WOM Reviews – Jordfast / Avskräde / Dungeon Steel / Myronath
WOM Reviews – Faustian Pact / Lake Baikal / Ossaert / Deadspawn /
Beast Of Revelation / Fosch / Aspidium / The Spirit
Cień – “Redemption”
2021 – Godz Ov War Productions
Terceiro álbum por parte destes polacos que conseguem chamar a atenção facilmente para quem gosta de música negra mas também sair um bocado daquela fórmula que se generalizou como “A” fórmula (escandinava). Os polacos dão mais ênfase aos ambientes e às melodias macabras como forma de empolar o seu poder metálico. E resulta particularmente bem , mesmo em temas que são na sua maioria longos – o mais curto tem quase sete minutos. Trabalho de guitarra bastante interessante e dinâmico que é o centro das atenções. Isso e a multiplicidade de registos vocais por parte de Ashgan garantem o interesse sem dificuldades.
8/10
Fernando Ferreira
Avskräde – “Det Stora Tunga Sjuka”
2021 – Purity Through Fire
Mais uma entidade desconhecida se afirma no black metal. A minha resposta habitual é que não interessa a identidade dos músicos, interessa é a música e continuo a sentir isso, mesmo quando a música em si apresenta uma identidade que está longe de ser única. Curiosamente é por esse motivo também que este álbum me soa bem. É genérico? Claro mas é mesmo aquilo que o black metal deve soar. Ou pelo menos um exemplo, entre muitos, de como deve soar. Temas curtos e sem grandes experimentações, o que está aqui em evidência é a capacidade de debitar riffs memoráveis. Com as letras em sueco, também não se sabe o grau de devoção ao tinhoso mas podemos presumir que é bem acima da média. Tal como a qualidade do trabalho em si. A simplicidade consegue mesmo marcar pontos quando surge com inspiração.
8/10
Fernando Ferreira
Dungeon Steel – “Bloodlust”
2021 – Signal Rex
Que temos aqui? Black Speed Thrash Metal das profundezas do Equador? Este pessoal é de Wampyric Rites, portanto a ideia de uma existências nas profundezas não soa descabido. Mas, ao invés das ambiências tão particulares de Wampyric Rites (geniais, diria), estes Dungeon Steel ofertam-nos deliciosos licks de guitarra de fazer o mais velhinho fã de Thrash, soltar uma pinguinha. Man, até o nome nos remete para os primórdios do Heavy Metal, altura em que tudo era Heavy Metal, ponto! Editado pela Signal Rex, este EP é composto por 6 malhas de tributo a um Speed Thrash repleto de riffs ritmados e solos acutilantes. As vocalizações remente-nos para um (possível) Black Speed Metal (fuck labels), mas isto é Speed Metal das cavernas, caramba! Há alturas em que quero sentir-me um verdadeiro Headbanger, aqueles de calça elástica e longa melena ao vento, e esta é bem possivelmente das melhores bandas-sonoras para realmente invocar o espirito do Real Heavy Metal, o que quer que isso seja. “Midnight Nightmares” e aquele riff do início, uuuuuh. Até detalhes vocais de King Diamond temos! 80s, babies! Será Dungeon Steel, realmente, um tributo ao Passado? Quer seja, quer não, é muitíssimo bom, e funcionará imensamente bem como uma forma de combater (de forma positiva) aquele saudosismo. O trabalho de guitarra, já comentámos que era delicioso, mas a bateria está com um som adequadíssimo para aquilo que se pretende. Para lá da faceta da composição, a própria produção ajuda a que a ideia de Passado, ganhe força. Que mais? Saquem lá do colete, e siga para o mosh!
8/10
Daniel Pinheiro
Myronath – “Djevelkraft”
2021 – Hellstain Production
Formados em 2019, os suecos Myronath editam agora o seu 2.º álbum, 2 anos depois da estreia (“Into the Qliphoth”). Dando uma olhadela aos membros da banda, encontramos pessoal que toca em Ragnarok e A Canorous Quintet, entre outros (só assim as mais sonantes). Que podemos então assumir? Nada, já que isto não significa que os músicos teham seguido a linha musical dos referidos projectos… ou então sim. Ou então sim, exactamente. Não será, de forma alguma, cópia de qualquer um dos projectos, mas andará na esfera de influência destes. Myronath é Black Metal com uma toada melódica, em que a produção é limpa o bastante para que tenhamos noção dos instrumentos; uma preocupação com os riffs, com o detalhe melódico, como já referido. Black Metal com um som bastante cheio e envolvente. Aqui não há a necessidade de “escavar” com a finalidade de encontrar aquele riff, já que é fácil discernir que se passa. Há, aqui, algo que o faça destacar-se no meio dos 34537484576 álbuns de Black Metal que saem todos os dias? Provavelmente não, mas isso não significa que seja mau. Há momentos fortes e uma malha como “She Who Dwells in Flames” é um bom exemplo da linha deste trabalho: melodia, força, produção enorme, mais melodia e riffs de guitarra. Não soa a Noruega, mas também não soa a Suécia? Bem, tem ex-membros de Therion, por isso… a malha seguinte é muito interessante, mas já não a tomaria, na totalidade, como Black Metal, visto ter um groove distinto. Álbum interessante para aqueles que apreciam produções cheias e melodias delicadas, ainda que de dente afiado.
7/10
Daniel Pinheiro