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WOM Tops – Top 20 Instrumental Albums 2019

WOM Tops – Top 20 Instrumental Albums 2019

Desde o início da World Of Metal que nunca escondemos a nossa grande paixão pela música instrumental, pelo que não deverá ser novidade este ser um dos que mais prazer nos deu e também dificuldade, já que houve muitos trabalhos a concorrer (fora os que nos passaram ao lado. Como tal, aqui vamos nós para mais uma viagem de excelente música!

20 – Ogmasun – “Into The Void”

Cold Smoke Records

Trabalho estranho mas que depressa se entranha. O chavão que o comunicado de imprensa dita é “Pensa em Prog Rock e depois, pensa melhor” e faz todo o sentido. O facto de termos duas músicas em quase quarenta minutos de música quase não deixa margem para dúvidas, mas o facto é que as ambiências aqui deixadas, quase cinematográficas com um certo frenesim instrumental e uma série de outros elementos díspares faz com que isto vá bem mais além do simples prog rock. É um trabalho que tem tanto de inquietante como de apaixonante e nós nem sequer passámos pelo primeiro estado, fomos logo para o segundo. Um trabalho que provoca uma enorme e valorosa viagem.

Fernando Ferreira

19 – Ciconia – “Meraki”

On Fire Records

Quando se fala em música instrumental, pensa-se, para quem tiver o background da década de oitenta e noventa, nos guitar heros. No entanto, apareceram muitas formas de música instrumental (como pós-rock, ambient e até pós-metal) que se juntou às que existiam (principalmente na área do rock progressivo) e mais recentemente, com a popularização do metal mais matemático (arraçado de Meshuggah e normalmente chamado de djent). Podemos dizer que tudo isso temos um pouco neste “Meraki”, fruto do trabalho do trio no seu terceiro álbum de originais. Uma viagem pela música instrumental para nos fazer levar mas bem atentos a todas as voltas e contravoltas que estas músicas tão bem fazem entre a complexidade e simplicidade.

Fernando Ferreira

18 – Brant Bjork – “Jacoozzi”

Heavy Psych Sounds Records

Por vezes não temos que accionar a máquina do tempo. Ela vem até nós de forma natural, como este álbum escondido ou perido do mestre Brant Bjork. Reza a lenda que em 2010, estando a preparar o seu próximo trabalho a solo e depois de ter oito canções preparadas, o mestre mandou tudo ao ar e resolveu apenas jammar. E jammou muito bem, sozinho, gravando os instrumentos a instrumentos, começando pela bateria e avançando para as guitarras e baixo. Totalmente instrumental, este é um trabalho que mostra a essência da alma do artista. Música hipnótica, para te deixares ir, basicamente intemporal, sabendo bem em qualquer altura. No passado, no presente e até no futuro. Queres apostar?

Fernando Ferreira

17 – BLCKWVS – “0160”

This Charming Man Records

Os BLCKWVS têm sido uma fonte inesgotável de prazer no que à música instrumental de peso diz respeito. Como tal, era mais que natural ter alguma expectativa em relação a este “The Heavy Chronicles”, principalmente por sabermos que seria algo especial. Teríamos a banda instrumental à mesma mas os temas instrumentais também nos seriam apresentados com uma série de convidados distintos. Tendo o fio condutor instrumental fixo, mesmo com a mudança dos vocalistas (que incluem nomes como Toni dos Union Of Sleep, Ed Fraser ex-Morgoth, Sarah dos Black Vulpine, entre muitos outros). No geral, e apesar de tornar este trabalho bem mais rico, a essência da banda continua aqui inalterada. Conseguir esse feito é algo muito mas muito especial. Não só a banda reforça a sua qualidade como banda instrumental como também prova que se quisessem poderiam muito bem ter voz, que a qualidade não baixava.

Fernando Ferreira

16 – Donarhall – “Helvegr“

Symbol Of Domination / Repose Records

Esta é aquela que se chama gato com o rabo de fora, metade tape metade CD. Originalmente lançado em Julho pela Symbol Of Domination Prod. em CD, foi agora reeditado em cassete pela Repose Records. E porquê salientar isto? Porque este álbum é tão bom que deve ser adquirido de qualquer forma, seja por cassete ou cd. Temos um black metal atmosférico que se funde bastante com outros géneros principalmente por ser instrumental, o que nos faz pensar em como os géneros não são de todo importantes perante a qualidade da música em si. O peso e as ambiências transportam-nos memos que não queiramos e essa inevitabilidade é, por si só, prova do seu poder. A quantidade abunda na carreira desta one-man band (este é o quinto álbum desde 2016) mas a qualidade também.

