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WOM Reviews – Without Mercy / Static X / Bipolar Architecture / Five Finger Death Punch / Endless Nine / Saul / Steelawake / Shades Of Sorrow

WOM Reviews – Without Mercy / Static X / Bipolar Architecture / Five Finger Death Punch / Endless Nine / Saul / Steelawake / Shades Of Sorrow

Without Mercy – “Seismic”

2020 – Bloodblast Distribution

Por experiência própria, quando uma banda é descrita como uma mistura entre death metal moderno e metalcore, a balança pende mais para o lado do metalcore. Foi bom os canadianos Without Mercy mostrarem que não há regras que sejam definitivas e absolutas. “Seismic” não dispensa o tom moderno, é certo, mas também nos traz muita exuberância técnica que não é própria do metalcore. No final fica um híbrido difícil de identificar mas muito fácil de absorver. Temas dinâmicos e passagens que podem ir do jazz, passar por riffs próprios do nu metal e grooves djent para depois ter blastbeats que nem um animal selvagem. E no final não é uma manta de retalhos, apenas músicas que se tornam interessantes para quem gosta do metal bastante dinâmico.

8.5/10
Fernando Ferreira

Static X – “Project: Regeneration Vol.1”

2020 – Otsego Entertainment Group

Não era de todo um regresso espectável, falo de uma das mais emblemáticas bandas do infame movimento Nu-Metal, os Static-X que estão de volta com o seu novo álbum ‘Project: Regeneration Vol. 1’. Seis anos depois do trágico desaparecimento do seu mentor e fundador Wayne Static e algo surpreendentemente os Static-X decidem voltar ao activo contando agora com Xer0 nas vocalizações (o não confirmando vocalista da banda Dope, Edsel Dope). Se é verdade que este regresso pode ser eticamente questionável também é verdade que os Static-X não esqueceram o seu falecido mentor e ‘Project: Regeneration Vol. 1’ contém mesmo várias demos ainda gravadas por Wayne numa espécie de merecida e justificada homenagem. Com uma produção de excelência e a reunião dos membros originais da banda à excepção do malogrado Wayne ‘Project: Regeneration Vol. 1’ resgata tudo o que de melhor a banda sabe fazer, numa verdadeira amálgama de Industrial e Electrónico induzida com os típicos elementos de Groove e maquinaria onde são notórias as distintas influências de bandas como White Zombie, Ministry ou Fear Factory. Faixas como ‘Hollow’, ‘Terminator Oscillator’, ‘Accelerate’, ‘My Destruction’, ‘Something of My Own’e ‘Follow’ são bem representativas da indisuctivel qualidade de ‘Project: Regeneration Vol. 1’.

8/10
Jorge Pereira

Bipolar Architecture – “The Tragic Protagonist”

2020 – Edição de Autor

Não tenho nada contra as misturas. Acho que é precisamente através da expansão e cruzamento de culturas que há uma evolução, com novos caminhos, novas formas de pensar. Os turcos Bipolar Architecture colocam isto em prática juntando metalcore, post metal, death/doom metal melódico e ainda muito mais. Um som rico em influências que faz com que a solução mais fácil para tentar perceber aquilo que se está a passar aqui será mesmo dizer que é uma identidade própria, ainda que não incorpore elementos novos. Emotividade e melodias que ficam marcadas são as suas melhores armas. E são mesmo boas. Pena termos aqui apenas três temas.

8/10
Fernando Ferreira

Five Finger Death Punch – “A Decade Of Destruction Vol.2”

2020 – Better Noise Music

Segunda parte do greatest hits dos Five Finger Death Punch, uma banda, que sinceramente sempre me conseguiu passar para o lado, mas que reconheço a sua importância no mainstream mundial, principalmente do lado de lá do Atlântico. Temos aqui uma série de temas que reuniram mais de mil milhões de streams (todos juntos) um número digno de respeito. E contra mim falo porque já disse muitas vezes nestas (e noutras) páginas como as compilações eram algo do passado e que actualmente já não tinham o mesmo poder comercial. Bem, podemos dizer que esta é mesmo a excepção, já que o primeiro número vendeu como sardinha assada em noite de Colete Encarnado e este segundo volume vai pelo mesmo caminho. Verdade seja dita, tirando alguns remixs dispensáveis, é uma excelente forma de ficara conhecer em profundidade os temas da banda. Claro que para os fãs que acompanham a banda, não acrescenta assim grande coisa.

