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WOM Tops – Top 20 Alternative Albums 2019

WOM Tops – Top 20 Alternative Albums 2019

Um pequeno percalço fez com que esta publicação de tops se atrasse mas nem o fim do mundo nos iria impedir de acabarmos o que começámos. Ou bem, se o mundo acabasse… bem, retomamos com a categoria Alternativa, tanto metal como rock. Alternativa à norma que nos trouxe mais uma vez uma bela colecção de trabalhos e onde temos uma forte presença nacional. Desfrutem.

20 – Ribozyme – “Argute”

Indie Recordings

É sempre complicado suceder um álbum bem sucedido. E parece que quanto mais tempo passa, pior. Pelo menos era essa a percepção do mundo da música uns anos atrás (décadas?) em que se uma banda estava muito tempo ausente acabava por perder o chamado “momentum”. Bem os noruegueses Ribozyme tiveram um sucesso assinalável com o anterior álbum “Grinding Tune” e quatro anos depois a expectativa não deixa de ser grande. A banda evoluiu o seu som (e conta com mais um guitarrista) mas na essência continua a debitar o seu rock, ou hard rock, moderno com um bom impacto para quem for fã da sonoridade. Olho (ou ouvido) para as sonoridades e melodias catchy, este é um álbum muito interessante, recomendado para quem está descontente com a actual sonoridade do que passa na rádio. Sim, ainda há bom rock por aí, tem é que se ir à procura dele.

Fernando Ferreira

19 – Silver End – “Conquer The Silence”

Edição de Autor

Os noruegueses Silver End são uma interessante banda de rock/metal moderno. É uma proposta que facilmente os inserimos nos actuais tempos mas que isso não significa que sejam algo descartável. Boas melodias, principalmente ao nível da voz e com arranjos de extremo bom gosto, temos aqui peso e muitos ganchos onde ficarmos presos. Terceiro álbum que evidencia já uma qualidade que deve ser amplamente conhecida.

Fernando Ferreira

18 – Zenit – “Black Paper”

Time To Kill Records

“Zenit”, o tema que abre este álbum, traz-nos logo uma sensibilidade atmosférica que nos deixa completamente fisgados. Não dura muito tempo, confesso. Talvez seja pela forma como surge uma costela de metal moderno mais previsível, mas esperávamos uma outra orientação. Felizmente que as primeiras impressões não são duradouras e essa mesma costela acaba por jogar bem com um espírito mais melódico e até, de certa forma, progressivo. Algumas vocalizações (feitas por Andrea Pedruzzi, baixista) mais extremas são intercaladas pela voz limpa de Federico Fracassi que faz com que seja um bom equilíbrio, que flui naturalmente e não é forçado. E é neste ponto a força deste trabalho. Podemos apontar mil defeitos quer na fórmula, quer na forma, mas o conteúdo e a qualidade destas músicas gritam qualidade por todas as notas.

Fernando Ferreira

17 -Vandermeer – “Panique Automatique”

Barhill Records

Este trio alemão de música alternativa (e por isto queremos englobar tudo desde o pop ao pós-rock, sem esquecer claro o pós-punk não completamente retro e o shoegaze) conseguiu conquistar-nos com este álbum. Podemos ter ataques de déjà vú com muitos dos temas aqui contido mas a capacidade de fazerem grandes temas sobrepõe-se a tudo o resto. Temas que vão além do óbvio e do plástico e imediato e que têm grande conteúdo. Assim sim, vale a pena termos música mais acessível.

Review por Fernando Ferreira

16 – Down To The Bunker – “Misery”

Tenacity Music

As mudanças de alinhamento são tramadas. São muitas vezes o factor decisivo para o sucesso ou insucesso de uma banda. Os Down To The Bunker viram-se a braços com uma dessas questões quase desde sempre. Antes do álbum de estreia e após o lançamento do mesmo e por isso demorou quatro anos a que este sucessor estivesse aqui, com aquilo que a banda considera ser o seu alinhamento mais forte. Não discordamos, pelo menos a avaliar os resultados. A banda aponta em diversas direcções e parece acertar em quase todas. Temos um feeling nostálgico de nu-metal que não chega a ganhar uma expressão, pelo menos até termos a parte mais hardcore (ou pós-hardcore ou até metalcore) a ganhar peso, isto sem falar de outras soluções mais experimentais que acabam por tornar “Misery” bem refrescante.

