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Road To Vagos – Aborted

O death metal no final da década de noventa poderá ter sofrido um decréscimo de popularidade mas sem dúvida que no underground as semente estavam a ser lançadas para que a nova geração nascesse. Foi o caso dos belgas Aborted, um dos grandes nomes do death metal mundial do novo milénio que marcará presença no Vagos Metal Fest.

A banda nasceu em 1995, fundada pelo vocalista  Sven “Svencho” de Caluwé, na Bélgica, em conjunto baixista Koen Verstraete, baterista Steven Logie e os guitarristas Niek Verstraete e Christophe Herreman. Reza a lenda, confirmada por Caluwé, que o nome da banda, “Aborted” nasceu do desejo de ver os CDs da banda na linha da frente, nas prateleiras das lojas. Em 1998 tiveram os primeiros lançamentos, as demos “The Splat Pack” e “The Necrotorous Chronicles”

O impacto foi positivo e não muito tempo depois, em 1999, a banda conseguiu assinar um contrato com a Uxicon Records e o resultado foi um clássico álbum de estreia na forma de “The Purity Of Perversion”. O impacto foi definitivamente forte num underground onde o death metal começava aos poucos a evidenciar sinais de vida pulsante. As mudanças no alinhamento foram uma constante e começaram logo no primeiro álbum de originais, onde saiu Steven Logie para entrar Frank Rosseau.

Disposta a não parar de trabalhar, a banda desde cedo revelou fome de música, tornando-se uma presença habitual nos escaparates. Depois do split com os Christ Denied em 2000 pela Soulreaper Records, 2001 era tempo de editar o segundo álbum de originais, o clássico “Enginnering The Dead” pela Listenable Records. Sem dúvida que a introdução de muitas pessoas à banda (como o foi no meu caso) e aquele em que evidenciava a banda como tendo algo especial. No entanto a dança das cadeiras continuava, tendo saído Christophe “Herre” Herreman, guitarrista, e entrado para o seu lugar Thijs “Tace” de Cloedt, uma das peças fulcrais para este sucesso.

Parar é morrer e a senda da banda por mais era interminável. Splits com os Brodequin, Drowning, Misery Index (4-way split) e ao vivo com os Exhumed foram o aperitivo para “Goremageddon: The Saw And The Carnage Done”. Por esta altura a banda tinha sofrido mais uma mudança de formação, saindo agora Niek Verstraete nas guitarras e entrando Bart Vergaert. A bateria também teve mudanças com o mítico Dirk Verbeuren (hoje em dia nos Megadeth) a substitui Frank Rosseau. Curiosamente Rosseau volta para o “The Haematobic EP” mas seria sol de pouca dura já que em “The Archaic Abattoir”, seria Gilles Dellecroix a tomar conta das baquetas da banda.

Em relação a “The Archaic Abattoir” terá que se admitir que este não foi um álbum pacífico entre os fãs, principalmente os mais antigos que o viram como uma tentativa de “vender” a banda, com algumas influências a notarem-se nas composições. Há efectivamente uma mudança, no entanto, a identidade da banda, na nossa opinião, não saiu beliscada. Ainda assim, podemos considerá-lo como um trabalho maldito e um pouco descaracterizado de todas as potencialidades, principalmente seguindo um excelente “Goremageddon: The Saw And The Carnage Done”. Comercialmente, todavia, não foi um fracasso, muito pelo contrário. E como tal, nada amis natural que termos o vídeo “The Auricular Chronicles” onde tem gravações ao vivo da banda no Wacken, na digressão norte-americana e em Roma, Itália.

A banda viria a aprofundar o caminho seguido no anterior álbum de originais com o competente “Slaughter & Apparatus: A Methodical Overture”, trabalho este que verificou uma mudança enorme no alinhamento, ficando apenas Sven de Caluwé, com todas as posições a serem trocadas, e a não conseguirem encontrar um baterista fixo – foi usado como músico de sessão David Haley. Apesar do afastamento da sonoridade mais caótica derivada de Carcass, é engraçado notar que Jeff Walker precisamente dos Carcass, participa em dois temas. A versão japonesa contém duas covers algo inesperadas: “Surprise! You’re Dead!” dos Faith No More e “Slaughtered” dos Pantera. Foi também o primeiro álbum para a Century Media Records.

Seria a primeira vez que a banda não tinha nenhum lançamento entre os dois álbuns de originais e a divisão com os fãs mais antigos continuava. “Strychnine.213” aprofundava um caminho mais melódico e mais perto do death metal melódico e até mesmo do metalcore, mais perto do que muitos puderam suportar.

Dois anos depois e dois antes de lançarem o próximo álbum, os Aborted regressam com um EP, “Coronary Reconstruction” que deixou boas expectativas em relação ao que vinha aí. E haviam bons motivos para isso, já que “Global Flatline” foi muito bem recebido tanto pela crítica como pelos fãs. O foco parecia estar de volta à brutalidade que os popularizou não dispensando no entanto a melodia, sendo o melhor de dois mundos e saudado quase de forma unânime como o seu melhor trabalho em muitos anos.

Mais uma vez a banda mudou de alinhamento em “Coronary Reconstruction” sendo claro que apenas Sven de Caluwé era a única força constante nos Aborted. O alinhamento mudaria novamente para o excelente “The Necrotic Manifesto”, tendo uma formação cada vez mais internacional. A produção do disco por parte de Jacob Hansen dotou-o de um poder que foi perfeito para casar com a brutalidade mais refinada que nunca.

As divisões entre os fãs pareciam estar apaziguadas e isso notou-se a cada álbum lançado. “Termination Redux”, mais um EP editado, agora em 2016, foi mais uma prova. E o aquecimento para “Retrogore”, um dos seus melhores trabalhos de sempre, onde todas as suas diferentes (e melhores) facetas foram representadas.

E obviamente não podemos deixar de referir “Terrorvision”, uma das nossas escolhas para os 20 melhores álbuns de 2018 na categoria de death metal brutal/grindcore. Mas antes disso mais um EP, lançado em 2017, “Bathos” como aperitivo para os fãs mais acérrimos e coleccionadores, numa edição limitada em vinil.

“Terrorvision” é um álbum grandioso que se espera que seja o foco da actuação da banda no Vagos Metal Fest, embora, verdade seja dita, não existe falta de potenciais candidatos para uma setlist que se prevê sempre pequena para o valor e qualidade desta lendária banda de death metal brutal. Um dos pontos altos deste enorme cartaz.

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