Review

WOM – Reviews – Törzs / Syberia / Juggernaut / The Shaking Sensations / Ghosts Of Glaciers / Guranfoe / Alase / Altesia

Törzs – “Tükör”

2019 – Golden Antenna Records

Sinceramente? Não queremos saber. Não queremos saber se o pós-rock estagnou à nascença, não queremos saber se as fórmulas ou a fórmula continua a ser a mesma. Não interessa. Como pode interessar perante obras como este “Tükör”? De uma simplicidade que desarma qualquer argumento a forma como a banda húngara trata o estilo. Verdadeiras peças, que não podem ser dissociadas umas das outras num álbum que foi gravado ao vivo no Aggteleki Cseppkőbarlang, um sistema de cavernas situado num parque nacional da Hungria. O resultado é fantástico, com uma ambiência assombrosa. Pode parecer igual ao que já foi feito, mas é único. Editado em Outubro de 2019 e agora reeditado em 2020.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Syberia – “Seeds Of Change”

2019 – Metal Blade Records

E que tal aumentar um pouco o peso? É isso que os Syberia propõem com este “Seeds Of Change”. Pós-rock, com toda aquela ambiência mas também com um incremento de peso que só faz com que a viagem seja imediata. Todos sabemos os desafios de fazer boa música instrumental, mais ainda fazer boa música instrumental que se torne viciante, mas nesse quesito a banda de Barcelona consegue brilhar sem grandes dificuldades. Este é um daqueles álbuns que mesmo quem não seja propriamente fã do estilo poderá apreciar sem qualquer dificuldade, onde a música nos embala e nos faz sonhar, e não é precisamente para isso que estamos todos aqui? Que trabalhozorro e que olho da Metal Blade para apanhá-los e mostrá-los ao mundo.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Juggernaut – “Neuroteque”

2019 – Subsounds Records

Já dissemos que gosto de música instrumental? Se calhar até já o disse tantas vezes desta forma que vocês já devem estar carecas de me ouvir. Bem, se a tradição ainda é o que era, quando digo isto é porque vem aí material do bom e “Neuroteque” é isso mesmo. Sem pender para o lado do pós rock, mas indo buscar algum do seu espírito, o que os Juggernaut apresentam no seu terceiro álbum é mais sete peças de música que nos trazem automaticamente imagens. Nem sempre de uma forma eficaz, principalmente quando entram por delírios mais matemáticos como na “Astor” ou até mais jazzísticos como na “Ipnotauta”, mas ainda assim de forma memorável, porque por cada momento que não nos agrada, temos logo dois ou três de seguida que nos deixam rendidos. Recomendado.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


The Shaking Sensations – “ How Are We to Fight the Blight? “

2019 – Pelagic Records

Consta que os The Shaking Sensations, chegaram a um ponto de ruptura tal que pensavam que nunca mais iriam gravar nenhum álbum. Até que a música falou mais alto e o resultado é este “Now Are We To Fight The Blight?” e não é a primeira vez que isso acontece. Muitas vezes já vimos bandas que graças à música conseguem superar momentos difíceís. Aproximarem-se enquanto conjunto composto por músicos de personalidades diferentes e distintas. Ao aouvir este álbum, não é difícil perceber o porquê disso acontecer. Este é um trabalho que transpira inspiração, que transpira acção. Que nos impele a sonhar mas também a agir. É a música perfeita para fazer parte da banda sonora perfeita de um filme que não sendo perfeito, diz-nos muito. Tanto como a nossa própria vida. É um álbum especial, definitivamente, mas não só para a banda. Simplesmente para quem o ouve.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Ghosts Of Glaciers – “The Greatest Burden”

2019 – Translation Loss Records

Há sempre aquela desvantagem que temos no que à parcialidade diz respeito na análise de álbuns instrumentais. Isto porque é facil para nós sermos engolidos pelos mesmos e no vórtice criado pelas tapeçarias musicais. No entanto, não é só facilidades, porque isto só faz com que sejamos muito exigentes. Se o nosso interesse inicial se manifesta, para ele se manter é necessário muito mais do que apenas a ausência da voz. No caso de “The Greates Burden”, não existe qualquer quebra entre esse impacto inicial e o amor durodouro que estas quatro faixas provocam, sendo que a primeira, “Primordial Waters” é aquela cujo impacto é maior. Doom, black metal, convertidos ao peso monolítico do pós metal, com um sentido de ambiência único e que nos deixa completamente rendidos, sem dar hipótese. Que álbum!

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Guranfoe – “Sum Of Erda”

2019 – Apollon Records Prog

Olhando para a capa fica-se com a ideia de que este é um trabalho qualquer da década de setenta que foi agora recuperado, numa reedição para mostrar uma pequena pérola esquecida pelo tempo. Ao ouvir também se fica com a mesma sensação, o que só faz com que o impacto da surpresa de sabermos que esta banda está a agora a lançar o seu álbum de estreia é ainda maior. Rock progressivo de uma classe inquestionável e que no meio de flautas, violinos e outros instrumentos não tão comuns ao rock, fica uma autêntica viagem que vamos querer repetir definitivamente.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Alase – “Vastaus”

2019 – Inverse Records

Que surpreendente estreia, esta dos finlandeses Alase. O primeiro tema, tema-título aliás, que dura menos de dois minutos, promete bastante mas quando estamos empolgados, acaba. Será um mau presságio? Nem por isso. Cantado em finlandês com uma voz extremamente melódica (e ocasionalmente algo mais gutural) que encaixa bem no instrumental próximo do doom/death metal melódico de uns Katatonia (do antigamente, claro) ou de uns October Tide, embora em termos estilisticos a banda até esteja mais próximo de um metal progressivo, este conjunto de temas é simplesmente fantástico e a categorização como metal atmosférico, apesar de mais pomposa que esclarecedora, não deixa de fazer todo o sentido. Alase é o primeiro passo de uma banda que vamos ouvir muitas mais vezes no futuro, de certeza.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Altesia – “Paragon Circus”

2019 – Edição de Autor

Podemos sem nenhum tipo de receio que os Altesia são, até agora (talvez tenhamos mais no futuro) o que melhor trabalho de 2019 que nos escapou – achámos por bem para os nossos tops confinarmos as nossas escolhas aos trabalhos de 2019 que ouvimos em 2019. Definitivamente que esta estreia pela banda francesa lhe daria grandes hipóteses para figurar quer seja na categoria de rock progressivo ou de metal progressivo, embora se aproxime talvez da de rock. Seja como for, é excelente onde temos um estilo que tanto nos soa tradicional como de moderno – aquele solo de saxofone na “Reminiscence” é tão insesperado como eficaz. É um daqueles trabalhos ao qual se fica agrrado rapidamente mas não vos vou mentir, não entra imediatamente – raramente temas grandes o conseguem, e aqui são quase todos, tirando a espécie de intro “Pandora” com dois minutos e meio. Uma obra de arte e uma enorme estreia.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


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