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Pilhas de Discos #8 – Warfield, Candlemass, Ye Banished Privateers, Miss Lava, Epica, The Chris Rolling Squad

Warfield – “With The Old Breed”
2025 – Napalm Records

Para os fãs de thrash metal, os Warfield serão uma boa surpresa. Apesar de já existirem há mais de uma década, este é apenas o seu segundo álbum (e surge sete anos após a estreia). Thrash metal agressivo a ir buscar aquelas raízes dos primórdios dos Kreator, Sodom e Destruction, onde o death e black metal estavam ao virar da esquina e que faz com que apesar de não apresentarem nada de novo, conquistam pela qualidade das suas composições. Bons riffs, bons leads, bons solos e boas malhas, a rasgar como manda a tradição teutónica. Recomendado, obviamente. (9/10)

Vulvarine – “Fast Lane”
2025 – Napalm Records

Rock’n’roll boa onda que acaba por ser uma boa surpresa no catálogo da Napalm Records. Espírito old school com uma produção semi-moderna mas que não retira o carácter orgânico das músicas. Este segundo álbum das Vulvarine mostra que estão no caminho certo para conquistarem todos os fãs de hard rock ou simplesmente rock energético. Flui bem e rocka tudo no seu caminho. Não poderíamos pedir mais. (8.5/10)

Apocryphal Wound – “Mors Advenit Primis Diluculis In Tergo Equi Maledicti”
2025 – Supergoat Wreck-Whordes

Depois de tantos projectos por parte de Melkor, com cada um deles a assumir características estéticas diferentes entre si mas a haver semelhanças a nível de produção, seria de pensar que o nosso interesse fosse diminuindo a cada nova proposta. Neste caso até a surpresa foi considerável, sendo um projecto mais orgânico. Apesar de Melkor continuar a estar no centro das atenções criativas, é ajudado por Nuno Gomes nos arranjos dos teclados e por Simão Santos na voz (com um gutural profundo e bem eficaz). A música é funeral doom de extremo bom gosto que nos captura nas profundezas do abisco durante 3 longos temas ao longo de quarenta minutos. Recomendado para quem gosta do estilo. (8/10)

So Dead – “A Wet Dream And A Pistol”
2025 – Lux Records (Ride The Snake)

Os So Dead estão de volta e com eles vem toda a exuberância do post punk com laivos de synth wave. Música urgente que faz todo o sentido nos dias de hoje, mais que nunca, sendo confortavelmente desconfortável. Algo que já tinha estado bem presente na estreia “Wait To Die” e que aqui continua a ser explorado de forma bem sucedida. Aqui o desconforto é algo superior o que pode fazer com que este conjunto de músicas não entre tão facilmente como anteriormente, mas para quem o aprecia, continua a ser uma viagem mais que recomendada. (7.5/10)

Ryoji Shinomoto – “Children Of Bushido”
2025 – Napalm Records

Adoro experimentação – daquelas de fãs que para quem não é fã acabam por ser ideias sem pés nem cabeça – adoro covers, adoro tributos e adoro que peguem em algo que já ouvi até à exaustão e torná-lo diferente. Posto isto, quando se tem um projecto que pega nisto tudo, seria de esperar que fosse a melhor coisa do mundo, certo? Pois, nem sempre 1+1 é igual a 2. Neste caso alguns das melhores músicas dos Children Of Bodom foram reunidas e dado um tratamento japonês por parte de Ryoji Shinomoto, uma daquelas coisas que funciona bem como uma anedota: à segunda vez que se ouve começa a perder o interesse. Os clássicos são os clássicos e causam sempre um impacto positivo. O problema é que isto tudo são demasiado plástico e artificial, o que nos parece uma daquelas coisas feitas em estúdio com pouca intervenção humana. Dito isto, ainda assim e graças ao talento de Shinomoto e da qualidade das músicas, há potencialmente aqui algumas horas de diversão. (7/10)

Tetrarch – “The Ugly Side Of Me”
2025 – Napalm Records

Tetrarch, uma banda que poderá soar desconhecida para muitos dos fãs do metal tradicional mas que quem gosta de metal (rock?) mais moderno poderá conhecer. O seu som é datado, indo buscar a fórmula gasta mas sempre (mais ou menos) eficaz do nu metal. Ritmos fortes, refrões infecciosos mas no geral parece que já ouvimos isto tudo décadas atrás em bandas como Static-X, Linkin Park (sobretudo nas melodias vocais) e tantos outros. A questão é que já na altura o interesse neste tipo de som era bastante passageiro. Tal como toda a música pop (independentemente da sua qualidade), passadas algumas audições a coisa esgota-se. Tal como “The Ugly Side Of Me”. (6/10)

