WOM Reviews – Destruction / Demolizer / V/A – “Kitchener-Waterloo Metal Cover Compilation” / Mother Of All / Irreverence / Viking / Criminal / Death On Fire
WOM Reviews – Destruction / Demolizer / V/A – “Kitchener-Waterloo Metal Cover Compilation” / Mother Of All / Irreverence / Viking / Criminal / Death On Fire
Destruction – “Live Attack”
2021 – Napalm
Previsível, não é? Não deixa de ser o segundo álbum ao vivo por parte dos thrashers alemães ainda que por uma editora diferente e sobre condições diferentes – curiosamente já tinham editado dois álbuns ao vivo seguidos na viragem da década anterior. “Born To Thrash” foi registado ainda sobre condições normais, ou seja, pré-pandemia. Já este “Live Attack” foi um concerto dado em stream, como muitos outros por parte de muitas bandas. Encaremos as coisas como elas são, bandas como os Destruction são bandas de estrada e tirando-lhe esse pão da sua boca, tem que se encontrar algumas alternativas que não preenchem as condições na sua totalidade mas não deixam de ser a melhor solução. Perante todos os álbuns neste formato que já vi, curiosamente este é aquele que mais me satisfez e que mais se sente o ambiente ao vivo – isto sem ter a possibilidade de ver verificar a componente visual e apoiado apenas na música. Sente-se como verdadeiro – independentemente de ter tido alguns retoques de estúdio ou não, tendo sido transmitido em directo para todo o mundo será mais fácil de descobrir se isso aconteceu ou não – e o feeling está todo lá e são mais de vinte temas que se estendem por toda a carreira da banda. O que demonstra ser um bom investimento para os fãs.
8.5/10
Fernando Ferreira
Demolizer – “Upgrade”
2021 – Mighty Music
Ok, confesso que é uma das bandas que me deixou fã logo no primeiro trabalho e sobre eles tenho uma história muito engraçada que tem como base a entrevista que fiz a Ben Radleff, guitarrista e vocalista, que durante a mesma estava constantemente a ser interrompido para que pudesse cumprir as suas funções laborais, uma vez que Ben se encontrava no seu horário de trabalho e naturalmente estávamos a ser constantemente interrompidos…riamos sempre que isso acontecia e ficou a promessa de mais tarde voltarmos a falar! Mas ok, vamos lá. Os Demolizer são neste momento uma das bandas que merece que todos os holofotes se virem para eles, pois acreditem fãs de thrash metal, eles são do melhor que se pode ouvir! “Upgrade” é um Ep composto por quatro temas, sendo um deles uma brilhante e bem conseguida cover de “King Of The Kill” dos Annihilator. É disto que precisamos é simplesmente Arrasador!!!
10/10
Miguel Correia
V/A – “Kitchener-Waterloo Metal Cover Compilation”
2021 – Edição de Autor
Só para responder logo à questão mais provável de surgir, Kitchener-Waterloo é uma localidade no Canadá na região de Ontário. Pronto. E as bandas aqui indicadas (Invicta, Æpoch, Cathartic Demise, Raider, Rippr’d e Stolos) todas elas fazem uma cover de acordo com a estilização – excepto pelos Invicta que não só tocam Iron Maiden (“Killers”) como tocam Judas Priest (“Hellion/Electric Eye”). São apenas covers mas convem notar que são covers fantásticas que pegam nos originais e dão-lhe poder acrescido. Uma ideia interessante que poderia ter sido colmatada para mostrar como é que a banda se safava nos originais. Para a posteridade ficam versões de Megadeth, Venom, Exodus, Death e Demolition Hammer para além dos já citados Priest e Maiden.
