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WOM Reviews – Shamael / Darkthrone / Void Tripper / LLNN / Colossus Of Destiny / Nur / Pendejo! / Morticula Rex

WOM Reviews – Shamael / Darkthrone / Void Tripper / LLNN / Colossus Of Destiny / Nur / Pendejo! / Morticula Rex

Shamael – “Melancholie Der Engel”

2021 – Satanath

Shamael – escolha de nome inteligente – é uma one-man band italiana criada por Raffaele Galasso dos Gardenjia, que aqui opta por uma sonoridade funeral doom metal. Uma sonoridade muito específica que é difícil de agradar a todos, mesmo os que são fãs de doom metal. Também não é um género fácil de triunfar – não que seja fácil triunfar em qualquer género ou fazer grandes canções. O equilíbrio é mais fino entre acertar em cheio ou aborrecer de morte. “Melancholie Der Engel” poderá não acertar em cheio mas anda muito perto. Os quatro temas são melancólicos e contemplativos e têm um grande trunfo. A forma como usam a componente atmosférica – sempre um grande aliado do doom metal – e essa componente é o que se torna mais memorável. Um álbum que marca um início de carreira que se prevê muito interessante.

9/10
Fernando Ferreira

Darkthrone – “Eternal Hails…”

2021 – Peaceville

Darkthrone, um nome já lendário e que dispensa apresentações no reino do black metal, ainda que de uns tempos para cá tenha decidido expandir a sua sonoridade para outros campos para além daqueles que são os mais marcantes da sua carreira. Ou pelo menos incontornáveisl. O que há de especial neste duo é a forma como apesar de serem criativamente inconformados e aventurarem-se no punk, no heavy metal ou, agora, no doom metal, acabam sempre por manter a sua identidade imaculada, algo que é mais difícil do que parece. “Eternal Hails…” é então a aventura pelo doom e que incorpora todas as incarnações anteriores: o ambiente do black metal, a atitude punk, o espírito heavy metal que se junta à estética doom. Cinco temas longos e aos quais poderão requerer alguma habituação para quem chegou aqui agora. No entanto quem esperava o inesperado, com aquele toque Darkthrone, é algo que vai soar muito bem. Realmente soa. Cada vez melhor a cada passagem. Não sabemos como vai ser o futuro, mas esta escolha criativa até é capaz de ser a mais excitante dos últimos anos da banda.

8.5/10
Fernando Ferreira

Void Tripper – “Dopefiend”

2021 – Abraxas

Fumaça brasileira que nos sai das colunas. Nada que um nome de banda como Void Tripper ou de álbuim como “Dopefiend” não nos fizesse desconfiar. O álbum de estreia da banda de Fortaleza que vai ao encontro das expectativas que o EP de 2019 já tinha deixado. Doomzorro/stonerzorro monolítico e letárgico quje faz com que a temperatura automaticamente aumente assim como o nosso tempo de recção a… ao quer que seja. Os deuse do doom ficarão certamente satisfeitos com o grau atingindo aqui. Tem é que se fazer a advertência ligeira de que não é um trabalho facilmente absorvível por todos os que não gostam de ritmos lentos. Aliás, é necessário mesmo paixão ao stoner/doom metal para que este trabalho bata forte, sendo exigente a esse ponto. No entanto, tudo o que exige, dá de volta.

8.5/10
Fernando Ferreira

LLNN – “Unmaker”

2021 – Pelagic

Deveria haver um rótulo, oficial e universal, que seria apenas para música desagradável. Isto não como classificação qualitativa. Como uma descrição estilística apenas. Os LLNN seriam certamente um exemplo. Claro que não existindo isso fora da minha cabeça,teremos que encaixar os LLNN na prateleira do sludge e pós-metal sabendo que provavelmente nenhum dos dois (nem os dois juntos) é totalmente satisfatório para o que podemos ouvir. Um desespero tal que deixa o ouvinte num estado catatónico e de apatia? Afinal de que adianta mais sequer esforçar-nos para respirar, perante tal imersão num estado de calamidade irremiediável? O sufoco claustrofóbico que cerca, permanece muito para além dos menos de quarenta minutos que dura e isso já é dizer algo acerca da sua intensidade. Intensidade mesma que impede com que seja um álbum ao qual vá recorrer frequentemente – a bem da (pouco) sanidade mental que resta – mas que também deixa claro que será um dos melhores trabalhos dos dinamarqueses.

