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WOM Tops – Top 20 Prog Rock 2019

WOM Tops – Top 20 Prog Rock 2019

O rock progressivo não poderia ficar de fora, afinal é um dos sub-géneros mais clássicos do rock, com uma história tão ilustre e com nomes tão grandes que fazem já parte da história da música em si. Para quem pensa que o género morreu na década de noventa, apresentamos vinte propostas que mostram que as coisas estão melhores que nunca.

20 – Mythopoeic Mind – “Mythopoetry”

Apollon Records Prog

Provavelmente estarão a pensar… então mas ainda há espaço para estrear mais uma banda no mundo? Ó meus amigos… então não há? Principalmente se for rock progressivo vindo da Noruega e se tiver a qualidade clássica que este “Mythopoetry” apresenta. Trata-se de uma banda criada pelo músico Steinar Børve, que é admirador confesso da cena inglesa de art rock principalmente da cena de Cantebury principalmente através da sua banda Panzerpappa. São precisamente os músicos dos Panzerpappa que se juntam aqui nesta odisseia pelo rock progressivo mais clássico. Temos noção de que não é algo atractivo para quem gosta de coisas modernas mas basta um fraquinho pela sonoridade clássica para ficar completamente agarrado a este álbum, principalmente quando temos um tema como “Mount Doom”. Confiram se vos agrada a premissa.

Fernando Ferreira

19 – Xilla – “Distant Minds”

Edição de Autor

A curtíssima “Crux” – não chega a dois minutos – serve como introdução, no verdadeiro sentido da palavra já que nos dá todas as cores necessárias para ficarmos com a ideia exacta do que vamos ouvir na próxima hora: rock progressivo do mais clássico que há. No entanto é um rock progressivo que também tem algo de uns Anathema e sobretudo de uns Katatonia, fazendo uma mistura entre o novo e o clássico que resulta em algo muito fresco. Surpreendentemente pesado, mas ainda assim, não deixando de ser rock (e não metal) progressivo, “Distant Minds” é um trabalho recomendado para quem julga que os clássicos ficaram todos na década de setenta.

Fernando Ferreira

18 – Alan Parsons – “The Secret”

Frontiers Music

Alan Parsons Live Project e de “The Secret” baseia-se em magia e mistério em formas poéticas e alegóricas, e marca um retorno de Alan, quando ninguém o esperava. Não é apenas uma repetição anacrónica das glórias do passado, mas um álbum moderno com ecos dos tempos clássicos. Este é um álbum para quem gosta de excelentes composições e contribuições musicais, com momentos cinematográficos, grande ênfase nas vocalizações proeminentes e melodias fortes, em direcção ao final mais “suave” do espectro de rock. Um grande disco!

Miguel Correia

17 – Glutton – “Eating Music”

Apollon Records Prog

Os Glutton vivem definitivamente noutro mundo musical, mas se dissermos que são noruegueses, provavelmente poderá ser mais fácil compreender a primeira parte desta fase. Aceitando a tarefa difícil de tentar explicar o que raio se passa aqui temos a dizer que à primeira vista (ou audição) nem parece assim tão difícil. Temos sem dúvida uma base progressiva mas depois temos umas incursões algo inesperadas de jazz mas que encaixam bem na coisa. Um trabalho exuberante e pouco peculiar cheio de grandes melodias e temas desafiantes. “The Tomb Of The Unknown Ontonaut” é definitivamente um deles.

Fernando Ferreira

16 – Jordsjø – “Nattfiolen”

Karisma Records

A Noruega é mesmo um pequeno tesouro para o rock progressivo hoje em dia. Apesar de “Nattfiolen” ser um trabalho que é bastante apoiado naquilo que nos aparecia no género pela década de setenta. E nesse aspecto há aqui uma aproximação bastante grande à sonoridade sueca desse período como também à inglesa. Um ano apenas após a estreia a banda está de volta para um grande trabalho que admitimos ser um pouco hermético para quem não é habitual nestas andanças e se esse for o caso, fiquem já cientes que não será por aqui que haverá uma iniciação. Este é um álbum para utilizadores experientes. Classe sublime.

