WOM Cartas De Vinil – De Baixo Na Pele
Por Rosa Soares
Não escondo a minha paixão pelo som do baixo. Muitos acham estranho que, sendo eu uma fã de Jimmy Page e Gary Moore, seja no baixo que encontro a adrenalina e o conforto. Mas assim é, as paixões sentem-se, não se explicam!
Como alguns de vós sabem, tenho uma capacidade auditiva com algumas características fora do “comum” e uma delas é a capacidade de isolar o som de um único instrumento, ao ouvir uma música. E, naturalmente, o baixo foi sempre o primeiro a surgir, a ser isolado.
Lembro-me de, em adolescente, ter sempre o “Bass” do equalizador mais elevado que os outros botões, na aparelhagem lá de casa, cujas colunas eram propícias a sons elevados, pelo que, até as janelas tremiam!
“Música sem “toum toum toum” não é música”, dizia eu, enquanto “puxava” ao máximo pelo som do baixo, ao ouvir Megadeth e Metallica.
Mentiria se dissesse que sou indiferente a uma boa guitarra a um bom solo. Não sou, e um bom solo de guitarra arrepia-me. Mas o baixo… o baixo faz-me “borboletas na barriga”, dá-me um nó na garganta… é o som que me vai directo à jugular e a faz pulsar de vida. É aquele som que me percorre sem pedir licença e faz estremecer. É como a pressão sanguínea, que pulsa ao ritmo das cordas e inebria.
Mas não é só o som do baixo que me cativa. Ao vivo, a postura dos baixistas tem o poder do hipnotismo. Postura de conquista, guerreira, de quem ali está para tudo dar e nada perder. Joelhos semi-flectidos, braços abertos num abraço às cordas, cabeça lá no alto com cravelhas a brilhar… e o sedutor dedilhar das cordas… quando o baixo emite os primeiros sons, o palco estremece … ou se calhar é só o meu coração que bate a um ritmo diferente…
A verdade é que não percebo nada de música, tecnicamente falando, mas emocionalmente, aqui nesta que escreve esta carta, baixo rima com paixão. E será sempre ouvido com emoção – e no máximo!
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