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A Day At The Movies – Rambo: Last Blood

Dissemos desde o início, ainda nas páginas da nossa revista digital, que esta rúbrica não se limitaria a filmes sobre música, embora esse pudesse ser o nosso foco primordial. Sendo que o tempo também não é abundante, vamos focar-nos naqueles filmes que nos permitem quebrar o nosso (apertado) horário para um momento de diversão. Embora nem seja sempre nessa perspectiva que encaramos o cinema, é sem dúvida uma parte importante o entretenimento.

É a partir dessa perspectiva que encaramos este, em princípio, último filme da saga Rambo. A acção foca-se passados dez anos (mais coisa menos coisa) após o final do anterior, onde Rambo volta à quinta do seu pai. Ficamos aqui a saber que durante esse tempo ele cuidou ou foi acolhido (qualquer uma das hipóteses faz sentido) por uma família de emigrantes mexicanos tendo sido inclusivamente tutor de uma menina que agora está prestes a ir para a universidade. No entanto e apesar dessa nova fase da sua vida, continua com vontade de fechar uma página do passado e de reencontrar o pai que a abandonou anos atrás. Decidida a fazer esse encontro, e apesar dos avisos contra de Rambo, ela embarca numa viagem ao México, onde as coisas, previsivelmente, não correm bem.

Sem querer entrar em comparações com os restantes filmes, vamos apenas focar-nos na acção presente. A história do filme é previsível, sim. Afinal estamos a falar de um filme de Rambo. Quando alguém que lhe é próximo vai fazer uma viagem, é sabido que vai correr mal. Os mais cépticos poderão colocar a questão do facto dele, a personagem (e também Sylvester Stallone) já estar a cima dos setenta anos. E podemos dizer que, tendo em conta que estamos a falar de um filme, é perfeitamente credível a forma como ele dá a volta à questão – credível de uma forma que o Sozinho em Casa é credível, tal como os vietcongs deram para tabaco nos americanos (e esta é uma imagem mental que é importante para ter em mente no terceiro acto do filme). Em relação ao desenvolvimento da personagem, os fãs poderão sentir que está de acordo com aquilo que foi vivido nos filmes anteriores embora no final não se sinta que seja o capítulo final que a mesma merece. Não há aquele sentimento de redenção e paz, embora, provavelmente, isso seja algo que nunca estará ao alcance.

Os pormenores da violência e da política na coisa… A violência é algo que todos esperam e de certa forma desejam. Este é um filme para os fãs, que desejam ver o Rambo mais uma vez e inevitavelmente terão de haver alguns pobres desgraçados para levar no lombo que nesta vez foram um cartel mexicano. Claro que numa altura em que muro (não propriamente neste exacto momento mas desde que Trump subiu ao poder) entre os Estados Unidos e México continuar a ser um assunto divisivo, andar a malhar nos mexicanos é potencialmente explosivo. No entanto este era um argumento que andava no ar desde 2005 (mais coisa menos coisa), e ao contrário do que aquilo que foi feito anteriormente noutros filmes da saga, não há uma simplificação nem generalização de uma nacionalidade, embora a facilidade com que aquele pessoal armado passa a fronteira realmente parece… demasiado. No geral é um filme que deixa satisfeitos os velhos fãs (tirando aquela sensação de não ser o final adequado para a personagem finalmente pendurar as botas) e que entretém, de maneira superior ao que se esperava.

Nota 7/10
Fernando Ferreira


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