Fernando Ferreira

15 – Ceild – “A View”

Edição de Autor

Que fantástico álbum de estreia. Os Ceild são franceses e tocam música instrumental. E se estivessemos deste lado bastava a palavra instrumental para ficarmos completamente agarrados. Como não estamos, vamos ter que elaborar. Temos um metal moderno, sem dúvida, mas que opta por paisagens e atmosferas progressivas, algo que dota a sua música de argumentos técnicos mas também de qualidades para quem não anda à procura de mais nada que ver quinhentas mil notas a serem tocadas em dois segundos. É o melhor de dois mundos e este álbum é um daqueles que nos vemos a revisitar várias vezes num futuro próximo.

Fernando Ferreira

14 – Guranfoe – “Sum Of Erda”

Apollon Records Prog

Olhando para a capa fica-se com a ideia de que este é um trabalho qualquer da década de setenta que foi agora recuperado, numa reedição para mostrar uma pequena pérola esquecida pelo tempo. Ao ouvir também se fica com a mesma sensação, o que só faz com que o impacto da surpresa de sabermos que esta banda está a agora a lançar o seu álbum de estreia é ainda maior. Rock progressivo de uma classe inquestionável e que no meio de flautas, violinos e outros instrumentos não tão comuns ao rock, fica uma autêntica viagem que vamos querer repetir definitivamente.

Fernando Ferreira

13 – Miguel Mega – “Between The Worlds“

Edição de Autor

Mais uma viagem sonora do guitarrista luso brasileiro Miguel Mega. Como uma característica do instrumentista e o mix de feeling e técnica através de uma fluência incrível. Em Between The Worlds, 9 músicas que trazem o encontro de influencias como Van Halen, Greg Howe, Jeff Beck e Scott Henderson. Após a faixa título do álbum que abre com bastante força vem a melódica Beach Flowers (ótima melodia) a inspiradora Where the sea meets the river leva o ouvinte a lugares muito longe dentro dos pensamentos! Outro ponto forte é Blue 17, ótima intro passagem com tappings maravilhosa. O trabalho é recheado de ótimos temas, momentos únicos de uma forma geral e cai no gosto de diferentes públicos. Pode ser apreciado por ouvintes que se envolverão somente com as melodias e pode ser apreciado por guitarristas que encontrarão uma excelente fonte de estudos e aprendizado através do estudo das composições! É um trabalho que você deve ter na sua coleção e caso não conheça os outros trabalhos de Miguel Mega, vá atrás, fica a dica.

Carlos Lichman

12 – Orsak Oslo – “Same”

Kapitän Platte

Ora aqui está algo diferente mas que definitivamente gostamos. E não é apenas por ser uma proposta inteiramente instrumental. É mais pelo efeito que estas seis músicas têm. Podemos dizer que são ambient como podemos dizer que tem pitadas de pós rock ou stoner, embora cada um destes rótulos, por si só, não tenha qualquer tipo de sustentação. É um trabalho fantástico e ao qual lhe podemos dedicar milhentas horas de audição, tendo em cuidado que esse mesmo tempo nos é ressarcido em dobro em termos de prazer. Diz o comunicado de imprensa que é o casamento entre outras coisas, da composição cuidada e da improvisação impulsiva. Seja o que for, resulta perfeitamente.

Fernando Ferreira

11 – Solar Corona – “Lightning One”

Lovers & Lollypops

Rockão. E vindo de onde, de onde? De Barcelos, claro está. “Lightning One” assume-se um clássico logo à partida como nos consegue contagiar daquela forma mítica (e quase irreal e imbatível) dos clássicos. E, claro, sendo instrumental, mais motivos para ficarmos completamente fascinados por aquilo que encontramos não só consegue cativar-nos (nunca é demais dizer que música instrumental conseguir fazer isso tem valor acrescentado) como usa toda uma série de ferramentas que funcionam muito bem em conjunto. Do stoner/doom ao space rock psicadélico, há aqui de tudo e tudo soa bem. Um álbum de estreia fantástico de uma banda que acreditamos que vá dar que falar.