Fernando Ferreira

15 – Marc Durkee – “Remain In Stasis”

Edição de Autor

Diz o comunicado de imprensa que o trabalho a solo de Marc Durkee é inspirado por bandas como Katatonia, Tesseract, Anathema, Devin Townsend  e Coheed & Cambria e ao ouvir estas dez faixas, tal não é disparatado de todo. Exuberância instrumental própria de uma proposta de metal progressivo moderno assim como uma emocionalidade que nos surge através da voz de Durkee e da subtileza de alguns dos seus arranjos. Como resultado, um álbum sólido onde essa mesma voz é o fio condutor.

Fernando Ferreira

14 – Swifan Eolh & The Mudra Choir – “The Key”

Apollon Records Prog

Álbum de estreia dos Swifan & The Mudra Choir, uma nova banda norueguesa de rock progressivo. Acho que posso apostar aquilo que estão a pensar… “será que precisaríamos mais de uma banda de rock progressivo?” Bem, cada um sabe de si, no nosso caso nunca é demais, ainda por cima quando tem a qualidade deste “Key”. E é um trabalho que se insere numa vertente mais jazzísticas, como se pode comprovar nos riffs irrequietos e nas estruturas das músicas que aproximam mais de uns King Crimson ou Yes do que propriamente de uns Pink Floyd ou Genesis. Uma viagem, exclusiva aos fãs do rock progressivo mais aventureiro.

Fernando Ferreira

13 – Jordan Rudess – “Wired For Madness”

Music Theories Recordings

Já era altura de ouvirmos falar de Jordan Rudess for a do contexto dos Dream Theater embora o que apresente aqui seja algo que associamos à seminal banda progressivo onde reside há duas décadas. A começar nos dois épicos temas-título (ou as duas partes do tema título) que são logo metade da duração do álbum, temos logo aquele feeling muito próprio das suas paisagens sonoras embora um pouco mais sintético. Ainda assim e contando com convidades ilustres (onde se incluem os companheiros de banda James LaBrie e John Petrucci e outros nomes como Marco Minnemann na bateria e os guitarristas Vinnie Moore, Guthrie Govan e Joe Bonamassa). De realçar que as secções de voz que aparecem, além da excepção de LaBrie, são cantadas pelo próprio Jordan Rudess, que não se safa nada mal, muitas vezes fazendo até lembrar LaBrie, na forma como canta alguns versos. Bastante diverso, mesmo que a base seja o rock progressivo, este é um trabalho que todo o fã do mago das teclas vai querer ter.

Fernando Ferreira

12 – Avem – “Meridiem”

WormHoleDeath

É impressionante a quantidade de bandas que têm vindo a surgir que andam num misto de rock e metal mas sempre com progressivo por base. Longe das fórmulas clássicas dos dois géneros, é sempre refrescante chegar a bandas como os Avem. E mais ainda, como as mulheres têm estado à frente, invariavelmente, deste tipo de propostas. Sexo fraco my ass! Nora Bendzko tem um vozeirão cheio de raça e as músicas que empresta a sua alma são contagiantes e bem dinâmicas, sendo complicado até discernir exactamente um género – rock ou metal progressivo começa a ser preguiça porque há aqui muito a acontecer. Bom álbum, excelente banda!

Fernando Ferreira

11 – Lucy In Blue – “In Flight”

Karisma Records

Como já disse muitas vezes, somos sortudos. Não só por fazermos o que gostamos mas principalmente por fazermos o que gostamos em vários estilos de música. Assim é bom passar da brutalidade do metal extremo para o rock progressivo levemente psicadélico, como é o caso dos mestres Lucy In Blue. Melodias de uma sensibilidade incrível que nos transportam no tempo e na maionese. Ainda que compreendamos que seja algo que vá potencialmente passar despercebido, mas a classe ainda que dissimulada, não deixa de ser omnipresente.

