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WOM Reviews – Zed Destructive / Exsul / Depression / Profanity / Stargazer / Unbounded Terror / Gravesend / Zebú

WOM Reviews – Zed Destructive / Exsul / Depression / Profanity / Stargazer / Unbounded Terror / Gravesend / Zebú

Zed Destructive – “Corroded By Darkness”

2020 – GrimmDistribution

Já 2020 começa a ser (infelizmente não muito) distante memória e andamos a recolher pérolas. Sim, podemos dizer que os israelitas Zed Destructive têm na sua estreia uma verdadeira pérola. A sonoridade e a produção é moderna, mas isso não quer dizer que tenhamos um som de plástico. Quanto a mim, está mesmo no ponto ideal para trazer o punch necessário que esteste temas necessitam. Temos então death metal blasfemo, a roçar o black metal, mas sem se furtar a trazer melodia nomeadamente nos solos e nos leads (principalmente nestes últimos) que são de excelente gosto. É precisamente essa parte das suas composições que faz a diferença e até lhe dá um toque da velha escola do death metal – algumas vezes, e sem grandes surpresas Morbid Angel surge-nos em mente. Variado, com os tempos a variarem bastante de forma a manter as coisas interessantes, “Corroded By Darkness” merece ser rodado com satisfação para quem tem o death metal como centro das preferências.

8/10
Fernando Ferreira

Exsul – “Exsul”

2020/2021 – Caligari Records

Após ter sido lançado de forma independente (em cassete e formato digital), aqui está o EP que inaugura a discografia dos norte-americanos Exsul em CD, pelas mãos da Caligari Records. Death metal cavernoso, onde o reverb é mesmo um elemento bastante importante no som final. O duo consegue criar uma autêntica barreira de som que é impressionante e igualmente simples, indo buscar, com sucesso, o feeling primordial do death metal. Aliás, o tema homónino que abre as hostilidades é precisamente aquilo que serve para exemplificar o que é death metal old school. Os apreciadores vão querer arranjar isto.

8/10
Fernando Ferreira

Depression – “Ära der Finsternis”

2020 – Murder Records

Edição em cassete e limitada do mais recente trabalho dos alemães finlandeses Depression. Sabendo da apetênca da banda para o bom e velho death/grind, o primeiro tema, “Der Aufbruch” mais parece algo que os Amorphis pudessem ter editado em 1994 (numa fase pré-“Tales From The  Thousand Lakes”), uma surpresa positiva já que está muito bem construído o tema. Já de seguida volta-se javardeira que se espera e muito bem mas esta é uma dualidade que vamos tendo ao longo de mais de uma hora (são trinta temas), embora nesse aspecto a balança esteja desequilibrada. É nítidamente a javardeira que ganha. Confesso que passaria bem sem esses momentos que apesar de bem conseguidos, não acrescenta nada ao que se procura.

7.5/10
Fernando Ferreira

Profanity – “Fragments of Solace”

2020 – Edição de Autor

Oriundos da Alemanha, os Profanity são uma banda de tech death formada em 1993 que em finais de 2020 apresentou o seu quarto álbum “Fragments of Solace”. Concordantemente com o subgénero, este é um trabalho muito técnico e com grande variedade de sonoridades durante toda a sua duração, conseguindo, mesmo assim, pôr à mistura a brutalidade do death que, neste caso, tende a apontar para o mais agressivo e não o mais moderados. É um álbum tradicionalmente “excêntrico” com caminhos por vezes difíceis de seguir, sendo que não é a coisa mais casual de se ouvir no dia-a-dia, sendo mais interessante de se analisar numa perspetiva mais escrutinadora. Apesar disto, é inegável a qualidade do álbum só pela capacidade dos seus músicos na criação de passagens tão complexas como as que aqui se ouvem; passagens estas que claramente não serão para todas as disposições.

7.5/10
Matias Melim

Stargazer – “Psychic Secretions”

2021 – Nuclear War Now! Productions

Nome já veterano da música extrema australiana sem nunca ter atingido níveis de popularidade sonantes. A qualidade no entanto sempre se lhes assistiu, isto para quem sabe apreciar a sonoridade estranha que tem por base o death metal blasfemo e devidamente enegrecido. Podemos reparar que após quase sete anos sem editar nenhum álbum, a banda continua igual a si própria: sempre a querer furar e apresentar novas facetas da sua personalidade sem a alterar muito. E consegue fazê-lo ao mesmo tempo que apresenta um álbum que é uma autêntica viagem de montanha-russa. O último tema é talvez aquele que mais se aventura e também aquele que mair impacto tem numa primeira abordagem, com uma toada mais melancólica. No geral, é um álbum difícil para chamar novos fãs – só vão aderir quem tiver mesmo gosto por algo diferente, euquanto ao mesmo tempo vai deixar os novos fãs nas sete quintas.

7.5/10
Fernando Ferreira

Unbounded Terror – “Infernal Judgement”

2021 – Xtreem Music

Interessasnte apresentação ao mundo dos Unbounded Terror que apresenta um tema novo (o tema-título disponibilizado em single) e que traz alguns temas do álbum de estreia “Nest Of Affliction” regravados (lançado em 1992, um clássico do death metal espanhol), um tema do “Faith In Chaos” lançado no ano passado e ainda dois temas ao vivo com uma boa qualidade. Talvez se pense que uma banda com apenas dois álbuns não seja o melhor alvo para uma compilação mas tendo em conta a qualidade da banda e o factod e ser um nome do death metal clássico, assume logo um relevo totalmente diferente. Fãs de death metal, vale a pena.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Gravesend – “Methods Of Human Disposal”

2021 – 20 Buck Spin

A capa não engana, temos um logo black metal com a capa a fazer lembrar a estética do underground do grind da década de noventa. É algo nesse género mas infelizmente no início assusta. A intro “Fear City” é composta por um teclado manhoso a lembrar o Varg quando estava na prisão. Mas depois estala a violência com um death/grind enegrecido e violento – poderia ser até um bocado mais violento. Curto – não chega a meia hora – mas com a duração ideal para não enjoar. E neste tipo de coisas a saber quando parar é fundamental, ainda que seja um resultado dinâmico. Estreia promissora, há muita coisa que podem vir a ser e aqui estão todos os indícios. Havemos de lá chegar.

7.5/10
Fernando Ferreira

Zebú – “Mesías de Sangre”

2019 – Edição de Autor

Estreia dos mexicanos Zebú que são uma mistura divertida de death metal e grindcore. Divertida e refrescante já que acaba por fazer isso de ferramentas que à partida estariam confinadas e crossover. Contudo “Mesías De Sangre” é um daqueles álbuns que poderá ficar no meio. Demasiado no meio. Demasaido death/thrash para quem gosta de grindcore, demasiado thrash para quem gosta de death, demasiado grindcore para quem gosta de thrash… algo que poderá ser complicado a nível de marketing mas que recompensa quem tem os gostos variados e gosta (e precisa) de música bastante dinâmica. Esses serão recompensados.

7.5/10
Fernando Ferreira

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