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WOM Reviews – Torn Fabriks / Deathblow / Sodom / Vile Cynic / E.N.D. / Malus Dextra / Necrodeath / Severed Resistence

WOM Reviews – Torn Fabriks / Deathblow / Sodom / Vile Cynic / E.N.D. / Malus Dextra / Necrodeath / Severed Resistence

Torn Fabriks – “Mind Consumption”

2021 – Firecum Records

A capaé clássica, o logo é clássico, o que é que se pode esperar do som? Thraaaaaaaaaaash clássico, como não podia deixar de ser. Clássico e bom. Sem esforços e sem tentativas forçadas para soar a algo que não é. Esse é o principal elogio que se pode dar assim a quente. Não é de todo revolucionário, aliás, a própria estética aponta para a década de oitenta e, no máximo, para o início da de noventa, pelo que quem vem aqui sabe bem ao que vem. São temas que passam rapidamente mas que nos ficam. Sabe a pouco, confesso, mas tendo em conta que o impulso imediato é para colocar a rodar, eu diria que os objectivos foram cumpridos. Para quem gosta de thrash, é obrigatório.

8.5/10
Fernando Ferreira

Sodom – “Genesis XIX”

2020 – Steamhammer

As expectativas estão muito altas para “Genesis XIX”. “Decision  Day”já data de 2016 e foi o último com Bernemann nas guitarras e Makka na bateria. Esta mudança de formação fez-nos questionar acerca do futuro da banda, afinal Bernemann já estava na banda há mais de duas décadas. O facto de Frank Blackfire estar de volta, um nome icónico da cena alemã que fez história nos próprios Sodom e nos Kreator e que actualmente também está nos Assassin, ajudou a que as expectativas fossem grandes. Algumas actuações ao vivo mais sloppy fizeram que as mesmas também não ficassem muito elevadas, mas o verdadeiro teste – pelo menos para mim – é mesmo este, do álbum de originais. E posso dizer que não há nada a temer. Sodom é uma banda que nunca foi exemplo de grandes dotes técnicos. Aliás, eu sempre os vi como os Motörhead/Venom do thrash metal mas isso também não quer dizer que sejam uns toscos. Aliás, provam isso mesmo com este trabalho que é um regresso em grande. Poderemos ter apenas Tom Angelripper (e Blackfire, vá) como um elo de ligação ao passado, mas pelos vistos é o suficiente, porque a banda está exactamente igual ao que se esperaria deles e ainda consegue surpreender principalmente nos altos níveis de índices metálicos que este álbum tem. Níveis inspirados. E vamos lá a ver se percebemos de uma vez por toda, o que já lá vai, já lá vai. Não seria por Blackfire que teríamos outra vez um “Agent Orange” – até porque se o tivessemos, não seríamos capaz de o reconhecer. O que temos é uma nova fase da banda alemã que mostra estar pronta para nos dar muito bom thrash, incluíndo o que se pode ouvir “Genesis XIX”. Aquilo que prova a vitalidade de uma banda não é igualar feitos passados, é continuar a surpreender e a apresentar feitos presentes de qualidade. É o caso.

8.5/10
Fernando Ferreira

Deathblow – “Insect Politics”

2020 – Sewer Mouth Records

De Utah para o mundo eis que chegam os Deathblow, um verdadeiro assalto de thrash metal, que entra sem pedir licença e toma conta de tudo e de todos de forma fácil, pois a sonoridade é também ela assim. Este segundo álbum da banda norte americana vem cheio de riffs energéticos, poderosos, vocais debitados com toda a raiva, fazendo de “Insect Politics” um caso bem sério. Senti em pouco mais de trinta minutos, toda aquela magia e essência dos épicos anos 80 e 90 da Bay Area, tudo a rolar em faixas curtas e pesadas, de forma muito crua, rasgada e suja, com abordagens temáticas a assuntos bem atuais…que saudades desses tempos os Deathblow me fizeram sentir. Enorme!

10/10
Miguel Correia

Vile Cynic – “Agony”

2020 – Edição de Autor

Segundo EP dos norte-americanos Vile Cynic que deixam muitos bons motivos para querermos tomar atenção em relação ao seu som com estes quatro temas. Potência do death metal, o feeling do thrash metal e a melodia de ambos misturada numa abordagem que está longe de ser original mas que encontra aqui quatro formas cativantes de nos convencer a mantermos-nos presos. Creio estarem prontos para vôos mais altos.

8/10
Fernando Ferreira

E.N.D. – “A Grave Deceit”

2020 – Geenger Records

E se nos uníssemos todos para chegar a roupa ao pelo de quem diz que o “Groove Metal” é uma cena? Os E.N.D. tocam death/thrash metal poderoso e moderno com sangue na guelra e muita vontade de desancar todos os que lhe surgirem à frente. Não que não haja groove, mas desde quando que o death e o thrash metal (e o death/thrash por arrasto) são desprovidos de groove? Quatro temas fulgorantes onde os lugares comuns aparecem mas são minimizados perante a intensidade dos mesmos. E mete intensidade nisso. Mena é só ser quinze minutos.

7.5/10
Fernando Ferreira

Malus Dextra – “The Gate”

2020 – Edição de Autor

Confesso que não sei bem como categorizar os Malus Dextra. Poderia ser perigoso e simplesmente dizer que tocam thrash metal cheio de groove e com algumas tendências modernas, sem deixar de falar no toque death metal – muito leve mesmo. A descrição de certeza de que vos pensar em inúmeras bandas que poderão ter ouvido desde 1999 ou coisa do género. E sim, é algo familiar, mas neste caso aquilo que eu aprecio e valorizo é se a música é algo que vai mais além do óbvio, não em termos de barreiras ou fronteiras ultrapassadas mas sim pela forma como conseguem manter-nos preso. Previsível? Sim. Bom? Absolutamente.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Necrodeath – “Neraka”

2020 – Black Tears

Os Necrodeath marcam o ponto em 2020 com “Neraka”, um EP que traz três músicas novas, uma versão ao vivo para “Flame Of Malignance” e ainda uma cover dos Dead Kennedys para a incontornável “California Uber Alles”. Em menos de vinte minutos levamos uma ensaboadela de black/death thrash metal épica onde destaco os três temas novos. Cru, rude e bruto, tal como se espera e deseja. A cover é próxima do original e esse é melhor elogio que se pode fazer. Não há margem para se brincar com os Dead Kennedys. Soube a pouco mas sendo 2020, já me considero sortudo.

7.5/10
Fernando Ferreira

Severed Resistence – “Wishing Well”

2020 – Edição de Autor

A sonoridade deste EP dos norte-americanos Severed Resistence é agreste. Agreste do género “ensaio” mas que ainda assim dá para perceber perfeitamente o que se está a passar. É apenas o efeito mais cru que poderá causar uma primeira má impressão, algo que a própria capa até se antecipa. Passando por cima destes dois pontos, temos um embrião de death/thrash metal que vai beber a influências de Death (ali por volta do “Leprosy”) caso eles andassem mais interessados em soar mais thrash metal do que outra coisa. Boas ideias, bons solos mas falta mesmo a concretização. É como aquela equipa de futebol que até consegue jogar bem com nove jogadores mas não consegue, por mais que tente, marcar um golo.

5/10
Fernando Ferreira

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