WOM Reviews – Victims Of Contagion / VHS / Baleful Abyss / Antichrist Siege / Gôr Mörgûl / Krypts / Rankatoko / Implore
Victims Of Contagion – “Lamentations Of The Flesh Bound”
Satanath Records
O que é que se passa com os álbuns de estreia hoje em dia? É bomba atrás de bomba? Os norte-americanos Victims Of Contagion estreiam-se em grande com um death metal técnico que é tudo menos aborrecido. Sem querer dar o passo maior que a perna, encontramos aqui um prato cheio de dinâmicas, bons solos e um foco em trazer ao ouvinte bons temas. O destaque vai obrigatoriamente para “Autophagous Horizons”, o épico final que encerra este álbum que é uma excelente surpresa. Definitivamente que vamos ouvir mais dos Victims Of Contagion.
Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
VHS – “We’re Going To Need Some Bigger Riffs”
Rotten Roll Rex
Este título é das coisas mais geniais que ouvimos nos últimos tempos – uma clara referência ao filme “Tubarão” que também está representado na capa. A banda canadiana VHS dispensa apresentações para quem aprecia death/grind e principalmente para quem gosta da mistura do universo metálico com o do cinema de terror, algo que os VHS exploram com mestria. Temos catorze temas bem dinâmicos (que muitas vezes andam pelo punk e pelo thrash) que apesar de uma produção pouco explosiva – mereciam algo muito mais potente – consegue causar um bom impacto. Podridão mas com requinte e arte, ficando muito pouco para exigir.
Nota 8/10
Fernando Ferreira
Baleful Abyss – “Death Propaganda”
Black Sunset
Estreia dos alemães Baleful Abyss que apresentam um death metal musculado e compassado, com uma afinação grave que dá aquela impressão de arraçado de Mortician. A fórmula em si não é extraordinária e os resultados também não, sendo que passadas algumas músicas, fica-se com a ideia que não existem grandes ideias por aqui. O death metal é sinónimo de frenesim, ainda que ligeiro, pelo que este marcar o passo constante depressa se torna algo aborrecido. Não nos convencendo, portando.
Nota 4/10
Fernando Ferreira
Antichrist Siege Machine – “Schism Perpetration”
Krucyator Productions / Stygian Black Hand
Basicamente é o fim do mundo. É a conclusão que se chega logo à primeira audição deste álbum de estreia dos norte-americanos Antichrist Siege Machine. Fim do mundo que também chega rápido – em menos de meia hora – mas até lá, para todos os que não gostam da mistura javarda entre o black e o death metal, sobretudo death metal mais podre, é sofrimento cavalar. Para os apreciadores, há aqui bom material para regozijo, afinal temos uma proposta bem suja, blasfémia a rodos e feedback que nos faz pensar se não estamos num curso de como adormecer ao som da rádio em AM. Não há grande variedade e até a eficácia vai diminuindo conforme avançamos, mas ainda assim, considerável interesse.
Nota 6/10
Fernando Ferreira
Gôr Mörgûl – “Elohim”
Satanath Records
Existem discos pesados e depois existe “Elohim”, o terceiro álbum de originais dos italianos Gôr Mörgul que nos atinge na cara como uma pedra da calçada. Brutalidade é eufemismo, até porque, na nossa opinião, a melhor brutalidade é aquela que é servida com melodias que sirvam como ganchos. Neste caso concreto, os ganchos servidos através de tremolo picking à boa moda do black metal. Em pouco mais de meia hora, levamos uma carga de porrada que até nos esquecemos ao que vínhamos… ou seja, satisfação garantida!
Nota 8.5/10
Fernando Ferreira
Krypts – “Cadaver Circulation”
Dark Descent Records
Cavernoso, frio e bruto. São três adjectivos que se enquadram bem neste terceiro álbum dos filandeses Krypts. A banda é uma autêntica máquina debulhadora e ao terceiro álbum revelam-se cada vez mais eficazes na sua arte sónica de como desmembrar pessoas. No entanto a banda não se repete, não dá dois passos iguais, o que torna a sua música refrescante, apesar de continuarmos a falar de death metal, o estilo que supostamente já não esconde segredos. É bom ser-se surpreendido desta forma.
Nota 8.5/10
Fernando Ferreira
Rankatoko – “Indigesto”
Edição de autor
Primeiro álbum da banda brasilera Rankatoko, que nos trazem uma poderosa mistura entre thrash e death metal ora cantado em português ora cantado em inglês. O groove é a base para o que podemos ouvir aqui, assim como o thrash metal mas é a brutalidade do death metal que impera numa primeira proposta que ainda revela algumas limitações em termos de dinâmicas mas que revela bem o seu potencial e força bruta.
Nota 6.5/10
Fernando Ferreira
Implore – “Alienated Despair”
Century Media Records
Há por aí muitas pessoas que não apreciam os Implore. Que acham que o seu som é reciclado, não tem nada de especial. Como vivemos num mundo (supostamente) livre, todas as opiniões são válidas, desde que justificadas. Quanto a nós, o impacto da sua actuação no Vagos Metal Fest não passou despercebido, nem tão pouco o álbum “Subjugate”, lançado pouco mais do que um mês depois após esse dito concerto. Ora “Alienated Despair” mostra-nos os Implore um pouco diferentes. Mais. Mais em todas as vertentes. Aquela sujidade do death/black continua aqui com a adorável gravilha nas guitarras, assim como a vertente crust/punk (a lembrar os clássicos vindos da Suécia) continua exacerbada. É um trabalho que os mostra mais acutilantes, principalmente no trabalho de bateria, que está impressionante. Talvez soe um pouco previsível na sua violência mas a forma como o fazem é eficaz o suficiente para que isso não seja um argumento com muito peso.
Nota 8.5 /10
Fernando Ferreira
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