Review

WOM Reviews – Warpath / Invocator / Kreator / Nekrovomit

Warpath – “Disharmonic Revelations”

2022 – Massacre

Disharmonic Revelations é um álbum de thrash metal que consegue fazer jus tanto ao seu próprio nome como ao nome da banda que o empunha em fúria – os Warpath. Ao longo de 12 (mais duas de bónus) faixas de pura brutalidade dissonante, os Warpath demonstram o seu thrash metal guerrilheiro caracterizado pelas vocalizações blasfemas semelhantes aos estilos mais crus de black metal (mas com maior direção) e pelo instrumental turvo e explosivo ao ponto de que a partir de uma certa altura já nem é fácil distinguir a guitarra da bateria… mas mesmo assim continua a ser uma sonoridade viciante e alucinante na dose de violência. No geral parece-me que o álbum só sofre de um verdadeiro problema que o impede de alcançar a grandeza e esse é o de o facto da estrutura de cada faixa ser quase sempre a mesma coisa no que diz respeito à interação entre o elemento vocal e o elemento instrumental. Por outras palavras, temos 12 faixas que seguem uma estrutura muito semelhante que acabam por saber a seis ou menos que apesar de boas, continuam a representar algo como que potencial desperdiçado. Mas que se perceba, este é um excelente álbum que acordará a veia guerrilheira dentro de cada um de nós ao som de thrash metal em forma bruta e violenta.

8.5/10
Matias Melim


Invocator – “Weave The Apocalypse”

1993/2022 – Hammerheart Records

Reedição de uma pequena pérola do underground. Os Invocator pertencem aquele grupo de bandas que têm uma história errática mas que ao longo desse percurso conseguiram marcar, principalmente no início, o underground. Nunca chegaram a ter um impacto tão profundo quanto os seus compatriotas Artillery mas os seus álbuns também surgiram numa altura em que o thrash (e o metal no geral) já estavam a passar de moda. “Weave The Apocalypse” é o terceiro álbum e conserva uma ingenuidade única. Assim como a sua acutilância, com um thrash metal agressivo mas também técnico. E que sobreviveu muito bem à passagem do tempo tornando-se uma reedição bastante interessante para quem gosta de coleccionar thrash metal de excelente qualidade, seja qual for a era.Ainda para mais quando há a possibilidade de adquirir a edição especial que traz uma porrada de faixas extras, incluindo praticamente um álbum ao vivo gravado em 1994 – com um som um bocado cru – e ainda uns temas promo de 1992 e duas covers, de Artillery e de Dark Angel.

9/10
Fernando Ferreira


Kreator – “Bootleg Revolution”

2022 – Nuclear Blast

A par da reedição comemorativa dos vinte anos do “Violent Revolution” temos este “Bootleg Revolution” que tanto pode vir (em parte) em algumas das versões especiais do dito álbum como também adquirido em nome próprio. O que é interessante notar é que este álbum não é mais nem menos do que uma reedição do álbum ao vivo de 2003 “Live Kreation” – que estava longe de ser um bootleg a não ser que essa parte se refira a pegar num produto já lançado (e que por qualquer motivo estava banido na Alemanha desde 2007) e mudar-lhe o nome e capa para ver se ninguém notava. Bem, não é totalmente o mesmo alinhamento porque nalguns momentos é igual ao duplo CD entretanto lançado, noutras é igual ao DVD do mesmo lançamento. Para adensar a trama, a promo que recebemos não só contém estas faixas como ainda traz mais de vinte registadas em Istambul e Waldrock, que basicamente tem as mesmas faixas e o mesmo alinhamento, que é também a versão que está no spotify. Se a qualidade dos primeiros dezassete temas são de boa qualidade, os outros decresce um bocado nesse quesito sem ser problemático. Como bónus é aceitável, como produto “novo” não adianta muito para quem já tem o “Live Kreation” ou “Live Kreation – Revisioned Glory”.

7/10
Fernando Ferreira


Nekrovomit – “Demonic Possession”

2021/2022 – Helldprod

Reedição em formato digitl e em cassete por parte da portuguesa Helldprod Records da primeira demo do duo indonésio Nekrovomit. Basicamente tudo o que nos é apresentado deixa pouco espaço para a imaginação. Temos “Nekro” e “Vomit” junto no nome da banda, temos uma capa a preto e branco que até poderia ser fotocopiada até à exaustão que ficava sempre bem, e temos um som podre que nos remete para as profundezas e primórdios da música extrema onde não poderia faltar a cover da “Outbreak Of Evil” ainda que a mesma seja exclusiva desta reedição. Black e death metal metidos no mesmo pote que o thrash metal, sendo que o resultado é algo que seria mais memorável em 1987 do que propriamente hoje em dia. Mas como também há sempre pessoal em busca dos tesouros de outrora, sempre podem vir aqui que fica mais rápido e não é preciso escavar tanto.

5/10
Fernando Ferreira


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