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Alien 3 Review

O terceiro capítulo é talvez o mais sombrio e ao mesmo tempo o mais espontâneo. A nave onde viajam em animação suspensa o Cabo Hicks,Newt, Ripley e Bishop (ou o que sobra dele) despenham-se num planeta prisão onde se encontram umas dezenas de homens que tem de rapar os cabelos e pêlos por causa de uma epidemia de piolhos e onde há uma crença acentuada em Deus. Mas parece que dentro da nave vinha mais um ser e o pesadelo recomeça mais uma vez. Sigourney Weaver encabeça mais um bom elenco completado pelos nomes de Charles S. Dutton (Predadores de Nova York), Charles Dance (Menino de Ouro) e a participação especial de Lance Henriksen (Aliens – O Reencontro Final). Como todos os outros anteriores filmes, os produtores David Giler e Walter Hill apostam num realizador desconhecido do grande público (Cameron já era conhecido quando fez o filme mas quando foi escolhido não o era, tendo inclusivamente escrito o guião de Aliens durante as filmagens do Exterminador Implacável) David Fincher que na altura era um requisitado realizador de telediscos mas como os seus antecessores mais tarde iria alcançar o sucesso, nomeadamente com o filme Se7en
Este é possivelmente o mais problemático filme da saga, tudo o que podia correr mal correu mal. Pressão enorme sobre toda a equipa, o estúdio com medo que o filme fosse um flop de bilheteiras. Os problemas começaram quando havia uma vontade generalizada para o terceiro filme e embora a dupla de produtores estivesse interessada, não estava propriamente excitada devido ao problema da originalidade, como poderiam eles tornar uma terceira parte diferente de tudo o resto. Esta indecisão e falta de rumo é capaz de ser o que marca mais o filme, tendo no início se pensado em fazer a história se desenrolar num laboratório especial, mudando-se depois para uma espécie de Alcatrás espacial. Contactaram vários realizadores antes de chegar a Fincher sendo um deles Renny Harlin (Pesadelo em Elm Street IV; Assalto ao Aeroporto; Cliffhanger – Assalto Infernal) que já se tinha decidido a não copiar nem Cameron nem Scott mas sim a fazer um filme independente aproveitando a herança dos filmes anteriores. A ideia de Harlin era transportar a acção ao planeta dos aliens e explicar o que realmente eles eram, mas na altura iria custar demasiado dinheiro. 
Outro conceito que andava pelo o ar era dos aliens virem á terra. A ideia da prisão não agradava a Harlin por considerar que aquilo já tinha sido visto antes,os corredores e o espaço diminuto, ele só queria usar isso com desculpa para chegar á terra. Também se falava de não haver a necessidade de Sigourney Weaver estar envolvida em Alien 3. De qualquer maneira, depois de um ano a trabalhar no projecto, Harlin desiste por não conseguir se sentir entusiasmado o suficiente apenas com a ideia de ter mais armas e mais aliens e nada de original. Depois de Harlin, foi contratado Vincent Ward para realizar e embora não estivesse muito interessado em sequelas decidiu tentar. Olhou para o guião e não gostou por o achar o usual filme de ficção científica e rescreveu outro o qual foi aprovado. O problema surge quando estúdio lhes dá uma data para o lançamento impedinno que a história se desenvolvesse, tendo sendo desde aí uma luta contra o tempo. 
Começaram a trabalhar na produção de cenários para o guião de Ward que se passava num planeta de madeira, com vários niveis. Mas depois os produtores começam a não gostar tanto desta ideia, então depois de uma reunião com os responsáveis do estúdio e de muitas imposições Ward é substituído por David Fincher, depois de grande parte dos cenários para o argumento estarem em andamento. Na altura Ward pensava que era uma tarefa impossivel para Fincher porque havia muita pressão para que o filme fosse bem sucedido, era basicamente o cordão umbilical do estúdio na altura. David Fincher começou a trabalhar sem aquilo que é o básico para qualquer realizador que é o guião.
Facto curioso para a forma como Sigourney Weaver conheceu Fincher numa reunião de executivos e Weaver pergunta-lhe como é que ele visualizava Ripley neste filme ao que ele responde, encolhendo os ombros:”Não sei…careca?” Alien 3 marca também o regresso de Giger ao design do monstro, depois de no segundo esse trabalho ter ficado a cargo do próprio Cameron e apresenta um monstro diferente partindo da premissa do primeiro, que conforme o hospedeiro isso iria afectar o aspecto final do alien. Esta terceira parte é a que menos gosto, mas não deixando de ter a seu favor muitos pontos a favor, como o apoio no desenvolvimento das personagens como agente do desenvolvimento da acção sendo as personagens mais o centro da acção do que o alien em si, o ambiente gótico, industrial e apocalíptico levado ao extremo e o final que fala por si mesmo. Apesar de todos os problemas que atravessaram o filme, o resultado parece ter ultrupassado bem as expectativas, se bem que nos Estados Unidos foi um fracasso mas no resto do mundo foi um sucesso estrondoso tal como os dois primeiros. Acaba por ser uma sequela digna e extremamente bem conseguida dada todas as condicionantes e por ser extremamente pesado no argumento e na imagem/imaginário acaba por ser fascinante por isso mesmo. The Bitch is Back! 
Nota 8/10

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