Fernando Ferreira

10 – Rhys Marsh – “October After All”

Karisma Records

Rhys Marsh é um nome conhecido da cena de rock progressivo, principalmente pela sua abordagem aberta e pouco comum ao género. É esse o prato forte aqui de “October After All”, onde se junta um delicioso saber alternativo que se funde com as sensibilidades progressivas – “Long Way Back” junta isto tudo e ainda lhe dá ambiências jazz que o saxofone de Kåre Kolve é responsável. Dentro do género, não é um álbum que vá ao encontro do que é tradicional pelos fãs, mas quem conhece Marsh, não ficará desiludido. Joga com as emoções e sem dúvida que vai crescendo a cada audição. Inesperadamente, pelo menos à primeira audição,  e por isso, muito bom.

Fernando Ferreira

9 – Fervent Mind – “Tranquilize”

Karisma Records

Arrepiante. Este novo projecto norueguês (where else), traz-nos um feeling bem cool que junta chill out a uma espécie de trip hop, isto sem recorrer a muitos elementos artificiais. Uma dinâmica apaixonante (“Fervent” por exemplo parece ser uma singela música pop, easy listening, até que entram as guitarras a lembrar o impacto dos Radiohead no “Ok Computer”. E claro, tudo conduzido pela voz Live Sollid. Sem querer estabelecer comparações, porque as diferenças são óbvias, mas o sentimento que temos é um pouco com alguns dos trabalhos por parte dos The Gathering ainda com Anneke. Sentimento, porque em temos estilísticos tanto podemos colocar “Tranquilize” nas nossas categorias de ambient como de progressivo ou pós rock. Ou experimental. Ou whatever. Grande álbum!

Fernando Ferreira

8 – Palehørse – “Palehørse”

Indie Recordings

Imaginem uns Muse vitaminados e com a capacidade para imprimirem um poder superior às suas músicas. Já está? Os Palehørse fazem ainda melhor que isso. Contagiante a forma como este power trio consegue trazer-nos paisagens sonoras únicas ao mesmo tempo que com melodias vocais ácidas e viciantes que se colam ao cérebro fazem com que este seja um dos grandes álbuns de 2019. O problema é tentar definir exactamente o que se passa aqui. Quer-se dizer… não é um problema muito grande, pelo menos para vós. Apenas dificulta na hora de tentar arrumar numa prateleira, mas só o facto de não o conseguirmos fazer é sinal de que estamos perante algo realmente especial. E estamos mesmo!

Fernando Ferreira

7 – Neal Morse – “Jesus Christ The Exorcist”

Frontiers Music

Este é um álbum que não surge como surpresa para quem conhece Neal Morse, sobretudo desde que deixou os Spock’s Beard e, mesmo assim, será capaz de surpreender, mesmo para quem não seja particularmente religioso ou fã da religião católica. Sendo este um musical (puro!) à boa maneira de Hollywood ou Broadway, temos muita pompa, arranjos majestosos e um grande foco nas melodias vocais. Dois discos que trazem da melhor música que Neal Morse fez nos últimos anos que aqui nem é a voz principal – esse papel cabe a Ted Leonard como Jesus Cristo, Talon David como Maria Madalena, Nick D’Virgilio como Judas e muitos outros que os fãs do músico conhecem. Inesperadamente pesado nalguns momentos, groovy noutros, este trabalho é um festim musical para os sentidos. Impressionante.

Fernando Ferreira

6 – Bjorn Riis – “A Storm Is Coming”

Karisma Records

O mestre Bjorn está de volta, o que são logo à partida excelentes notícias. O guitarrista e mastermind dos Airbag tem conseguido dividir o seu tempo com sucesso entre a banda e a sua carreira a solo, conseguindo também evidenciar diferenças entre os dois. “When Rain Falls” é o tema de abertura, épico, e que surge com um peso incomum. Lá para o meio, as nuvens negras (por assim dizer) dispersam e ficamos com aquelas paisagens progressivas de extremo bom gosto. Apesar daquele peso inicial não voltar a aparecer, há muitas provas de que este é um trabalho mais cru, não deixando por isso de perder a sua já lendária característica atmosférica. Resumindo e concluindo, é um trabalho feito à medida dos fãs do músico mas que definitivamente irá agradar a todos os que gostam de rock progressivo.

