WOM Reviews – Like Moths To Flames / The Velvet SuperSloths / Unto The Wolves / GHØSTKID / Victor’s Rampage / Perceived / Conflict / Kilian Noise & Friends Of Dark
WOM Reviews – Like Moths To Flames / The Velvet SuperSloths / Unto The Wolves / GHØSTKID / Victor’s Rampage / Perceived / Conflict / Kilian Noise & Friends Of Dark
Like Moths To Flames – “No Eternity In Gold”
2020 – UNFD
Ao quinto álbum, o nome dos Like Moths To Flames já carrega consigo expectativas: de se ter metalcore de grande qualidade. É isso que entregam, onde o peso e a força das guitarras (com excelentes apontamentos técnicos que ajudam a manter o interesse elevado) se intercalam com os refrões hipermelódicos que se espalham como uma infecção. A diferença deste álbum paa os outros é a forma como a banda parece conciliar os seus melhores riffs, os seus melhores refrões e o resultado é possivelmente um dos seus álbuns definitivos. A juntar a isto, temos uma perspectiva muito pessoal por trás das letras que se inspiram em episódios reais do frontman Chris Roetter. Um álbum bem sólido.
8.5/10
Fernando Ferreira
The Velvet SuperSloths – “The Velvet SuperSloths”
2021 – Hellon The Rock
Os Velveth SuperSloths trazem-nos aqui um álbum completo e recheado de bons riffs de guitarra, um valente groove do baixo, bateria “just on point” e uma voz mesmo no ponto de pérola. Rouca e às vezes arrastada, mas sempre firme e envolvente. Temos aqui uma verdadeira mistura máscula e pesada, entre instrumentos e voz. Escutam-se temas com um valente “kick” sonoro de hard rock e aqui e ali outros com uma aproximação ao sludge, com temas lentos, pesados e lamacentos, mas gostoso de se ouvir na mesma. Conta-nos a banda que o conceito do álbum surgiu da barba de Johnny’s e que, assim que cresceu, para um tamanho considerável, juntaram-se todos e assim nasceu este filho de uma mistura de inferno, bacon, hot sauce e whiskey. Dead Red Moon, Sold Your Soul e I Am Penny merecem para mim o destaque e, ainda, serem escutadas mais que uma vez, preferencialmente em loop. No geral é um álbum sólido e equilibrado que nos leva por mais de uma hora numa bela viagem de sons e sentimentos. Não desaponta e vai cair bem com fãs de Pantera e de hard rock em geral.
8/10
Sabena Costa
Unto The Wolves – “Year 2”
2020 – Edição de Autor
Já aqui falámos deste projecto e desta forma de viver a música. Temos doze temas que foram sendo lançados aos poucos – um por mês durante o segundo ano do Patreon – e que depois foram reunidos num só trabalho. Tal como o álbum que já conhecia do projecto, e falámos aqui nestas páginas, este segundo álbum é um conjunto forte de temas, que andam pela modernização do heavy metal e pela sua mistura com algo mais alternativo. Sem fronteiras muito definidas, é mais um conjunto de temas forte e uma validação para esta forma de fazer as coisas. Outro ponto importante é a temática, cada um dos temas com uma perspectiva interessante sobre assuntos, também eles, interessantes. Procurem pelo Patreon e pelo bandcamp da banda se quiserem se juntar de forma mais efectiva aos seguidores de Unto The Wolves.
8/10
Fernando Ferreira
GHØSTKID– “GHØSTKID”
2020 – Century Media Records
GHØSTKID é um novo nome que surge aí, apoiado noutro – Eskimo Callboy. Isto por contar com Sebastian Biesler, ex-membro da banda alemã. A sonoridade, no entanto, é algo diferente. Contamos com alguns dos mesmos trejeitos, partilhados todavia com outras centenas se não milhares de bandas de metalcore/pós-hardcore, onde a melodia dos refrões é sem dúvida um do ponto mais importantes. Com isto não se pode dizer que seja um álbum inteiramente previsível. Até porque há elementos aqui de música industrial que até o poderemos encaixar noutro espectro. Se no conteúdo existem esses elementos imediatamente reconhecíveis, na forma temos uma lufada de ar fresco que até acrescenta um ar mais dançante à previsibilidade dos refrões melódicos. Ok, certas coisas podem soar um bocado queijeiras (para não dizer azeiteiras) mas quando a eficácia é um dos pontos de relevo, tudo o resto deixa de ser assim tão importante.