Fernando Ferreira

15 – A Day In Venice – “III”

Edição de Autor

Mais uma boa surpresa (gosto mesmo do que faço, é boas surpresas a toda a hora), desta feita em forma de rock alternativo com laivos progressivos. A Day In Venice é uma one-man italiana que tem aqui, previsivelmente tendo em conta o título, o seu terceiro álbum. Melodias marcantes e um feeling de paz que nos é transmitido em ambiências memoráveis, sem muita complicação. Eficácia que guardamos e voltamos a querer vivenciar ainda que seja bem melancólico.

Fernando Ferreira

14 – He Is Legend – “White Bat”

Spinefarm Records

Novo álbum dos He Is Legend que é recebido com alguma intensidade pela força com que começa a debitar. “White Bat” mostra o porquê desta banda ser considerada subestimada hoje em dia. Apesar do tom bem moderno das suas composições, temos tudo menos música descartável. Arrojo na composição é acompanhado por aquela capacidade que já lhe é reconhecida de termos ganchos nos refrães e melodias vocais (e mesmo nas linhas de guitarra. Duvido que venha a mudar o seu estatuto de “underdogs” mas sem dúvida que merecia.

Fernando Ferreira

13 – Quicksilver Daydream – “Fly Oblivion”

Edição de Autor

Os Quicksilver Daydream são apresentados como uma banda de folk psicadélico. Não sabemos bem se isto será a melhor forma de os classificar e para esse efeito talvez juntássemos ao lote de descrições o termo alternativo algures. Não que ajude mas… nada como tentar. Quanto à música, há um apelo estranhamente vintage, a relembrar aquela passagem da new wave de algo novo para algo corriqueiro. Sentido de ambiência muito bem conseguido ao longo de dez temas bastante diferentes entre si mas que de certa forma se complementam. Fluidez únicas num álbum que tem um poder enorme para ir crecendo aos poucos até nos dominar por completo.

Fernando Ferreira

12 – Life Of Agony – “The Sound Of Scars”

Napalm Records

Confesso que cheguei tarde ao fenómeno Life Of Agony. “River Runs Red” é um álbum clássico que nunca tive oportunidade de mergulhar de forma adequada – o ritmo de lançamentos diários também impede concentrar-me nos clássicos da forma que desejava, mas a esperança é a última a morrer – e o resto foi desilusão atrás de desilusão para fãs e críticos. Principalmente para os fãs. Andando um pouco mais para a frente, tivemos “A Place Where There’s No More Pain” que foi uma boa introdução da banda a uma geração completamente nova enquanto este “The Sound Of Scars” é um regresso à história de “River Runs Red”. Em termos sonoros, muita coisa mudou em mais de vinte e cinco anos – caso contrário, mal seria – mas percebe-se que nem a banda está presa ao que fez como que não se inibe de continuar a crescer. A parte boa é que o foco está nas canções e realmente temos aqui um conjunto de canções excelente, capaz de convencer todos os cépticos que não estavam convencidos com esta mais recente encarnação.

Fernando Ferreira

11 – Terminal Zero – “Control”

Edição de Autor

Os Terminal Zero são um bom exemplo do som moderno. Melodias pop que se fundem com o peso do rock/metal e com bastante recurso a elementos electrónicos. Ou seja, tudo coisas às quais temos alergia. No entanto, e só para contrariar, a urticária não nos chegou a aparecer, fruto de um olho bem clínico para as melodias certeiras, o que faz com que este trabalho soe mais adulto do que propriamente música para adolescentes sem muito na cabeça – sem querer ofender quem é adolescente. E não tem nada a cabeça. Melodias são mesmo o principal prato e este resultado não deixa de ser impressionante.

