WOM Reviews – To Dust / Mutual Hostility / Oath Of Damnation / Psycroptic / Writhing / Votov
WOM Reviews – To Dust / Mutual Hostility / Oath Of Damnation / Psycroptic / Writhing / Votov
To Dust – “Nightmare Cycles”
2020 – Seeing Red Records
Que EP bruto. Disponibilizado apenas em formato digital e cassete, estes quatro temas apresentam um death metal bem moderno e muito bruto, a roçar o grind. Com a violência e potência que aprecio, admito que não fiquei muito tempo para ficar completamente agarrado a estes onze minutos. Há por aqui algo de Napalm Death mas de uma forma muito mais unidimensional e acutilante (não tanto experimental) que a banda inglesa sempre teve. Principalmente aquela costela mais crust/hardcore. Vício!
9/10
Fernando Ferreira
Mutual Hostility – “Sacred Propaganda”
2020 – Cult Of Parthenope
Pela capa (fantástica) poderemos julgar que estamos perante (mais) uma proposta de slam/brutal death metal, mas não se poderia estar mais enganado. Não é que não tenham níveis de intensidade tão fortes como tal, mas a sua dinâmica é mesmo o seu ponto mais forte. Cinco temas em pouco mais de vinte minutos e uma capacidade de manter o ouvinte preso desde o primeiro instante onde a eficácia técnica joga a favor de uma capacidade de fazer música interessante e fresca. Sem dúvida que uma das excelentes estreias no death metal em 2020.
9/10
Fernando Ferreira
Oath Of Damnation – “Fury And Malevolence”
2020 – Gore House Productions
Os australianos Oath Of Damnation conseguiram um feito agradavelmente interessante com este seu segundo álbum. Fazer-nos recordar com carinho dois géneros diferentes. O black metal melódico e a brutalidade do death metal, numa altura em que os dois géneros estavam, de formas diferentes, a conhecer níveis de popularidade assinaláveis no underground. Não se trata de valorizar “Fury And Malevolence” apenas pelo seu lado nostálgico (ou pela nostalgia que pode potencialmente despertar), é pela forma como consegue juntar elementos que à partida não nos causariam surpresa ou impacto postivio e com isso dar-nos músicas de elevada carga e qualidade metálica. É um disco relativamente simples mas eficaz a tudo o que se propõe.
8.5/10
Fernando Ferreira
Psycroptic – “The Watcher Of All”
2020 – Prosthetic Records / Agonia Records
Dois anos após “As The Kingdom Drowns”, aqui está um sinal de vida por parte dos Psycroptic. Logo impressionados pela excelente capa, somos fustigados por dois temas de death metal bruto e de altíssimo bom gosto. Apenas nos parece algo criminoso deixarem a água na boca com apenas dois temas. Não chegam a dez minutos e obviamente que temos de dar uso ao botão repeat mas fazia falta mais dois pelo menos. É mais uma vez, 2020 a ser 2020.
8/10
Fernando Ferreira
Writhing – “Eternalised In Rot”
2020 – Blood Harvest
Primeiro lançamento dos australianos Writhing que estão apostados em trazer death metal bruto para os nossos ouvidos. Bruto mas com apurado sentido de técnica. A capa poderá dar indicação de que este é um lançamento genérico e os dois temas que pouco passam dos seis minutos não chegam para que se destacar da multidão de bandas que temos hoje em dia mas ainda assim deixa-nos migalhas suficientes para deixar o nosso interesse. Veremos o que haverá de seguida.
7.5/10
Fernando Ferreira
Votov – “I.X.X.I.”
2020 – CDN Records
E chegamos ao presente dos canadianos Votov. “I.X.X.I.” é o segundo álbum de originais e conta com uma capa bastante interessante. Ao longe parece uma cruz invertida mas olhando de perto vê-se que é uma bala forrada em notas de dólar. Em termos sonoros, esta produção está mais próxima do álbum, a apostar nos graves mas a manter alguma da aura mais agreste do EP – essa aproximação também é ajudada pelo facto de termos os três temas de “Blessphemy” a surgirem aqui com novas versões.. Como tal, obviamente que o groove é uma grande parte da fórmula, mas vê-se que a banda aprendeu a dotar a sua música de maiores (e melhores!) ganchos metálicos que nos conseguem. O nome de Six Feet Under continua a fazer sentido neste sentido mas tomara à banda de Chris Barnes se apresentar com esta garra e vitalidade toda, em todos os sentidos. Death metal, sem novidades e invenções – com groove – e com boas soluções para contornar o marasmo. Apreciação final, sem dúvida positiva.
7.5/10
Fernando ferreira
Votov – “Blessphemy”
2019 – Edição de Autor
Olá? Esta foi uma mudança interessante. A estreia dos Votov com o seu álbum auto-intitulado não foi propriamente marcante, por isso a expectativa para este EP também não era alta, principalmente quando a capa é bastante semelhante. No entanto, e apresentando apenas três temas, fiquei agradavelmente surpreendido pela forma como eles se reiventaram o suficiente para se tornarem mais interessantes. O som está mais agressivo, mas a música também está mais dinâmica. Claro que perante a competição, ainda há muito trabalho pela frente, mas posso dizer que “Blessphemy” é um passo dado na direcção certa.
7/10
Fernando Ferreira
Votov – “Votov”
2017 – Edição de Autor
Estreia dos canadianos Votov. Uma estreia humilde, posso começar já por dizer. A produção aposta nos graves – logo meio caminho andado para ganhar um fã aqui do meu lado – mas as músicas, os riffs e as suas estruturas não impressionam. O mid tempo é o mais utilizado e faz com que se sinta uma toada constante que ajuda a que se instale um certo marasmo. Tendo sido o primeiro álbum, aceita-se perfeitamente que os Votov tivessem de começar por algum lado. A referência a nomes como Six Feet Under e Obituary através deste som é muito forte, mas ser tão eficaz como esses monstros do death metal.
5/10
Fernando Ferreira