WOM Sound Of Thunder – HoChiMinH – “Let Them Suffer”
Na sequência do lançamento do single “Break It”, a banda HochiminH disponibilizou ontem mais um tema, denominado de “Let Them Suffer”. Dado o acompanhamento que temos estado a dar à banda, segue-se aqui uma breve análise ao tema em questão. Antes de qualquer análise sonora, uma breve menção ao facto de que é um lyric vídeo e com visuais inspirados no panorama atual da sociedade, sendo o mesmo elaborado e editado pela equipa Dirty Sock.
O tema começa logo por demonstrar uma sonoridade não usual na banda. As guitarras, a mim, não me soaram ao característico ritmo que costumam ter, velozes e poderosas. Soaram mais profundas e um pouco djenty. Certamente aqui optaram por experimentar, não deixando de ser impiedosas. A bateria muito presencial, tomando ocasionalmente um ritmo frenético, não forçosamente alto, mas com bastante impacto no ritmo, que a mim me soa linear, não havendo exactamente uma grande alteração do mesmo. Ainda assim, cumpre a sua função, que é martelar-nos no cérebro. Ouvi várias vezes o tema, e para minha surpresa, soou-me a metalcore, logo eu que, por norma não consigo colocar o dedo na sonoridade dos temas deles, o que, para mim é o que os torna únicos. Neste tema não são certamente os HochiminH que aprendi a gostar. Mas, mesmo assim, há uma sonoridade que se mantém vincada, a componente industrial, que se vocês tomarem atenção, está bem presente no tema de uma forma que, às vezes é fugidia, e não sei porquê, neste tema, contam-me uma história diferente da “melodia principal”, como se fossem duas linhas diferentes e uma delas é um reflexo. Mas que se unem e produzem um só som.
Agora, aquilo que me fez ficar de boca aberta? A linha do baixo. Do princípio ao fim dominou este tema, com uma certeza que, se o retirassem, a malha perdia o sentido. O tom, a afinação, a estrutura, o groove, de ouvir em repeat e viciar. Pela primeira vez vou dar o protagonismo a um instrumento. Em relação ao Skatro, desta vez não me soou ao vocalista de HochiminH, por norma sou bastante fã das vocalizações que emprega, mas aqui senti que faltou algo de “alma”. Deu-me uma sensação de vazio. Não deixam de ser vocalizações ajustadas ao tema em questão e que certamente este rasgar da voz, a assemelhar-se a um desespero, vai agradar a muitos. Aquilo que me ressoou mais foi a parte do melódico. Apesar de tudo não deixa de ser voz de besta, mas uma besta mais contida.
Serve esta análise para que, com tudo o que já ouvi, a “Wasted”, a “Scars”, a “Paralise”, a “Break It” e agora este tema, perceber que a banda não se limitou a escrever mais música, somente por escrever ou compor. Dedicaram tempo e carinho a criar, a experimentar e a tentar trazer algo de novo para a mesa, mesmo correndo o risco de não ser um produto final que agrade às massas. Estou agora ainda mais ansiosa para escutar este álbum na íntegra, porque vai ser certamente um rodízio de sonoridades, capaz de nos colocar os sentidos todos a abanar.
Por Sabena Costa
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