Review

WOM Reviews – The Bateleurs / Fonte / Bunker 66 / Lucifuge / Cabal

The Bateleurs – “The Sun In The Tenth House”

2022 – Milanamúsica

Esta foi uma excelente surpresa. The Bateleurs é um nome que temos apanhado nas agendas de concertos mas com o qual nunca nos encontrámos ao vivo (ainda). Foi-nos recomendada e posso dizer que esta foi a recomendação de 2022. Não me recordo de mais nenhuma que tenha tido um impacto tão grande. Um álbum de estreia que revela uma maturidade enorme não só na composição como também no talento da banda como um todo. Claro que depois temos que invidualizar os destaques e a voz de Sandrine é um dos obrigatórios. Instrumentalmente este álbum também é um luxo, longe de ser representativo de uma banda que está a começar agora nestas andanças. Trabalho super profissional e um clássico autêntico num dos grandes lançamentos rock de 2022.

9.5/10
Fernando Ferreira


Fonte – “Já Dizia O Outro”

2022 – Raging Planet

Este era um álbum aguardado com grande expectativa. E receio. Conhecendo grande parte destes temas de serem tocados ao vivo – e com um poder assinalável, quer da banda, quer da prestação de Paulo Gonçalves, agora vocalista definitivo da banda – havia sempre um nervoso miudinho em relação a estes temas que já foram registados há bastante tempo e ainda com Castor na voz. O que em si é uma situação potencialmente desagradável, a banda tinha um produto na mão que já não representava aquilo que são. No entanto, isso não afecta a forma como “Já Dizia O Outro” resulta, um poderoso álbum de crossover que tem uma produção que faz justiça em relação ao que a banda faz em cima do palco. Como a própria banda afirmou, apesar de ser o álbum de estreia, este álbum representa o fim de uma era mas é o final da era com chave de ouro e com a certeza de que o virá de seguida poderá ainda surpreender tanto como este trabalho. E de referir que a prestação de Castor dá aqui um toque de Ratos de Porão que não deixa de ser interessante, tendo em conta que músicas como “O Louco” e “Teoria do Caos” conhecemos sobretudo das prestações ao vivo com Paulo Gonçalves. O enorme potencial que mostraram fica assim imortalizado – assim como as sentidas homenagens a Bifes na “Fontes Não Morreu” e na cover de Dr. Bifes E Os Psicopratas “Vi Deus Na Cama Com o Diabo”. A propósito, temos também uma série de participações especiais com DV, Zé Goblin, Jonie e Tiago Rato para tornar o que já assim era ainda mais especial.

9/10
Fernando Ferreira


Bunker 66 / Lucifuge – “Of Night And Lust”

2022 – Dying Victim Productions

Os Bunker 66 são um dos bons nomes do metal mais cru vindo da Alemanha e tem estado activos neste ano de 2022 com este a ser o segundo EP editado. Juntam-se desta vez aos Lucifuge, um nome que também captura também o mesmo tipo de encanto, de mistura entre o thrash metal mais cru a um feeling blasfemo. Uma parceria que resulta muito bem e que nos traz três temas de cada banda (com os Bunker 66 a trazerem uma cover de Motörhead, a “Dr. Rock”. Apesar de ser fã de ambas as bandas, a metade dos Lucifuge foi aquela que mais prazer deu ouvir.

7.5/10
Fernando Ferreira


Cabal – “Magno Interitus”

2022 – Nuclear Blast

Os Cabal são mais um exemplo de uma banda que começou no deathcore e que aos poucos têm andado a fazer o seu caminho para além dessas pequenas quatro paredes. Algo que também nem sempre é garantia de melhoria. No caso destes dinamarqueses, a resposta vai depender daquilo que se aprecia. É possível ler-se por aí que a banda está a “criar” uma espécie de blackcore, fundindo os ambientes do black metal com os do hardcore beatdown. E se discordamos totalmente em relação à primeira parte do raciocínio, estamos completamente de acordo com a segunda. Sim, temos algumas ambiências melódicas que fazem pensar em black metal melódico e sinfónico, mas também temos o mesmo tipo de ambiências em qualquer tipo de proposta que misture música extrema com arranjos orquestrais e estes últimos nem são uma parte muito importante do som dos Cabal. Já a faceta beatdown está completamente presente aqui o que torna este disco um pouco cansativo e a precisar de dinâmicas. Apesar de se apreciar sempre uma banda inconformada criativamente, sair de um beco sem saída criativo para outro talvez não seja a melhor solução. Claro que isto é, como disse atrás, conforme a perspectiva. Para os apreciadores de beatdown, estará aqui uma proposta à qual não conseguir ignorar. E em abono da verdade, é uma vertente explorada de forma acima da média.

6/10
Fernando Ferreira


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