8.5/10
Fernando Ferreira

Colossus Of Destiny – “Last Call”

2021 – Edição de Autor

Após uma longa espera de sete anos os Parisienses Colossus Of Destiny lançaram finalmente “Last Call”, o tão aguardado sucessor de “In Lesser Brightness”. Vulgarmente apelidados como uma banda de Sludgecore os Franceses Colossus Of Destiny provam e de que maneira neste ‘Last Call’ que são muito mais do que isso, como que uma espécie de Mastodon com esteróides o quinteto Parisiense explora todo um filão de violento e rude Hardcore misturado com precisão com a visceralidade do Sludge Metal mas complementado com a melodia, dinamismo e técnica do Progressivo. ‘Last Call’ mostra não só uma clara evolução e amadurecimento dos Colossus Of Destiny como um vislumbre muito mais definido do caminho que se propõem a seguir, onde sem dúvida que a vertente do Progressivo vai ganhar espaço como uma espécie de freio ao natural e revoltado ímpeto do Hardcore. Destaque não só para os extraordinários temas ‘Behind Exposed Lines’ e ‘Shapes And Figures’ como para a fantástica capa de ‘Last Call’, uma ilustração criada e executada por Chris Panatier.

7.5/10
Jorge Pereira

Nur – “Negative Transfer”

2021 – Suicide

Ao segundo EP, os israelitas Nur têm absolutamente a nossa atenção. Continuna a ser curto – três temas menos de quinze minutos – mas o que fazem com o pouco tempo disponível não deixa de ser memorável. Estão cá todos os requisitos para quem precisa de uma bela esfrega de pós-metal apocalíptico. Todos menos aquele que nos deixa derreados de tal forma que não conseguimos fazer nada. Estes três temas não chegam para despertar a fome que fica… o que até é positivo e deixa o ouvinte ansioso para o que venha de seguida. So far so good.

7/10 
Fernando Ferreira

Pendejo! – “Toma”

2021 – Edição de Autor

Conceito interessante. Fãs da música pesada e membros da comunidade latino-americana nos E.U.A. decidem juntar-se pra fazer a música que gostam mas com o twist de cantarem em castelhano e de juntarem à mistura um trompete endiabrado. Duvidável? E se lançarem um EP a começar com uma rendição do clássico dos Iron Maiden, “Wrathchild” e se metessem lá pelo meio uma cover da “Wizard” dos Black Sabbath, aqui apelidada de “El Mago”? Ainda mais duvidável? Talvez mas também é ainda mais irresistível. Obviamente que as covers ganham a nossa atenção de longe mas o EP, como um todo revela-se positivamente intrigante e qualquer um com vontade de ouvir mais.

7/10
Fernando Ferreira

Morticula Rex – “Autumnal Rites”

2021 – Satanath

O duo italiano Moarticula Rex está de volta após a estreia em 2018 com “Grotesque Glory”. É um álbum que não tem qualquer receio ou vergonha da nostalgia já que remente – pelo menos a mim foi o que fez – para o período intermédio da década de noventa onde fazer só death metal ou doom metal não era satisfatório e havia a necessidade urgente de ampliar horizontes. O ponto em que “Autumnal Rites” está é mesmo naquele onde esse caminho começa. Sem exageros melancólicos ou melódicos, temos peso bruto mas também arranjos de qualidade ímpar. Isto tudo embrulhado numa produção que é rude o suficiente para manter o estigma “old school” bem presente. Não será um álbum ao qual irei recorrer, admito, mas o prazer que dá enquanto se ouve também é inequívoco. Para os fanáticos do death/doom metal.

6.5/10
Fernando Ferreira

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