Fernando Ferreira

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10 – Freedom Fuel – “DANCE!”

Secret Entertainment

Apesar de ser o segundo álbum da banda finlandese, apenas agora chegamos a estes Freedom Fuel. E é caso para dizer que nunca é tarde. Com uma abordagem rock ao som alternativo, não podemos dizer que a banda siga modas ou qualquer estética pré-fabricada. Em vez disso, apresentam foco em músicas que por vezes desconcertantes, acabam por nos apanhar desprevinidos e cativar-nos irremediavelmente. Indie, garage, seja como for, é rock. E do bem bom.

Fernando Ferreira

9 – Vuono – “White Dots”

Svart Records

Álbum de estreia de uma banda (ou projecto, não temos bem a certeza) que reúne uma série de nomes de peso da cena alternativa finlandesa e que se propõe a mostrar uma face completamente diferente da música pop. O propósito é mesmo criar música pop, orgânica (ou seja contra a corrente do que se faz hoje) e sem qualquer tipo de limitações ou fórnulas). Daí o termos aqui temas com onze minutos. É um propósito ambicioso e até certa parte atingido. O tema de abertura, “Stripes”, tem um potencial melódico infindável, onde também uma certa influência de música oriental acaba por dominar, e bem. Não lhe chamaria no entanto pop, embora as melodias são efectivamente viciantes, mas o alternativo talvez seja o termo mais correcto. Mas no final, não interessa o nome mesmo, interessa é como (tão bem que) soa!


Fernando Ferreira

8 – Gingko Dawn Shock – “Inward | Flare”

This Is Core

“Sadcasm” (que grande trocadilho) provocou-nos a maior sensação de déjà vú dos últimos tempos. Gigante. E isto se calhar é algo que poderá logo parecer uma condenação à partida. Nos primeiros momentos deste tema, surge logo a identificação instrumental com os lançamentos alternativos nos dias em que nu-metal dominava o mundo, principalmente se tivessemos uns System Of A Down progressivos, e depois a voz remete-nos tanto para o universo de uns Tool como de uns Deftones. Não são necessárias muitas audições para que estas referências todas se comecem a viver na nossa mente, qual pangea, até ficar tudo formado como uma identidade refrescante e até poderosa. Alternativo é provavelmente um tacho muito vasto para os definir mas até ver, é um lar apropriado. Agora é tempo de dar mais uma(s) voltinha(s) neste trabalho.

Fernando Ferreira

7 – Zorg – “Enãoeradeus”

Raging Planet Records

Mais um grande nome da música nacional servido pelas mãos sempre atentas da Raging Planet. Os Zorg andam na luta desde o final do século passado e após algum burburinho e actividade editorial e em cima dos palcos nacionais, a banda entrou num hiato e voltou no ano passado para este “Enãoeradeus”, um trabalho inteiramente cantado em português e com um AND rock bem vincado. Grandes temas, cativantes, que mostram uma alma muito própria e que é à prova de cópias. “O Sol” e “Fado” são dois temas representativos de um grande álbum.

Fernando Ferreira

6 – Blacklist 9 – “Mentally Ill Legally Sane”

Eclipse Records

Groove Metal americano com uma certa brutalidade com diversas inspirações no campo musical de Extreme Metal. Complementação total nesta banda onde as letras são fruto de um estudo profundo ou experiência própria de saúde mental. Temas como “Mental Hostage”, “Legally Sane” e “Madness” mostram mais o lado escuro e inexplorável da mente humana. O lado técnico de muitos dos riffs trazem um aspecto Technical Brutal Death não muito pronunciado mas como se a banda molhasse os pés em diversos estilos sem mergulhar em nenhum. Forte e poderoso!

Fernando Monteiro

5 – Through The Noise – “Dualism”

Eclipse Records

“Dualism” é-nos apresentado como um poderosa mistura entre hardcore e nu-metal. Tal pode até não parecer muito atractivo mas no entanto, o resultado é bem melhor do que aquilo que se esperaria pela descrição mencionada. Temos no geral um poder temível que se junta a um sentido melódico arrepiante. Se na teoria, dizer que se trata de uma mistura de hardcore e nu-metal, na prática temos muito mais que isso. Com um teor alternativo forte, peso e melodia a resultar em grandes temas que vão muito mais além do que tentar a sorte em estilos que já estiveram mais na moda. Esse parece ser o último dos objectivos.