Candlemass – “Black Star”
2025 – Napalm Records

OS Candlemass são um caso sério de banda que apesar de uma carreira longa, continua a fazer voltar cabeças a cada lançamento discográfico. Até mesmo num EP de quatro temas, dois originais e duas covers – “Sabbath Bloody Sabbath” de Black Sabbath e “Forever My Queen” dos Pentagram. O centro é mesmo o tema-título “Black Star” que é um grande tema, à boa maneira Heavy Doom Metal dos Candlemass. Os fãs não vão querer perder. (9/10)

Wednesday 13 – “Mid Death Crisis”
2025 – Napalm Records

Os Wednesday 13 foi uma das boas bandas a ganhar popularidade na época do nu-metal mesmo não tendo, em parte, propriamente relacionada com o movimento. Indo beber à fonte de Rob Zombie, dos refrões infecciosos do hard rock e do imaginário do psychobilly, o que a banda apresenta continua a ser refrescante mesmo que seja exactamente aquilo que se espera. Mais um conjunto de temas que vão andar nos nossos leitores durante algum tempo. (8.5/10) 

Spiralist – “Violent Feathers
2025 – Raging Planet Records (Ride The Snake)

Spiralist, o projecto de Bruno Costa, tem sido uma constante lufada de ar fresco no underground nacional. “Violent Feathers” é o seu terceiro que não desilude na sua carga emocional e na música que o acompanha. Multifacetado e dinâmico, este é um trabalho que coloca as fragilidades não só do seu autor mas sobretudo de todos os seres humanos, nas suas falências, nos seus fracassos e na forma como é necessário ter contraste para que se possa apreciar a vida realmente. Peso, melodia e um disco que continua a dar a cada audição. (8/10)

Victor Torpedo And The Pop Kids – “Fuck The World”
2025 – Lux Records (Ride The Snake)

O título diz muito daquilo que podemos encontrar neste disco de Victor Torpedo: nove tratados de inconformidade pelo actual desgoverno do mundo, onde o conhecimento e a sabedoria que fomos acumulando ao longo de toda a nossa história parecem ser desprezados a favor da ignorância e do preconceito, do afastar daquilo que nos une a todos. Musicalmente, Victor Torpedo também não desilude, com aquele gostinho post punk, misturado com a energia do alternativo e punk. Um disco que mostra que certas coisas eram muito bem feitas e que isso não é propriamente ser escravo da nostalgia, apenas não deixar a memória do que é ser apagada. (7.5/10)

Buenos Vampiros – “Entre Sombras”
2025 – Spinda Records

Um assalto aos sentidos vindo da década de oitenta. Não exactamente desse período, já que os Buenos Vampiros são uma banda bem contemporânea, mas é a forma como nos soa, como nos faz olhar para esse período no tempo. Com um gostinho nostálgico na forma de post punk/shoegaze a desaguar no post rock, faz lembrar um pouco do rock do início da década de oitenta, e sobretudo o pop rock português – provavelmente o espanhol também, mas apenas posso falar da nostalgia que tenho. Um álbum suave para estes dias de calor que se avizinham. (7/10)

Gaahls Wyrd – “Brainding The Stories”
2025 – Season Of Mist

Este segundo álbum de Gaahls Wyrd é peculiar, o que já era esperado. O seu problema é que a sua peculariedade surge de forma regular. Por exemplo, as guitarras pesadas surgem apenas no quarto tema (que é fantástico) “Time And Timeless Timeline”, quebrando a toada mais atmosférica e introspectiva que o início do trabalho nos trouxe. Toada essa que regressa logo na quinta faixa, “And The Now”. Não querendo ser mal interpretado, o álbum detém qualidade, a questão é mesmo o foco que parece estar algo perdido na forma como a sua faceta mais atraente acaba por não ser explorada. (6.5/10)

Ye Banished Privateers – “´Til the Sea Shall Give up Her Dead”
2025 – Napalm Records

Sempre um gosto receber na nossa embarcação os Ye Banished Privateers. Folk acústico e com o imaginário dos piratas sempre presente, este conjunto de canções embalam-nos de forma única fazendo-nos navegar pelo espaço e tempo seja até séculos atrás ou simplesmente décadas atrás, quando os filmes de piratas (entre muitos outros) nos fizeram sonhar com as suas aventuras. Infalível na forma como nos cativa,, “Til The Sea Shall Give Up Her Dead” é mais um excelente trabalho. (9/10)