Fernando Ferreira

10 – Juseph – “Óreida”

Raging Planet Records / Wooaaargh / Regulator Records

Que álbum tão… enorme! E de uma banda nacional! Os Juseph são um quinteto instrumental de pós-rock e este álbum até pode chegar muito tempo depois da sua estreia mas a sua qualidade perdoa toda e qualquer falta. Cheio de dinâmicas e nuances, consegue contornar muito bem as armadilhas criativas (ou seja os becos-sem-saída) e apresentar um disco que não só nos faz perder nele como também nos transporta (mesmo que não nos apercebamos disso) para uma outra realidade. Sinceramente, é um vício!

Fernando Ferreira

9 – Paul Gilbert – “Behold Electric Guitar”

Music Theories Recordings

Paul Gilbert, um dos grandes mestres da guitarra, uma autêntica viva, regressa aos álbuns com “Behold Electric Guitar”. Para os fãs de música instrumental mas principalmente para quem gosta de ouvir a guitarra em vários contextos, este é um álbum obrigatório. Do jazz ao rock sem esquecer claro os blues, temos aqui doze temas que foram registados à moda antiga – ou seja, microfone na sala e toca malandro que a gente grava. Quando se tem músicos como Gilbert e e aqueles que reuniu à sua volta, o resultado só poderia ser mesmo este.

Fernando Ferreira

8 – Astrosaur – “Obscuroscope”

Pelagic Records

Adoramos quando existem álbuns que são feitos quase à medida. Estes Austrosaur surgem com um segundo álbum de originais que nos deixa rendidos. Graças a uma forma inventiva e muito própria de fazer um rock instrumental cheio de dinâmicas. Este trabalho é composto por temas algo longos (o mais curto tem mais de cinco minutos) mas flui muito bem de tema para tema e faz com que não se note a passagem do tempo. Talvez a desvantagem seja por não termos uma música que se imponha. Uma música ou uma melodia, mas é algo que também se resolve com a interiorização destes temas. Pós-rock, stoner, prog, jazz de fusão, são tudo palavrões que podem levar a direcções díspares mas todas fazem sentido neste conceito. Fantástico.

Fernando Ferreira

7 – D-Drive – “Maximum Impact”

Marshall Records

Quando se pensa em rock instrumental vindo do Japão pensa-se em mil e uma coisas extravagantes menos se calhar naquilo mais simples. Uma bateria, um baixo e uma guitarra =  grandes malhas de rock que tanto se encaixam no quesito shredder mais comedido assim como poderiam muito server de banda sonora num anime ou filme. Excelente surpresa e mais recente vício. Pode dermorar a instalar – música instrumental com ganchos e neste estilo não é tarefa fácil – mas enquanto se trata disso, garantimos que o entusiasmo é garantido.

Fernando Ferreira

6 – Step In Fluid – “Back In Business”

Klonosphere Records/Season Of Mist 

Uma das frases que nos podem apontar de repetir até à exaustão é definitivamente “excelente surpresa” e só por isso tenho a dizer: “excelente surpresa”. Claro que sendo uma banda de metal progressivo instrumental, não será inteiramente surpresa nós ficarmos maravilhados no entanto, meninos e meninas, é importante notar que rótulos nunca foram garantia de qualidade. No caso dos franceses Step In Fluid, são mesmo as (grandes) canções aqui contidas que garantem esse resultado. Temos uma mistura de uma série de géneros sem que consigamos dizer seguramente que a banda é a 100% isto ou aquilo – daí o rótulo progressivo ser tão útil para nós jornalistas. Jazz de fusão, folk (daquele que andava de mãos dadas ao progressivo na década de setenta), rock (obviamente) e até algum peso metal, embora não muito. Um baixo proeminente, guitarras seguras e dinâmicas, bateria igualmente sólida e um teclado que ajuda a estabelecer o(s) (muitos) mood(s) aqui contidos. Fantástico!