Fernando Ferreira

5 – Tim Bowness – “Flowers At The Scene”

InsideOut Music

Tim Bowness, conhecido pelo projecto que tem com Steven Wilson, No-Man. Depois do excelente “Lost In The Ghost Light”, que lhe trouxe o maior sucesso da sua carreira, Tim está de volta com este “Flowers At The Scene”, que é produzido exactamente pelos dois, Wilson e Bowness e depois ainda conta com uma série de músicos convidades que é impressionante como Jim Matheos (Fates Warning), Peter Hammil (Van Der Graaf Generator), Kevin Godley (10cc) entre muitos outros. Rock progressivo de uma classe extrema e que mesmo que não tenha o impacto que teria se a música com qualidade tivesse relevo, não deixa de ser um dos grandes álbuns do género.

Fernando Ferreira

4 – Sollar – “Translucent”

Raising Legends Records

Os Sollar passaram o mês passado pela nossa rubrica do Garage World e são uma banda nacional que junta músicos com muito know how do underground nacional tendo em conta o seu percurso. A estreia oficial deu-se no passado dia 25 e, wow, é um projeto português, de enorme qualidade, com um som de metal / rock progressivo com malhas bem modernas e vocais limpas e aqui tenho mesmo de destacar o trabalho impressionante e poderosa capacidade vocal de Mariana Azevedo, sem dúvida brilhante e a prova de que aqui há música brilhante e tenho-me batido por isso em cada ponto de conversa! “Translucent” é algo intimista na sua abordagem global. Ansioso por os ver ao vivo!

Miguel Correia

3 – Magic Pie – “Fragments Of The 5Th Element”

Karisma Records

Regresso dos grandes (enormes!) Magic Pie que não desiludem a todos os fãs de rock e metal progressivo. A banda tem apresentado uma solidez apreciável nos seus trabalhos e “Fragments Of The 5Th Element” não se fica atrás. Os primeiros três temas são os mais curtos e imediatos mas também mostram que não é preciso termos temas de vinte minutos para que o progressivo brilhe. Melodias marcantes e uma voz marcante são as suas principais armas, sustentadas por excelência musical. Mas como não poderia deixar de ser (e como estamos a falar de Magic Pie), obviamente que temos um tema de vinte e tal minutos “(The Hedonist) que surge apegado a um de oito minutos (“Touched By An Angel”) e que é simplesmente esmagadora. Uma sequência que por si só vale o álbum. No entanto, este é um trabalho à antiga, que vale como um todo mas que também mostra que o rock/metal progressivo consegue acompanhar os tempos, sem perder a sua essência.

Fernando Ferreira

2 – Cellar Darling – “The Spell”

Nuclear Blast

Se os Cellar Darling surpreenderam com o seu nascimento – afinal três ex-membros dos Eluveitie resolveu sair da banda e partir do zero sob uma nova entidade – e primeiro trabalho – bastante diferente do folk metal – este seu segundo trabalho ainda vai mais longe. Se o primeiro álbum primava por uma certa abordagem mais alternativa e amiga do rock, “The Spell” mergulha a sério no mundo do progressivo, não ignorando o caminho trilhado no álbum anterior. A componente também não desaperece mas surge aqui numa vertente bem mais próxima do rock progressivo. O resultado é fantástico e para quem achava o álbum de estreia genérico, de certeza que vai ficar rendido a este álbum conceptual. Por falar nisso, também está disponível, não se se em todas as versões, um segundo disco onde a história é contada, com música minimalista a acompanhar, algo que complementa muito bem este trabalho ambicioso.

Fernando Ferreira

1 – Steve Hackett – “At The Edge Of Light”

InsideOut Music

Há nomes que sobrevivem à conta do seu passado e Steve Hackett poderia muito bem espremer até à última a sua passagem pelos Genesis mas a verdade é que o guitarrista criou uma carreira a solo bem rica (este é o vigésimo sexto álbum!) e quem em nada precisa de se valer do passado – embora algumas vezes esporádicas o faça. Esta quase hora de música mostra-nos o músico a arriscar em caminhar por música for a do reduto do progressivo. Indo buscar sonoridades típicas de outros países, ocasionalmente orquestradas, este é um daqueles trabalhos para apreciar calmamente, porque quando um mestre lança música, a nossa obrigação é apreciá-la devidamente, longe das pressas habituais do quotidiano.

Fernando Ferreira

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