Iätön – “Portit Pohjolan”
2025 – Signal Rex

Trabalho de estreia dos finlandeses Iätön que trazem black metal old school e com orgulho. Mas old school sem pudores em usar teclados que nos faz lembrar quando eram usados para acrescentar ainda mais ambiência e profundidade à sonoridade agressiva e antes de se tornarem uma forma de chegar a mais pessoas e a seguir as vertentes mais próximas do gótico. “Portit Pohjolan” é portanto um regresso a tempos mais inocentes do estilo, com qualidade suficiente para se tratar apenas mais um exercício nostálgico. (8.5/10)

Yass – “Feel Safe”
2025 – Crazysane Records

Os Yass trazem-nos a segurança através do desconforto. “Feel Safe” é um tratado de como fazer noise rock multifacetado, onde os elementos electrónicos são uma peça fundamental na viagem em que encetamos. Hipnótico na forma como nos embala em loop e faz o tempo deixar de ter qualquer tipo de importância, num mantra que se cola ao vazio e que deixa um vazio no formato de abismo que nos engole por inteiro. Poderá não cativar à primeira ou à segunda mas inevitavelmente vai marcar. Tal como a mentira que ditas muitas vezes passa a ser verdade. (8/10)

Faemine – “Alluvion”
2025 – Edição de Autor

EP de estreia dos Faemine, que surgiram inicialmente como o novo projecto de ex-membros dos Vëlla e que se tornaram muito mais que isso em pouco tempo. Inevitável fazer a comparação com os já mencionados Vëlla, visto moverem-se ambos no mesmo campo sónico, no entanto, apesar dessas comparações e semelhanças, há um sentido de originalidade inesperado que faz com que este EP seja uma boa surpresa para quem não estava disposto a dar-lhes muitas hipóteses. Canções orelhudas e memoráveis num primeiro lançamento que antevê uma carreira sólida. (7.5/10)

Miss Lava – “Under A Black Sun”
2025 – Small Stone Recordings (Earsplit PR)

Os mestres do stoner/doom estão de volta. Os Miss Lava chegam ao quinto álbum com um estrondo. Numa exuberância discreta, o seu poder hipnótico está nos píncaros com um conjunto de canções que nos dá precisamente aquilo que queríamos e mesmo assim consegue surpreender na sua entrega. O elemento que está mais aprimorado é sem dúvida o do psicodelismo hipnótico que faz com que este álbum flua como uma viagem na qual não nos importamos de perder os sentidos – e caso isso aconteça, temos aquele instinto de andar para trás para pegar onde nos deixámos perder. Poder, peso visceral, e aquela garra que trata tão bem o rock pesado. Obrigatório, claro está. (9/10)

Epica – “Aspiral”
2025 – Nuclear Blast

Regresso dos Epica com um disco que não promete mudar o quer que seja mas que até se apresenta como um passo em frente em termos criativos. Apesar de todas as suas características principais estarem presentes – nomeadamente os arranjos orquestrais, os coros, as guitarras pesadas e claro, a voz cristalina de Simone – há uma tonalidade mais moderna seja nos arranjos – bem audível na faixa de abertura “Cross The Divide” – seja no peso das guitarras. No entanto, a componente épica está bem representada, o que faz com que esse passo em frente seja recebido bem pelos seus fãs. É um disco arrojado, camuflado como confortável – que o é inegavelmente. A questão é ver como é que esse arrojo que surge na sua acessibilidade, se vai traduzir criativamente no futuro. (8.5/10)

Sykofant – “Red Sun EP”
2025 – Edição de Autor

Depois do álbum de estreia lançado no ano passado, os noruegueses Sykofant estão de volta com este “Red Sun”, EP com três temas que garantem que quem gostou da estreia não vai ficar desiludido/a com este novo lançamento. Classe nórdica que parece ser inata e que se traduz num rock progressivo impossível de ficar indiferente. Não só pela complexidade técnica (sobretudo a nível rítmico) mas sobretudo como as músicas transcendem essa complexidade para uma simplicidade que nos faz soar contagiante. Excelente para os fãs do estilo. (8/10)


The Pages  – “We Are The Pages”
2025 – Lux Records (Ride The Snake)

Os The Pages estão de volta com o seu álbum de estreia depois do split com os The Neuras. Split prometer que vê aqui concretizada a sua promessa. Mistura do revivalismo mod com power pop e uma pitada de punk salpicada por ska, esta estreia embala-nos com grandes canções de fácil memorização, e que convidam a cantarolar. A nostalgia é a sua arma mais eficaz e não há nada de errado com isso. Dá gosto ver bandas a florescer desta forma. (7.5/10)