Fernando Frreira

4 – CineMuerte – “Refúgio”

Core Artists

Adoramos esta banda. Sabemos que nos dias de hoje é complicado, para não dizer quase impossível ser-se original, mas mesmo que se sinta muitas vezes que tudo já foi feito, visto ou pensado, não deixamos de sentir que muitas das vezes basta ser-se a si próprio, deixar a sua voz interior falar mais alto. E é sempre isso que nos salta aos ouvidos a cada novo trabalho dos CineMuerte. Seja pela voz de Sophia Vieira, seja pelas paisagens sonoras criadas por Sérgio Lopo e João Vaz que dão a base rítmica e Fred Gonçalves que acrescenta as nuances de guitarra que fazem toda a diferença. Talvez o seu trabalho mais maduro de sempre. Um vício que não queremos abdicar.

Fernando Ferreira

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3 – Blame Zeus – “Seethe”

Rockshots Records

Que os Blame Zeus já eram uma das grandes bandas do nosso panorama alternativa, já não tínhamos dúvidas. Que eram também uma banda que tinham crescido e evoluído a pulso e pela actividade ao vivo que têm tido em cima dos palcos nacionais, foi algo que pudemos apreciar nos últimos anos. Agora que tinham dentro de si um disco monstruoso para deitar cá para fora como este “Seethe” é que não fazíamos ideia. Mas desconfiávamos. “Seethe” é a materialização dessa mesma evolução da banda que surge aqui mais contundente, mais pesada e mais directa mas não dispensando nenhuma das nuances que fazem parte da sua identidade musical. É um trabalho dinâmico onde o peso e a emoção convivem lado-a-lado e resultam num grande álbum. A confiar no mito urbano do terceiro álbum – aquele que define a carreira de uma banda – estamos em crer que o futuro dos Blame Zeus ainda será mais brilhante do que tínhamos antecipado. Com muitos destaques – “DéJà Vú” que já conhecíamos, “Down To Our Bones” com a participação de Rui Duarte dos Ramp ou o single “No”. Forte, cada vez mais forte.

Fernando Ferreira

2 – Mão Morta – “No Fim Era O Frio”

Rastilho Records

Confesso que não sou um fã absoluto dos Mão Morta embora seja um forte admirador do seu percurso, da sua obra e do impacto que tiveram no rock nacional, principalmente no rock que não cabia nos modelos usuais e expectáveis. Os Mão Morta sempre tiveram essa componente e abriram a porta para todos os outros fazerem o mesmo. Todos estes anos depois, a banda continua inconformada, continua a mostrar uma realidade que nem sempre é agradável mas que nem por isso perde a sua beleza, de certa forma, decadente. “No Fim Era O Frio” traz-nos toda essa herança e consegue ainda assim trazer-nos mais, muito mais a nível musical, embora a nível lírico e conceptual, continuemos a encontrar a riqueza (e brutalidade da realidade) que já nos habituámos.


Fernando Ferreira

1 – Gold – “Why Aren’t You Laughing”

Artoffact Records

Os Gold têm estado em crescendo. A cada álbum, o impacto na imprensa é maior assim como nos fãs, graças a uma carreira que tem sido brilhante em termos criativos. E não há nada que nos indique que este “Why Aren’t You Laughing seja diferente. E efectivamente não é. A fórmula e aqueles tiques pós-punk continuam muito bem presentes, mas também temos aqui uma atenção especial a melodias que enriquecem (e muito) as estruturas não tão complexas quanto isso. Um tema como “Things I Wish I Never Knew” consegue soar inocente ao mesmo tempo que tem uma carga pesada em cima quase impercéptível. Melancólico tanto quanto incómodo. E viciante, acrescente-se.

Fernando Ferreira

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