Review

WOM Reviews – Urze de Lume / Ibaraki / Black Hornet / The Spirit

Urze de Lume – “Ventos da Terra Fria”

2022 – Edição de Autor

Os Urze de Lume são uma das melhores propostas de folk nacional – e o entusiasmo poderá até fazer-me dizer que da Península Ibérica mas vamos tentar conter a imparcialidade – e a cada novo trabalho, as expectativas disparam logo. “Ventos da Terra Fria” é o mais recente trabalho de originais e desde logo tem todos os elementos que antecipamos sempre: ambiência, a ligação não só às nossas tradições ancestrais assim como também a uma mística muito nossa e, claro, a capacidade de nos fazer sonhar de olhos fechados e viajar até tempos que o tempo já esqueceu, tempos mais simples e verdadeiros mas também irreais porque nunca os vivemos e a tendência para fantasiar sobre eles é sempre enorme. Por enquanto ainda foi lançado de forma digital, estando para breve o lançamento em formato físico – CD e vinil, pelo que se assume como um dos grandes lançamentos de 2022, imperdível para todos os amantes de folk.

9.5/10
Fernando Ferreira


Ibaraki – “Rashomon”

2022 – Nuclear Blast

Muita curiosidade à volta deste projecto a solo de Matt Heafy que juntou uma porrada de músicos, alguns deles nomes como Ihsahn e Nergal além dos próprios restantes membros dos Trivium. É uma mistura interessante entre o metal moderno, de uma forma mais extrema que os Trivium ou pelo menos mais metálica, e um feeling de world music/folk sendo que o foco é, como o nome do projecto e a capa transparecem, a cultura japonesa. A forte costela progressiva também está presente, com um feeling Opeth que vai marcando presença principalmente nos momentos mais melódicos. Não concordo com o que se diz de ser o projecto black metal de Heafy, nem creio que o black metal seja tanto o foco, apesar da ligação (que vai muito para além da presença dos dois ícones mencionados no início do disco) com alguns riffs e ambiências. É sim, um trabalho que aborda o metal extremo e a forma como este está intimamente ligado com a melodia. É um daqueles projectos a solo que poderá ganhar vida tal como outros (como Avantasia, Star One) ou que poderá ficar apenas confinado a este álbum (como o mítico Probot). Só o futuro o poderá dizer, mas se ficar por aqui, não deixa de ser algo recomendado em qualquer audioteca.

9/10
Fernando Ferreira


Black Hornet – “Remove Before Flight”

2022 – Edição de Autor

Que boa surpresa esta. Parte da malta dos Rambomesser (Markus Polzer na bateria, Matthias Polzer no baixo e Hannes Rau na guitarra – que já aqui tinhamos falado num álbum que embora revelasse potencial, acabou por não impressionar) uniu-se a Peter Christeleit, vocalista e guitarrista de uma banda de tributo a Deep Purple e Pink Floyd e o resultado é surpreendentemente bom. O som é forte, a puxar a rock/metal mais mais musculado que serve um contraponto perfeito em relação ao voz mais clássica de Christeleit que faz com que o resultado seja surpreendentemente refrescante. “Remove Before Flight” constitui assim uma excelente forma de conciliar duas vertentes que pode-se pensar que são mais antagónicas do que aquilo que são realmente. Uma ilusão que é aqui desfeita da melhor forma.

8/10
Fernando Ferreira


The Spirit – “Of Clarity and Galactic Structures”

The Spirit é uma banda de dois elementos que iniciou a sua atividade em 2015, tendo chegado a 2022 com o lançamento de três álbuns completos, dos quais o mais recente e alvo desta review – Of Clarity and Galactic Structures – foi estreado em Abril. Até agora, esta banda tem desenvolvido o seu conteúdo lírico em temáticas cósmicas, e este último álbum não é exceção. Em termos de sonoridade, a banda demonstra um afinco musical pelo death metal, se bem que contrariamente à sua vertente mais convencional, este é um death metal que na sua generalidade se apresenta mais lento, o que provavelmente ocorre devido à vontade de se apresentar o conteúdo vocal do álbum. Negativamente, apesar de ser um álbum compacto, é notada uma certa contenção criativa no que diz respeito a variedade do som: é um daqueles famosos casos em que várias faixas parecem a mesma, contudo este problema tende a ser dissipar em direção ao final do álbum. Em suma, é um álbum médio/bom mas que por algumas vezes se torna cansativo devido à forma como permanece dentro de uma “caixa” demasiado pequena.

6.5/10
Matias Melim


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