Battle Beast – “Circus Of Doom – Live In Helsinki 2023”
2025 – Nuclear Blast

Os Battle Beast são a proposta de topo da Finlândia no que diz respeito à mistura de hard’n’heavy com power metal mais melódico. É certo que a sua sonoridade tem ficado progressivamente mais “doce” nos últimos álbuns, mas ao vivo continua a ser uma força temível. Claro que ao vivo, aquilo que temos não é muito longe dos temas em disco e isso é provavelmente o ponto menos positivo que sobressai neste disco. Isto quando se pára para pensar. Algo que até nem surge oportunidade devido ao impacto que estas canções têm. Sobretudo para fãs, mas também para conquistar novos. (7/10)

Sodomic Baptism – “Contra Christum”
2025 – Brutal Records

A intro enervante faz descer os níveis de expectativa brutalmente. O que o primeiro tema a sério, “Bloody Redemption” prontamente contraria. Death metal com brutalidade a rodos e que, graças a uma excelente produção, nos atinge em cheio na cara. Se tem lugares-comuns? Fartura deles, não apresenta nada que não tenhamos ouvido cento e quinhentas mil vezes no estilo. Mas pelo outro lado, apresenta-se com bons solos, bons riffs que satisfazem as necessidades mais básicas para quem gosta de death metal blasfemo. E chega. (6.5/10)

The Chris Rolling Squad – “Damn You All To Hell”
2025 – Cimex Records / Ghost Highway Recordings (Grand Sounds PR)

Os franceses levados da breca The Chris Rolling Squad estão de volta para mais um grande álbum onde o heavy/speed metal se mistura com a energia do punk. São quinze temas furiosos (contando com a curtíssima “Pendejo 666” que dá um ar mais extremo à coisa e funciona como tema-título para o tema-título. Não há muitas mais palavras para descrever a qualidade desta banda e a forma como conseguem surpreender a cada disco que lançam. Este é mais um disco obrigatório ter na vossa audioteca. (9.5/10)

Vader – “Humanility”
2025 – Nuclear Blast Records

Os Vader estão de volta com um EP furioso de três temas. Por esta altura não seria de esperar mudanças naquilo que iriam entregar até porque com cinco anos de ausência, o que mais se queria era nova música. São três temas onde o death/thrash metal acutilante passeia pelos nossos ouvidos obrigando ao devido headbang. Uma banda que não envelhece, apenas fica melhor mesmo não trazendo nada de novo. (9/10)

Onslaught – “Origins Of Agression”
2025 – Reign Phoenix Music

Os puristas vão discordar absolutamente desta apreciação, mas eu acho que o exercício de regravação traz, na grande maioria das vezes boas vantagens, para os fãs e até para chamar novos fãs para a banda. Claro que temos sempre casos onde as regravações acabam por retirar poder ou provarem-se desnecessárias. Ora “Origins Of Aggression” comemora a história da mítica banda de thrash metal Onslaught com poderosas reinterpretações de clássicos de sempre dos britânicos. Os originais vão estar sempre lá, mas o que se ouve aqui é um exemplo muito próximo daquilo que a banda faz em cima dos palcos e que tem bem mais octanas do que os originais da década de oitenta. Depois temos ainda um segundo disco com covers – outra polémica para os puristas – que evidencia precisamente as suas origens. Para os fãs que não estão presos no passado e para quem não é (ainda) fã. (8.5/10)

Democrash – “Important People”
2025 – Raging Planet Records

Regresso de uma das mais talentosas bandas alternativas nacionais. E por alternativo, não quero colocá-los na mesma corrente que será fácil de associar ao movimento grunge. Alternativo na medida em que a sua música assume-se como uma verdadeira alternativa ao que é comum, tendo por base o rock mas indo buscar diversas influências a vários campos. Em “Important People”, aquilo que temos é o efeito hipnótico a instalar-se ainda mais na sua música. Como anteriormente, o saxofone, traz um toque de mestre a cada um dos temas e quando não é o saxofone, é a flauta como na “Parallel Universe”. Cada vez mais únicos, este é um disco para deixar crescer dentro do ouvinte, sem pressões, apenas pura apreciação. (8/10)

Necro Algorithm / Cult Of Alcaeus – “Doomed Algorithms” Split EP
2025 – Nova Era Records

