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WOM Reviews – Flame / Válvera / S.D.I. / Torpedo / Indign / Black Sun Omega / Druknroll / Crypt Dagger

WOM Reviews – Flame / Válvera / S.D.I. / Torpedo / Indign / Black Sun Omega / Druknroll / Crypt Dagger

Flame – “Ignis Spiritus”

2020 – Primitive Reaction

Os Flame já são veteranos mas conseguem ou pelo menos conseguiram durante grande tempo passar despercebidos. Não sendo propriamente uma banda profícua, sempre que dão o ar da sua graça são sempre recebidos para quem gosta da mistura blasfema entre o black e o thrash metal. A javardeira é a que chegue para que a coisa não fique muito estéril mas ainda assim potente o suficiente para que tenhamos cavalgadas thrash bem perceptíveis. Sabe é a pouco. Satanás quer assim, não podemos fazer nada contra. Deixamos é a petição para que não demorem outros cinco anos para mostrarem nova música.

8.5/10
Fernando Ferreira

Válvera – “Cycle Of Disaster”

2020 – Brutal Records

Terceiro álbum dos brasileiros Válvera, o primeiro na sua nova casa Brutal Records. Não poderiam ter começado da melhor forma já que este “Cycle Of Disaster” é um dos seus trabalhos mais sólidos. Thrash metal, claro, mas com uma dinâmica bem assinalável, com o moderno misturado com o mais tradicional, e por tradicional, referimo-nos a heavy metal. Melodia, groove, o melhor de dois mundos, com música que depois é complementada com letras de crítica social, numa espécie de trabalho conceptual sobre desastres naturais e menos naturais. Recomendado.

8/10
Fernando Ferreira

S.D.I. – “80’s Metal Band”

2020 – MDD

Há muita coisa estranha, a primeira terá de ser, e vamos falar do elefante na sala, a capa. Logo com resolução manhosa, lettering igualmente manhoso e uma fotografia que poderia muito bem ser de uma capa de um disco da década de oitenta, tal como ilustra o título. Aliás, o seu último discos de originais foi precisamente de 1989. Ou seja, tudo coisas que têm potencial de correr mal. Curiosamente, acabam por ser uma boa surpresa. Apesar de algumas limitações técnicas a nível de produção e até interpretação, a mistura entre heavy e thrash metal é feita com real paixão por quem nunca deixou de gostar ou de acreditar no metal. E isso não é algo que se crie ou que se aprenda, ou até que se consiga fingir. Ou se tem ou não se tem.

8/10
Fernando Ferreira

Torpedo – “Mechanic Tyrants”

2019 / 2020 – Gates Of Hell Records

Fantástica demo de heavy/speed/thrash metal, que parece ter sido desenterrada da década de oitenta – a foto da capa parece ter sido retirada da mesma altura. E soa tão bem. Não quero saber daqueles que dizem que é retro, que soa a retro, que soa a águas passadas, que cheira a mofo e sei lá o quê! Só sei que soa mesmo bem. Simples, sem grandes invenções e pedal to the metal para a frente. O tipo de som que soa bem a qualquer altura. Como diria James Hetfield décadas atrás, metal up your ass!

9/10
Fernando Ferreira

Indign – “Autumn Storm”

2020 – Iron Bonehead Productions

Indign é uma marca registada do thrash metal com desde 2002. A verdade é que apenas em 2020 é que conseguiram produzir um longa-duração, o “Autumn Storm”, um registo que assume as várias facetas de um grupo americano que se vem preparando para um disco que poderá agradar a gregos e a troianos. Ora, apresenta um thrash metal poderoso, fortemente apoiado num baixo profundo e uma bateria em crescendo, com Constantin Iliescu, na voz, a criar uma marca que poderá impactar o futuro criativo da banda de Chicago; ora, apresenta uma forte toada groove e melódica que impele o lado mais atmosférico e emotivo dos ouvintes, sem deixar de lado riffs demarcantes de Manny Canchola e Mike Pantano. “Autumn Storm” é um álbum credível que apresenta uns Indign criativos e polivalentes, tanto na vertente mais pesada como na vertente mais melódica. Curiosamente, a faixa homónima acaba por resumir exactamente estas facetas, naquele que poderá ser um dos melhores momentos do álbum de estreia de uma banda promissora.

7/10
João Braga

Black Sun Omega – “The Sum Of All Fears”

2019 – Edição de Autor

Tenga, tenga, tenga. Ou outra forma de dizer thraaaaaaaaaaash! Cavalgadas frenéticas, vocalizações agressivas, não fica nada a faltar, nem mesmo as harmonias entre as duas guitarras. Thrash metal bem agressivo com um pitada de death metal, sobretido na voz, esta estreia do ano passado por parte dos gregos Black Sun Omega é bem interessante ainda que em termos de produção pudesse estar um bocado melhor, principalmente pela forma como a bateria está demasiado comprimida. A compressão ajudou em muita coisa mas por vezes faz com que o som fique demasiado plástico. No geral, este é apenas um detalhe, já que este álbum é mesmo forte e recomendado para todos os thrashers que andam por aí ávidos de coisas novas.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Druknroll – “Freaking Face”

2020 – Metal Scrap Records

Os Druknroll sempre tiveram uma sonoridade peculiar e desde que se voltaram para o death/thrash metal, isso não mudou, optando por umas guinadas estilísticas surpreendentes. O groove é omnipresente assim como o peso mas ainda temos uns elementos que aparecem de surpresa como a pianada no tema-título ou os arranjos de teclados a par da voz feminina que surge na “My Fateful Day”. Apesar disto, não deixamos de sentir alguma unidimensionalidade neste conjunto de temas e que não permite que se tenha uma melhor opinião no final.

7/10
Fernando Ferreira

Crypt Dagger – “From Below”

2020 – Dying Victim Productions

Oriundos da Alemanha, os Crypt Dagger apresentam o seu segundo EP intitulado “From Below”. Como o nome do trabalho já pode sugerir, o estilo que esta banda apresenta aqui é um que envolve algumas tonalidades de black metal, contudo isto apenas ocorre parcialmente, visto que álbum no seu cerne prende-se a um estilo de speed metal em que, tirando os temas, apenas o vocal vai buscar à “secura” do black (ok, e um riff ou outro também). Relativamente à minha opinião… bem, é um EP que não clica a cem por cento para mim. A secção fixada no speed não me cativou particularmente por se notar uma certa repetitividade pouco interessante (para mim) mas a secção dedicada ao trabalho de guitarra mais pesado, mórbido e ameaçador é excelente (por exemplo, na faixa “Death to All”). Claramente, este não será um álbum para todos; a sua vertente “underground” é gritante em termos de sonoridade e em relação àqueles menos habituados a este tipo de som, pode não ser a coisa mais apelativa para se ouvir. Contudo, não há nada como experimentar. Eu por mim, não considerei a melhor das experiências mas muitíssimo longe de ser uma das más.

6.5/10
Matias Melim

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