8/10
Fernando Ferreira
Mother Of All – “Age Of The Solipsist”
2021 – Black Lion Records
Apesar de adorar o conceito da chamada one-man band praticamente desde a primeira vez que tomei contacto com ele (através de bandas como Diabolical Masquerade, por exemplo) reconheço que o nível de qualidade nem sempre é proporcional ao meu entusiasmo. E que normalmente é mais comum encontrar no reino do black metal. Foi uma dupla surpresa então este projecto solitário de Martin Haumann, baterista dos final hour e que também passou pelos Essence, banda dinamarquesa de thrash metal que infelizmente já cessou funções. Podemos dizer que no entanto esta é uma “falsa” one-man band já que o baterista aqui, além de se ocupar do seu instrumento, também é o vocalista. No entanto conta a ajuda de dois músicos – Frederik Jensen nas guitarras e o inconfundível Steve DiGiorgio no baixo. O tom da voz e o ambiente geral das músicas, curiosamente remetem-me para Essence, com algumas pitadas próprias do death metal melódico a surgir aqui e ali. Menos de meia hora de música faz com que saiba a pouco mas mesmo assim, é impossível não ficar entusiasmado com esta estreia.
8/10
Fernando Ferreira
Irreverence – “Scapegoat”
2020 – STF Records
Thraaaaaaaaash! Thrash/death metal para ser mais concreto. Os Irreverence são uma banda bem experiente e voltam a lançar música cá para fora dois anos após o seu último álbum de originais. Sendo a época que foi lançado (em Novembro do ano passado), onde tudo ainda estava um bocado pior que agora, é compreensível a necessidade de lançar algo para marcar presença, tal como temos visto muitas bandas a fazer. E da parte dos italianos, continuamos a ver/ouvir e sentir muita garra na forma como debitam o seu som. Talvez ainda falte um bocado para que possam subir a um palco e ter o público à frente a fazer o que o som exige, mas por enquanto é bom ver que eles continuam bem activos e cheios de garra.
7.5/10
Fernando Ferreira
Viking – “Do Or Die”
1988/2021 – High Roller Records
Imaginem esta imagem. Um velho B-17, depois de passar pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial, todo furado e a voltar de uma missão. Onde tudo parece estar preso por arames. É desta forma que soa “Do Or Die”, o primeiro álbum dos norte-americanos Viking. A produção é bem podre – o álbum foi editado originalmente em 1988 e por esta altura o thrash metal já convencionava a apresentar produções bem cristalinas sem perder a potência – e a música dava uns repentes de Dark Angel misturados com os Slayer, isto tudo nos seus estágios inicias: brutalidade e violência de acordo com os parâmetros thrash metal que em termos instrumentais até revelava um pouco do death/thrash de bandas como Possessed. Foi um álbum que ganhou o seu culto no underground mas nunca muito além disso e ao ouvi-lo hoje em dia e apreciando as suas melhores e mais eficazes características (a violência), o facto de soar tão podre faz-nos parecer que está apenas a uma corrente de ar de um espectacular acidente. Seja como for, para os coleccionadores e historiadores, há matéria qualitativa que justifique a procura por esta reedição em vinil.
7/10
Fernando Ferreira
Criminal – “Zona de Sacrificio”
2021 – Metal Blade
Apesar de na sua génese o som do duo Aspidium seja bastante directo, consegue-se apanhar uns pormenores melódicos bem interessantes. Algo que não seria expectável numa proposta de black/death metal. Esse até é um pormenor que vamos interiorizando bem, já que faz bem no que à dinâmica diz respeito. A questão é que conforme o álbum vai avançando, essa dinâmica vai-se tornando progressivamente menos eficaz e instala-se uma certa tendência para o marasmo onde a repetição não é definitivamente benéfica.
6/10
Fernando Ferreira
Death On Fire – “Six Foot Box”
2021 – Edição de Autor
Depois de “Ghost Songs” editado no ano passado, os norte-americanos Death On Fire regressam com este EP, com três novos temas que, na minha opinião não servem para cativar ou chamar a si mais fãs. O tema-título é quase uma balada, enquanto “A Hell Of Our Design” é um bocado aborrecido. “Begging For Air” assume-se como o tema mais interessante mas mesmo esse acaba por não ser propriamente memorável. Compreende-se a necessidade de tentar lançar algo para manter a banda activa enquanto não há outra actividade possível, mas é pena não ter algo mais memorável.
4/10
Fernando Ferreira