Split peculiar entre duas bandas portuguesas, Necro Algorithm e Cult Of Alcaeus. Peculiar porque por norma nos split, temos os temas das bandas separados, enquanto aqui vão alternando. Por esse motivo apenas, a nossa avaliação não é superior. Sim, as músicas estão lá e se quisermos podemos alterar nós o alinhamento. No entanto, apesar de estarmos bem inseridos na era digital, a sequência dos álbuns, EPs e até mesmo splits importa, já que acreditamos que qualquer obra, para ser devidamente apreciada, deverá o ser sem saltar faixas ou qualquer adulteração. Quanto à música, death metal fantástico por parte de ambas as bandas, que apesar de partilharem o estilo, têm diferenças o suficiente para as conseguirmos distinguir. Sendo o primeiro lançamento de ambas as bandas, temos curiosidade para ver (e sobretudo ouvir) os próximos passos. (7.5/10)

Gizzah – “Remnants”
2025 – Edição de Autor

Nós começamos a ter algum historial no stoner/doom e esta estreia discográfica dos Gizzah ainda dá mais voz a este nosso pensamento. “Remnants” é pesado e minimalista nos seus arranjos, sempre com riffs gordos a acompanhar uma batida hipnótica, efeito esse que é aquele que mais transcende ao longo destes 11 temas. A voz meio gutural, meio gritada, demora um pouco a fazer efeito mas quando o efeito hipnótico se instala, é fácil de nos habituarmos a ela. Estreia valorosa por parte deste duo de Ílhavo. (7/10)


Dawnrider – “Five Signs Of Malice”
2024 – Metal On Metal Records

Os Dawnrider estão de volta e desta vez na Metal On Metal Records, com mais um disco que transpira a doom metal tradicional, cru e sujo. O que lhe dá logo desde o início um charme muito especial. Os teclados dão uma aura sinistra e ao mesmo tempo clássica, bem própria da década de setenta e das suas propostas de occult rock e este é um álbum sólido para os amantes de doom metal conferirem. (9/10)

Nebula – “Livewired In Europe”
2023 – Heavy Psych Sounds (Purple Sage PR)

Depois de um excelente “Transmission From Mothership Earth” em 2022, os mestres do stoner rock psicadélico regressam com uma celebração ao vivo que nos hipnotiza ao longo de quase uma hora. Com uma sonoridade suja, orgânica e sem tretas – ou seja genuína, este conjunto de temas assume o lado mais visceral daquilo que deve ser a música rock. Rebelde, inspirada e livre de amarras e constrições para agradar aqueles que não estão habituados a coisas que não sejam artificiais. Um disco à antiga. (8.5/10)

Manapart – “2084”
2022 – Edição de Autor

Já puderam ler a nossa introdução a esta banda da Argélia e eu tinha algumas expectativas em relação a este trabalho. Depois da estreia, a maior pressão era mesmo que a banda apresentasse uma sonoridade e identidade musical mais original. Pois bem, não é de todo o que temos e é por aqui que nos começamos a convencer que provavelmente esta será mesmo a sua identidade musical de raiz. E isso é mau? Bem, para algumas pessoas, poderá ser um factor decisivo, no entanto, a partir do momento em que soa tão bem como soa, não conseguimos deixar de apreciar estes três temas pelo seu peso, pela sua melodia e de certa forma por até serem mais System Of A Down que os seus últimos registos de estúdio uma eternidade atrás. Mesmo que não seja universalmente apreciada, para nós este som é viciante! (8/10)

Blasphemous Fire – “Beneath The Darkness”
2023 – Godz Ov War Productions

Nada como se ser surpreendido por uma nova banda do underground português. Álbum de estreia dos Blasphemous Fire que apresentam um Death metal enegrecido e blasfemo tal como manda a lei. Cavernoso e com uma capacidade para criar uma atmosfera desconfortável, “Beneath The Darkness” é um regresso às raízes mais primordiais do estilo sem qualquer tipo de preocupações com estéticas contemporâneas ou aproximação daquilo que se faz. Intenso e sujo como poucos, os fãs do som primitivo vão adorar. (7.5/10)

Thundermaker – “The Road”
2023 – Sliptrick Records

Terceiro álbum da one-man band sueca Thundermaker que tem em Marty Gummesson o seu timoneiro e que traz Heavy metal raçudo e cheio de classe. Pelo menos a classe é aquilo que temos logo imediatamente ao ouvir faixas como o tema-título e como a “Fire Burns Forever”, a primeira a contar com Ronny Monroe e a segunda com Tim “Ripper” Owens. Já aqui dissemos algumas vezes que nem sempre estes projectos que contam com múltiplos vocalistas são memoráveis, devido a alguma falta de consistência e não foi “The Road” que conseguiu mudar a nossa ideia. Ainda assim, as músicas são boas e o destaque terá de ir obrigatoriamente para a “Fake” que conta com o saudoso LG Petrov, falecido em 2021, ainda que não seja o tema mais memorável deste conjunto. (7/10)


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