6.5/10
Fernando Ferreira

Endless Nine – “InDeepEndEnt”

2020 – Elevate Records

Por vezes acontece isto. Trabalhamos com o que temos. A promo deste álbum dos Endless Nine veio com um som horrível. De tal forma que duvidei mesmo se haveria por aqui algum problema de hardware. Ao pesquisar pela página de bandcamp da banda verifiquei rapidamente que o problema estava mesmo na promo enviada – que só aí reparei que os ficheiros mp3 eram de 64kbps, metade do mínimo aceitavel. E ainda bem que consegui inverter esta situação porque de outra forma a apreciação não seria tão positiva como foi. É um trabalho que se movimenta pelos corredores por vezes sinuosos da mistura do rock/metal alternativo com o progressivo, sendo que o termo progressivo é aqui utilizado de forma bastante livre. É um terreno gasto mas com a combinação certa de elementos, continua a dar frutos, como é o caso. Uma boa voz e boa conjugação dos meios modernos sem se tornar refém dos tempos e fórmulas contemporâneas, é um bom álbum. A descobrir.

7.5/10
Fernando Ferreira

Saul – “Rise As Equals”

2020 – Spinefarm Records

Os dias de hoje são cheios de histórias destas. Bandas que sem terem um álbum editado já vêm com uma enorme carga de expectativa em cima de si e com já uma base de seguidores esmagadora nas redes sociais e sites de streaming. Foi desta forma que os Saul nos foram apresentados, com um álbum que traz já participações de David Draiman (na composição da “King Of Misery”) Erik Ron (. Justiça lhes seja feita, apesar de ser apenas o primeiro álbum, surgem como veteranos pela forma como conseguem apresentar verdadeiras canções, ainda que tenham de cair na inevitável armadilha dos lugares comuns do metal moderno. Guitarras djenty, afinadas em tons mais graves, produção cristalina mas poderosa. Haverá coisas piores, até porque apesar da sensação de déjà vú que percorre ao longo de “Rise As Equals”, não podemos dizer que não tenham alma ou valor – e nesse aspecto a voz tem um enorme papel . Agora é só manifestar isso em algo mais personalizado. PS – a cover dos Pink Floyd “Welcome To The Machine” está bem conseguida, com uma roupagem moderna mas que faz justiça ao original.

6/10 
Fernando Ferreira

Steelawake – “Steelawake”

2018 – Sliptrick Records

Uma das coisas que é bem evidente nesta estreia – não há por aqui um rumo definido ao que podemos ouvir. Há algumas indicações, pistas mas poucas certezas absolutas. Dois vocalistas, masculino e feminino, que vão complementendo a sua abordagem, mas não há aquela dicotomia do costume onde temos uma voz gutural e uma voz operática. Até porque não há grande metal por aqui a acontecer, apesar das guitarras fortes. Imaginem uns Lacuna Coil, menos modernos e mais voltados para o rock alternativo. Mas com peso nas guitarras e alma nas interpretações. Esforçados e com caminho para percorrer, mas com boas indicações.

6/10
Fernando Ferreira

Shades Of Sorrow – “Ascension”

2015 / 2018 – Sliptrick Records

Reedição do segundo álbum dos Shades Of Sorrow, reeditado pela Sliptrick Records que teve a clarividência de mudar de capa, para algo bem mais agradável ao ouvido. Bons temas, boa voz de Monise Ouellette que dá um tom mais alternativo a este som e que o torna bem mais único do que aquilo que é. Tem, contudo, o problema de não apresentar algo memorável, como um todo. Alguns temas individuais sólidos mas no geral acaba por não apresentar o valor que à partida parecia fazer crer. Infelizmente.

5/10
Fernando Ferreira

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