WOM Reviews – Empire Of Disease / Evil Politicians / Valyear / Kaonashi / Red Dawn Rising / W!zard / Sea Sleeper / Just Friends
WOM Reviews – Empire Of Disease / Evil Politicians / Valyear / Kaonashi / Red Dawn Rising / W!zard / Sea Sleeper / Just Friends
Empire Of Disease – “With All My Hate“
2021 – WormHoleDeath
A história dos espanhóis Empire Of Disease é comum a muitas outras que temos conhecido nos últimos tempos. Lançaram o EP de estreia em 2019 e quando estavam a meio do processo de promoção, a digressão (que até iria passar por Portugal) teve de ser cancelada. Parar é morrer – embora continuar também seja um privilégio que nem a todos assiste – e como tal a banda meteu mãos à obra e aqui está aquele que é o seu álbm de estreia. Uma mistura entre o death metal moderno, o thrash metal groove e o metalcore, é um equilíbrio perfeito na medita em que nos faz sentir que não é apenas mais uma banda. Pelo contrário, este é um álbum cheio de dinâmicas e inteligente – o facto de não serem alérgicos aos solos de guitarra demonstra isso mesmo. Além de talento, claro, porque são bons solos que trazem valor acrescentado. Não se deixem enganar pelas aparências, este é um excelente trabalho.
8.5/10
Fernando Ferreira
Evil Politicians – “Indignation Army”
2021 – Edição De Autor
Estreia bombástica por parte da banda brasileira Evil Politicians – sim, bombástica o suficiente para não fazer comentários nenhuns sobre o nome da banda. Além deste, claro. O poder que a banda traz para além de uma identidade musical difusa que ora tanto nos parece death/thrash metal como metalcore e é um dos poucos casos em que essa indefinição resulta muito bem. Sinceramente, não interessa muito ao que soa, apenas que soa bem, muito bem. Poderoso e melódico, cheio de ganchos melódicos aos quais fica-se logo preso. Neste patamar inclui-se também uma série de pormenores das guitarras solo. A banda de Curitiba tem um potencial fantástico e “Indignation Army” vai-vos converter asism que o ouvirem.
8.5/10
Fernando Ferreira
Valyear – “Revolution Fear”
2021 – WormHoleDeath
O metal alternativo, o género, sempre se pautou por algo mais assente no ritmo, no peso das guitarras ritmo e claro, pelo groove. Os Valyear têm tudo isso mas também têm algo mais que nos diz que apenas são mais um. Sim, faria falta, na nossa opinião, aqui uns pormenores de guitarra solo, só para trazer um pouco de mais distinção a cada um dos mesmos. No entanto, a força destes temas não desvanece por faltar algo mais tradicional. Dentro do estilo em que se posiciona, até podemos dizer que “Revolution Fear” não tem nem um momento morto. Temas curtos, raçudos e orelhudos e perfeitos para quem gosta de metal alternativo. E a simplicidade quando é bem feita, não tem como falhar.
8/10
Fernando Ferreira
Kaonashi – “Dear Lemon House, You Ruined Me: Senior Year”
2021 – Rude Records/EVR
A música dos Kaonoshi é tão enigmática e perplexa como o título deste álbum como potente tal como a capa. Na realidade o título (e o álbum em si) faz parte do conceito que foi iniciado no EP “Why Did You Do It?” em 2018. O conceito que conta a história a história de Jamie, o protagonista andrógeno que aqui chega aos últimos anos do liceu e que, como podem estar a pensar e pela capa do disco, não vai acabar bem. Um disco provocador a vários níveis e que tem como intenção o desconforto. Musicalmente, a união entre o pós-hardcore/mathcore espásmico e um certo sentido melódico que toca no pós-rock e progressivo, há uma certeza de se estar algo intigante que nos prende a atenção. Exige habituação e insistência mas devolve tudo, com juros.
8/10
Fernando Ferreira
Red Dawn Rising – “Weight Of The World”
2021 – Edição de Autor
Estreia bem sólida por parte destes belgas que apesar de se situarem no metalcore, trazem melodia que nos faz lembrar em muitos momentos o death metal melódico de outrora. Isto sem que se tenha a sensação de estarem voltados para o passado ou de serem mais uns a seguirem a moda (que por esta altura, temos que reconhecer, já passou). “Weight Of The World” é um trabalho cru mas honesto. Com garra e força própria de quem sabe reconhecer o seu valor. Um pouco de dinâmica para destacar os temas e tornar o álbum mais diversificado seria bem vindo mas esta não é uma questão que esteja muito tempo presente. No geral, como disse no início, sólido.
7.5/10
Fernando Ferreira
W!zard – “Definitely Unfinished”
2021 – Luik Music
O som peculiar nem sempre resulta em casos de conversão de sucesso, mas pelo menos faz aquilo que muita música hoje em dia falha que é causar uma sensação. Obrigar o ouvinte a sair da apatia onde se refugia. E conseguem fazê-lo de forma distinta. Algures entre o rock noise e o punk – “Bones” por momentos parece que foi gravado em 1979. Uma multiplicidade de géneros sem andar a dispara a tudo o que mexe e sem sacrificar uma identidade própria. Um EP interessante e recomendado para gosta de música maleável mas com sentido.
7/10
Fernando Ferreira
Sea Sleeper – “Nostophobia”
2021 – Metal Assault
Álbum de estreia dos Sea Sleeper que teve um bom impacto entre quem gosta de música fora-da-caixa. Não que isso seja um estilo propriamente dito mas a forma com conseguem ir a vários campos sem propriamente soarem a requentado em qualquer um deles, é um ponto positivo. O sentido espásmico do pós-hardcore, com algum metalcore à mistura e o sentido atmosférico (e melódico) do pós-metal faz com que “Nostophobia” seja um peça apetecível de dissecar. Não será, contudo, uma tarefa fácil mas para quem gosta de ser desafiado, é um destaque. E para quem já tinha ficado com essa impressão e seja coleccionador de vinil, agora é uma boa oportunidade para aproveitar, já que depois de ter sido lançado em CD e em formato digital, o vinil é a próxima paragem.
7/10
Fernando Ferreira
Just Friends – “JF Crew Vol. 2”
2021 – Pure Noise
Como o nome indica esta é o segundo volume de uma série de EPs por parte deste colectivo – nunca o termo foi tão apropriado – que até é bastante refrescante apesar de não ser um género que mais entusiasme aqui a esteve vosso escriba. Temos uma mistura de hip-hop com um espírito meio punk, meio alternativo, a lembrar alguns dos álbuns mais revolucionários da década de noventa ou bandas como Dog Eat Dog . Interessante cover dos No Doubt e um EP divertido e fácil de ouvir.
6/10
Fernando Ferreira