Fernando Ferreira

5 – The Whirlings – “Earthshine”

Subsound Records

Os The Whirlings são uma daquelas bandas que são boas mas que não sabemos exactamente definir em que é que são boas, ou melhor, não conseguimos encaixá-la muito bem em lado nenhum. Um pouco como a própria capa deste álbum. Temos uma perspectiva de um fundo do poço mas se olharmos por outra perspectiva, temos a lua. Assim como podemos dizer que “Earthshine” se trata de um aventureiro álbum de stoner, também podemos dizer que é uma espécie de rock progressivo mais pesado ou então um pós-rock rebelde que se recusa a seguir algumas das regras, bem delineadas, do estilo. Seja como for, o que fazem, fazem-no bem feito. Terems que referir obrigatoriamente a “#6” como uma enorme obra prima que por si só merece a aquisição deste álbum. Obrigatório.

Fernando Ferreira

4 – The Lumberjack Feedback – “Mere Mortals”

Deadlight Entertainment

Adoramos esta banda! Não é apenas o facto de tocarem música instrumental… nem mesmo o facto de tocarem música instrumental excelente ou de tocarem doom instrumental, nem sequer de terem dois bateristas. É mesmo por todas as razões citadas atrás juntas e pelo facto disso tudo junto significar que temos sempre música memorável. E isso é algo que não foge à regra. “Mere Mortals” é o discozorro que esperávamos que fosse (ou ansiávamos), embora não seja tão imediato quanto os anteriores. Asseguramos que está tudo aqui, todos os momentos e elementos que nos fizeram ficar reféns de “Blackened Visions” ou de os EPs. Épico, majéstico, emocionalmente impactante e claro, cheio de grandes riffs e ambiências.

Fernando Ferreira

3 – Clouds Taste Satanic – “Evil Eye”

Edição de Autor

Não é preciso muito para nos agradar mas por outro lado somos apreciadores das coisas mais peculiares. Como o trabalho dos nova-iorquinos, Clouds Taste Satanic. Doom instrumental que nos apresenta apenas duas canções. Há boa moda antiga, lado A e lado B. E esta é uma daquelas viagens que é impossível fica indiferente. E antes que se pense que “Evil Eye” entra pelos campos do psicadélico e que há por aqui muitos “enchidos” para atingir a marca dos vinte minutos, temos a dizer que não é por aí que a banda embarca. Aliás, quem conhece os anteriores álbuns sabe precisamente o que esperar em termos de qualidade. Este é um daqueles álbuns enormes, impossíveis de ficar indiferente.

Fernando Ferreira

2 – Glacier – “No Light Ever”

Wolves and Vibrancy Records

Glacier, um nome que nos surge pela primeira vez. Até que gostamos desta posição, dá-nos liberdade para estarmos sem expectativas ou preconceitos. E depois para sermos arrebatados com o poder de um álbum como “No Light Ever”. Continuamos a ser suspeitos para falar de música instrumental, mas o poder deste trabalho é – ou pelo menos deveria ser – universal. As diferentes nuances, a junção das ambiências do pós-rock com o pós-metal em quatro temas que nos fazem perder a noção do tempo. Do mais épico e esmagador que tivemos oportunidade de ouvir nos últimos tempos, este é um trabalho que vamos andar a rodar constantemente nos próximos séculos.

Fernando Ferreira

1 – Ola Englund – “Master of the Universe“

Edição de Autor

Que capa fantástica. Poderão pensar que não tem nada a ver, e por vezes realmente não tem, mas o esta capa deixa-nos logo com expectativa para este álbum – nada relacionado com o facto de estarmos perante um dos grandes guitarristas do nosso tempo da música extrema, que actualmente está nos The Haunted mas já espalhou o seu talento em bandas como Six Feet Under. No entanto, não se pense que temos aqui brutalidade musical. Até temos… no entanto é mais voltada para o rock/metal progressivo. O grande destaque vai para as duas partes de “Solar” (quem achar que está relacionado com a marca de guitarras da qual é dono… poderá estar provavelmente certo), que cada uma em onze minutos são um autêntico festim de guitarra progressiva, onde o talento individual está ao dispor de algum maior. A música. Fantástico trabalho, definitivamente um dos álbuns instrumentais de 2019.

Fernando Ferreira

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