WOM Reviews – Waves Like Walls / End / Kahalari / Pogendroblem / Barren Womb / Tragedy Mask / The Outliers / Satanjinhos
WOM Reviews – Waves Like Walls / End / Kahalari / Pogendroblem / Barren Womb / Tragedy Mask / The Outliers / Satanjinhos
Waves Like Walls – “Waves Like Walls”
2020 – Edição de Autor
É doloroso ouvir álbuns de hardcore musculado como este hoje em dia. Álbuns que nos remetem imediatamente para salas cheias, tão cheias que até as paredes transpiram suor a escorrer por si abaixo. Doloroso porque esta é mesmo a música que nos puxa para o movimento, para o stage diving, para o circle pit e até para aquelas acobracias arraçadas de capoeira que podem dar em vários problemas de ordem física quando correm mal. E não é um trabalho unidimensional apesar de ter a sua cota parte de breakdowns. Não, é algo que soa dinâmico e que consegue puxar por nós a cada rodada. É daqueles que mesmo que não simpatiza muito com o género vai ficar interessado.
9/10
Fernando Ferreira
End – “Splinters From An Ever Changing Face”
2020 – Edição De Autor
Vieram para deixar marca, falo da novíssima banda Norte-Americana End e do seu recente álbum de estreia ‘Splinters From An Ever-Changing Face’. Depois da sua volátil e impressionante estreia absoluta em 2017 com o EP ‘From the Unforgiving Arms of God’ os End marcam desde já o ano com seu primeiro trabalho de longa duração. ‘Splinters From An Ever-Changing Face’ é uma verdadeira experiência de visceral, caustica e impiedosa violência, um denso, robusto e brutal rolo compressor de Metalcore, Hardcore e Post-Hardcore “cilindra-nos” a cada audição sem qualquer tipo de arrependimento. A curta duração das faixas é compensada e de que maneira pela sua intensidade qual combo de furiosos e cruéis socos. Uma indescritível hostilidade é perfeita descrição de ‘Splinters From An Ever-Changing Face’ um dos grandes lançamentos de 2020 até ao momento.
9/10
Jorge Alves Pereira
Kahalari – “Theia”
2020 – Edição de Autor
Nos dias de hoje em que as fronteiras se diluem cada vez mais, em relação aos estilos, onde o heavy pode aparecer ao lado do death, fica cada vez mais díficil definir com exactidão o que se passa. E isso é bom, contra mim falo. A pancada de colocar rótulos é a tarefa do jornalista para tentar da melhor forma descrever ao seu público aquilo que se está a ouvir e/ou a falar. Também há muitos usos indevidos nesse campo, pelo que não deixa de ser bom uma banda que nos desoriente o juízo, só para mostrar que as coisas não são assim propriamente tão lineares. Temos uma espécie de death metal moderno, com muito groove, com melodia e com raça, num EP que nos conquista sem grandes problemas. Conquista e vicia.
8/10
Fernando Ferreira
Pogendroblem – “Ich – Wir”
2020 – This Charming Man Records
Não se trata de um novo álbum, nem de uma simples reedição do EP “Ich – Wir”, nem é uma regravação do EP “Haus”. É um pouco disso tudo junto, com aquele punk rock alemão desconcertante e sem papas na língua. Algumas semelhanças com o espírito crust finlandês também se encontra por aqui e é recomendado para quem gosta da sua música bem ácida e corrosiva. Uma boa introdução ao seu som.
7.5/10
Fernando Ferreira
Barren Womb – “Lizard Lounge”
2020 – Loyal Blood Records
Algures entre o noise rock e o (pós-?) hardcore, os Barren Womb são desconcertantes mas aquilo que têm como fio condutor ao longo destes trabalhos é mesmo a raiva que destilam – seja em momentos mais calmos e inesperados (como “Crop Circle Jerk”) seja nos assaltos agressivos (como a “You Do The Meth” – grande título, já agora). Raiva e groove, um groove estranho e dissonante que está presente e acaba por nos dar bons motivos para ficarmos presos. Não sendo imediato – pelo menos para os meus gostos musicais – consegue trazer bons momentos.
7/10
Fernando Ferreira
Tragedy Mask – “Theatrum Tragoedia”
2019 – Edição de Autor
Dentro do panorama do death metal mais melódico e na mistura com as sonoridades mais modernas, esta one-man band norte-americana consegue fazer uma boa ponte entre os dois mundos, que nem estão assim tão ligados quanto isso. O melhor mesmo é a forma como temos boas canções, tirando um ou outro exagero nos lugares comuns que acabam por ser compensados pela dinâmica entre a voz limpa e o gutural – que é fantástico! Agradável de uma forma surpreendente, dá para ficar curioso em relação ao futuro deste projecto.
7/10
Fernando Ferreira
The Outliers – “Dissipating Eternity”
2020 – Edição de Autor
Apesar de na sua génese o som do duo Aspidium seja bastante directo, consegue-se apanhar uns pormenores melódicos bem interessantes. Algo que não seria expectável numa proposta de black/death metal. Esse até é um pormenor que vamos interiorizando bem, já que faz bem no que à dinâmica diz respeito. A questão é que conforme o álbum vai avançando, essa dinâmica vai-se tornando progressivamente menos eficaz e instala-se uma certa tendência para o marasmo onde a repetição não é definitivamente benéfica.
6/10
Fernando Ferreira
Satanjinhos – “Rock Cabeça Sessions”
2019 – Edição de Autor
O nosso segundo contacto com os Satanjinhos foi este EP acústico. Não era bem aquilo que queríamos para ficar a conhecer a banda, ainda que sejam bons temas – “Brasil É Um Besteirol” já conhecíamos. Vale como curiosidade apenas, descontraída, divertida e sem grande expectativas, até porque a qualidade sonora é algo baça. A curiosidade por esta banda brasileira persiste.
6/10
Fernando Ferreira