoridades viciantes que surgem logo na faixa de entrada “Behind The Smile”. A contrariar esta paz nostálgica das primeiras duas faixas, surge a 3ª faixa que puxa bastante para o lado mais punk e que para mim se tornou a faixa mais memorável de todo álbum. Apesar de constrastar extremamente com as restantes faixas, a verdade é que acenta perfeitamente bem na composição do “Zona Interdita”. Como em virtualmente tudo, há sempre algum aspeto menos bom , e neste caso acho que vale a pena o apontar (relembrando que não sou portador da Tábua da Lei da Apreciação Musical): não apreciei uma decisão instrumental que se expandiu pela 5ª e 6ª faixa e que se traduz num uso de pratos de um forma que para mim se torna relativamente incomodativa. O álbum termina em nota positiva com “It’s Getting Real” que se junta mais à linha do rock dito “normal” e sóbrio mas sempre dentro do esquema musical que é montado desde o início do álbum. Assim sendo, é um álbum facilmente apreciado para os ouvintes mais moderados que não se importam de relaxar com melodias mais ligeiras e positivas.

7/10 
João Pedro Freitas

An Autumn For Crippled Children – “All Fell Silent, Everything Quiet”

2020 – Prosthetic Records

Regresso dos An Autmn For Crippled Children, a banda que o meu auto-corrector adora corrigir. O blackgaze (pós-black metal + shoegaze – black metal) da banda está bastante acessível mas esta mistura não é definitivamente para todos. Nem para quem gosta de música extrema e nem para quem gosta de melodias pop. Ainda assim, não há como negar a forma inteligente como as músicas são construídas e como são, até certo ponto, eficazes. Cuidado com os diabetes, o açúcar mata.

6/10
Fernando Ferreira

Wattz N Ohmage – “The World Turning”

2019 – Edição de Autor

Dentro do campo de álbum humildes mas honesto temos este “The World Turnin” que se mostra claramente influenciado pela vertente mais easy listening dentro do art rock. Instrumentalmente bem conseguido, só tem um problema: acaba por ser aborrecido. O facto das guitarras terem um som manhoso e estarem lá atrás na mistura também não ajuda. Portanto, com um bocado mais de trabalho de estúdio e na equalização e no processo de mistura, de certeza que os resultados seriam diferentes.

4/10
Fernando Ferreira

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