8/10
Fernando Ferreira
Victor’s Rampage – “Infinite Elbow”
2020 – SNS Music
Lembram-se dos Enochian Theory? Uma talentosa banda de metal progressivo britânica, que lançaram três álbuns e depois acabou? Pois, dois membros dos Enochian Theory, Shaun Rayment e Sam Street decidiram começar uma nova entidade, estes mesmos Victor’s Rampage. O progressivo continua a ser o som escolhido mas agora instrumental e com uma imagem distorcida, como os própios afirmam. A música é quase minimalista pela forma como flui, mas se analisarmos para além do óbvio consegue trazer muitos elementos que funcionam quase como uma banda sonora. Confesso que faria bem termos aqui alguns ganchos mais efectivos mas este é mesmo um bom início de carreira. Um EP que promete termos aqui uma excelente nova banda.
8/10
Fernando Ferreira
Perceived – “Perceived”
2020 – Edição de Autor
EP de estreia dos norte-americanos Perceived que apresenta quatro temas fortes e de alta qualidade. Fruto dos dias de hoje, todos os temas já tinham sido lançados anteriormente como single, portanto é quase como se fosse uma compilação. É uma realidade estranha para alguns de nós, mas vamos focar-nos na música sim? Música que é de qualidade, um rock alternativo que nos faz pensar no primeiro impacto que tivemos quando se ouviu Alice In Chains ou Candlebox. Agora juntem-lhe alguma da agressividade metal a essa sensação e ficam muito próximos daquilo que podemos ouvir aqui. Recomendado conhecer.
8/10
Fernando Ferreira
Conflict – “Decision Code”
2020 – Edição de Autor
Não é de todo uma novidade a grande atracção de bandas Russas pelo Industrial Metal e um excelente exemplo disso são os moscovitas Conflict. ‘Decision Code’ é o quarto álbum de originais da banda e aglomera características muito particulares, o álbum foi construído sobre um conceito específico, uma história passada num não identificado país da Europa em 2048 que vive sobre um regime tecnocrático, uma visão distópica de um mundo futurista que combina na perfeição com o Industrial. Musicalmente ‘Decision Code’ explora uma interligação entre o já referido Industrial o Melodic Death Metal e algumas nuances de Eletronic, deixando à vista de todos a gritante influência dos incontornáveis mestres do Industrial na sua vertente mais literal Fear Factory, o lendário Burton C. Bell é mesmo um dos muitos convidados do álbum na faixa ‘The Architect’, outra banda que também aparenta influenciar as sonoridades de ‘Decision Code’ são os Suecos Deathstars com o seu “espacial” Eletronic Gothic Metal. O grande ponto negativo de ‘Decision Code’ é a sua evidente falta de originalidade que ainda assim não o vai impedir de fazer as delícias de fãs de Fear Factory e afins. Destaque para o uso de um excerto do insólito vídeo viral ‘Democracy Manifest’ no início de ‘Autonomous’, a melhor faixa do álbum na minha opinião.
7/10
Jorge Pereira
Kilian Noise & Friends Of Dark – “Fall In Love With The Devil”
2020 – Edição de Autor
Esta capa é um boado má. Poderei parecer por vezes intransigente em focar-me na capa, mas continuo a dizer que por muito digital que estejamos hoje em dia, uma capa de um álbum ainda é algo que identifica o produto, pelo menos antes sequer da música começar a soar. É o tipo de trabalho que nos poderá deixar com (ou sem) vontade de ouvir a música em si. Felizmente que a música é um bocado mais atractiva. Um bocado suficiente para se ouvir com curiosidade e prazer todo o trabalho. Identifica-se logo à partida a voz como um dos elementos estranhos, com um timbre estranho mas também sotaque – o que é estranho dado que a banda é britânica apesar de estar a residir em Barcelona. É o que me soa, algo que não consegui sacudir mesmo ouvido com redobrada atenção. A banda apresentou-se perante a World Of Metal como uma banda de metal, mas julgo que o mais correcto será referir rock. Rock alternativo e do bom, com bons solos de guitarra. A abordagem da voz é capaz de ser a maior barreira que encontro aqui, mas que não impede que se supere, sendo dos tais casos em que primeiro estranha-se e depois entranha-se. Também, quem passa por cima da capa, passa por cima de tudo.
7/10
Fernando Ferreira