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WOM Reviews – Zakk Sabbath / Suum / Megadrone / Slomosa / Buena Madera / Hadewijch / Existential Emptiness / White Virgins

WOM Reviews – Zakk Sabbath / Suum / Megadrone / Slomosa / Buena Madera / Hadewijch / Existential Emptiness / White Virgins

Zakk Sabbath – “Vertigo”

2020 – Magnetic Eye Records

Esta foi uma ideia fantástico. Zakk Wylde já o tinha feito ao vivo mas agora decidiu expandir o seu tributo aos Black Sabbath para um disco que recriar na íntegra o primeiro álbum de originais da seminal banda britânica e que para muitos (embora seja discutível) marcou o início do heavy metal. E é assim que deve ser encarado, como uma homenagem por parte de alguém que já conhece estas músicas de trás para a frente e que é fã devoto das mesmas. A Wylde na guitarra e voz juntaram-se Blasko no baixo e Randy Castillo na bateria e o resultado é imperdível para quem é fã não só de Sabbath como também de Wylde. Como nota de curiosidade resta apenas acrescentar que este álbum só estará disponível em formato físico, exactamente para nos fazer recordar de um tempo em que a música só estava disponível desta forma.

9/10
Fernando Ferreira

Suum – “Cryptomass”

2020 – Seeing Red Records

Segundo álbum dos italianos Suum e é um segundo álbum que nos faz acreditar que esta é uma banda com uma capacidade para vôos mais altos. Doom metal, na boa tradição dos Candlemass ou Trouble, mas com um encanto muito próprio. Groove metálico da boa maneira tradicional com temas que se vão instalando rapidamente. Não há como negar o impacto forte que este álbum tem. Quando se começa a ouvir, não se consegue parar e isso é algo que até é raro hoje em dia. Calha bem, porque é também um álbum onde o impacto é mesmo maior ouvindo tudo de seguida. Para consumir, já.

9/10
Fernando Ferreira

Megadrone – “Transmissions From The Jovian Antennae”

2020 – Edição de Autor

Megadrone. O nome diz logo tudo, não é verdade? Este é um projecto por parte de Ganesh, o baixista dos Kriptos (consta que foi/é a primeira banda de heavy metal da Índia) e dos Bevar Sea que resolveu aqui criar esta nova entidade que basicamente nos traz… drone. Eu disse que o nome dizia tudo. Dentro de uma característica minimalista que o coloca quase num patamar ambient, a faixa que compõe este trabalho tem nuances suficientes para que nos deixe presos – algumas vezes sem querermos (como é o caso dos primeiros nove minutos) outras vezes com o nosso consentimento – durante quase uma hora. Não é um álbum para todos, mas para quem gosta de drone a roçar no doom, com capacidade para nos deixar à deriva mentalmente, então este é mesmo o síto indicado para embarcar. Têm é que ter a certeza porque esta é uma viagem da qual não há retorno.

8.5/10
Fernando Ferreira

Slomosa – “Slomosa”

2020 – Apollon Records

O stoner (ou desert rock que vai dar ao mesmo) é como o death metal sueco. Pode ter umas regras bastante rígidas, poderá não fugir muito à estética (e até é desejável que isso não aconteça) mas tem sempre um encanto especial. Trata-se sempre de encontrar os riffs ideais, o groove hipnótico e até a voz perfeita – embora as noções de perfeição possam sempre variar. Os Slomosa conseguem trazer quase isto tudo sem grandes dificuldades. Este é um álbum que flui muito bem e nos faz esquecer os problemas que possamos ter. Aliás, é mesmo um trabalho indicado para uma roadtrip quando nos sentimos demasiadamente presos à nossa rotina. Ideal para escapadas. E por vezes nem é preciso pegar no carro. Groove on.

8.5/10
Fernando Ferreira

Buena Madera – “Zero”

2020 – Volcano Records

Depois de dois Eps, os Buena Madera chegam ao álbum de estreia, com vontade de partir tudo. Um rock/metal progressivo que deve mais ao stoner do que propriamente a qualquer outra coisa mais polida e que nos consegue cativar exactamente por isso. Pelo factor hipnótico que conseguem logo estabelecer desde o início. Pena é que não o façam por muito tempo, já que se trata de apenas seis temas em meia hora. É um daqueles casos em que mais dois temas fariam toda a diferença para apresentar um álbum ainda mais sólido do que o já é. De qualquer forma, os seis temas que apresentam são marcantes pela forma como exploram a visceralidade ao mesmo tempo que nos levam num passeio para longe, algo que nem sempre é fácil de fazer.

8/10
Fernando Ferreira

Hadewijch – “Herbal Noise”

2020 – Electric Valley Records

Ora aqui está algo interessante. Barulhos herbais, não sabemos se esta vai ser uma forma deste trio se focar na música, em termos conceptuais, mas para já parece bastante promissor. Musicalmente é uma faixa apenas com quase vinte minutos onde andamos pelo doom de mãos dadas pelo noise, mas sem grande ênfase nesta parte. Resulta. Não é propriamente surpreendente mas é uma mistura que resulta bem e até nos dá vontade de ouvir mais. Primeiro lançamento, mesmo em cheio no alvo. Veremos o que nos reservam mais para o futuro.

8/10 
Fernando Ferreira

Existential Emptiness – “Neverending Pain – Everlasting Sorrow”

2020 – Australis Records

Um tema, trinta e um minutos. Parece a receita perfeita para se ter um trabalho de doom metal. Parece mas não é, porque esta não é uma entidade de apenas doom metal, trata-se de incluir por aqui também algum death metal e até algum black metal, embora esta efectivamente esteja presente de forma bastante discreta. A questão de termos uma só faixa é sempre problemático principalmente se a mesma apresentar problemas de dinâmica. Sendo de doom metal, provavelmente pensarão que esse será o seu principal probema. Não é o caso felizmente. Esta meia hora passa a correr e este é um tema que se sente mesmo como um álbum já que nos leva numa verdadeira viagem. Surpreendente e interessante, está aqui uma banda interessante a seguir. Estou curioso para ver o que vem de seguida.

7.5/10
Fernando Ferreira

White Virgins – “No Safe Word”

2020 – Edição de Autor

A simplicidade da capa espalha-se ao som deste EP de estreia dos White Virgins. Instrumental, pesadão e com muito groove – os graves destes temas são impressionante. São bons riffs que nos prendem por aqui embora saibamos que não temos muito mais do que isto. Apesar de inconsequente, assim que começa a tocar, não encontramos grandes razões para parar. Espera-se com curiosidade em relação ao que vai surgir de seguida, se haverá uma evolução criativa nesta matriz que à partida parece interessante.

6.5/10
Fernando Ferreira

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