Entrevistas

WOM Entrevista – Hourswill

Tempo de balanço! Depois do lançamento do fantástico “Dawn Of The Same Flesh”, a World Of Metal foi conversar com João Pedro Costa, baixista dos Hourswill e o tempo foi de saber o estado da nação! Por Miguel Correia / Foto Joana Marçal Carriço

Olá e começo por agradecer a vossa disponibilidade para esta pequena entrevista e começo por vos dar os parabéns pelo último trabalho, “Dawn Of The Same Flesh” e peço que nos façam um balanço de tudo o que veio depois do lançamento, como foi ou está a ser recebido e claro…concertos.

Olá, Miguel. Nós é que agradecemos o convite. O que nós podemos dizer, acima de tudo, sobre “Dawn Of The Same Flesh” é que ficámos muito satisfeitos com o disco. Gostamos sempre de perceber como é que o nosso trabalho é aceite, mas quando nós estamos contentes e orgulhosos do resultado, o resto é um pouco acessório. Dito isto, claro que gostamos sempre de acompanhar o feedback, que tem sido bom, especialmente no estrangeiro. Por cá também temos boas reações, em particular nos concertos, mas há que ter em conta que o mercado nacional, por ser muito pequeno, tem menos espaços livres onde acomodar uma grande variedade de expressões. Os ouvidos que estejam demasiado sintonizados para um heavy metal mais tradicional talvez não estejam recetivos ao nosso tipo de proposta, mais a mais sendo um álbum conceptual e de digestão lenta. Mas vivemos bem com isso e não podíamos estar mais satisfeitos com o resultado deste trabalho.

O que mudou de “Inevitable” para este disco?

Aquilo que muda desde “Inevitable”, passando por Harm Full Embrace, para chegar a “Dawn Of The Same Flesh” é, essencialmente, a expressão. A essência da banda continua a ser a mesma, mas a expressão tem vindo a percorrer um caminho evolutivo influenciado por vários fatores, seja pelas alterações na formação da banda, seja pelo amadurecimento criativo, seja por nos apetecer contar histórias diferentes que requerem outros ambientes. Há todo um conjunto de situações que constroem o nosso ambiente musical e essa é a parte em que se vão sentindo as mudanças de álbum para álbum. Evolução, se quisermos. Aquilo que se mantém é a essência, que compreende, não só mas também, a livre expressão daquilo que temos para dizer em cada momento.

Falando naquilo que são as normais influências a que todos nós estamos expostos, neste caso, musicais, até que ponto elas são sentidas e marcam presença forte no vosso som?

É certo que toda a gente tem as suas influências e que aquilo que se ouve mais durante ou vida ou se está a ouvir mais num determinado momento tem de ter algum tipo de efeito, voluntário ou involuntário, naquilo que se está a criar. Mas não é uma coisa de que estejamos ativamente conscientes. São mais as pessoas que às vezes nos dizem que uma música lhes faz lembrar a banda X ou que uma passagem lhes faz lembrar a música Y. Umas vezes concordamos, outras nem por isso… (risos) Mas acaba por ser também interessante perceber essas opiniões.

“Dawn Of The Same Flesh” era o disco que vocês precisavam para conquistar o vosso “espaço” ou simplesmente é mais uma etapa de crescimento e natural maturidade musical, apesar dos 10 anos de vida da banda.

Era o disco que tinha de acontecer. Inicialmente não estava previsto um terceiro álbum para tão cedo, mas entretanto o Leonel apareceu com uma ideia muito sólida para toda a narrativa do álbum e assim que nos explicou o conceito as coisas começaram a acontecer por si rapidamente e com uma enorme naturalidade.

A conquista de outros mercados está nos vossos planos?

A nossa prioridade é fazer a música que nos faz sentido. O passo seguinte é fazê-la chegar a todos os lugares onde seja possível. Os outros mercado são muito bem vindos e têm sido estabelecidos alguns contactos nesse sentido. Mas o nosso foco principal é a música, no sentido em que continuaremos aqui, comprometidos com a nossa integridade e com a essência do projeto, quer as coisas apareçam quer não, tanto aqui como lá fora. Tudo o que daí vier, receberemos com muito agrado.

Como encaram a cena nacional, acham que as nossas bandas deveriam ter mais exposição, apoio…

Quais? Algumas até têm… (risos) Mas um pouco mais a sério, a cena nacional acompanha as cenas internacionais, que caminham para uma cultura de consumo imediato, de hit passageiro, do entretenimento acima da arte, que divirta as pessoas sem ter a indelicadeza de as convidar a pensar. Quando dizemos que os mercados lá fora são diferentes, é mais por uma questão de volume. Em percentagem de população, o número de pessoas que estão dispostas a receber outro tipo de estímulo não deve ser muito diferente. Só que em alguns mercados essa percentagem corresponde a alguns milhares e aqui são meia dúzia. Restam-nos duas coisas: agradecer àqueles que apoiam aquilo que nós fazemos e continuar a fazer aquilo que fazemos. 

O futuro, quais as ambições?

Ainda que possa parecer um bocado frase feita, a nossa maior ambição é continuar a fazer aquilo em que acreditamos, da forma mais real e honesta para connosco e para com a música possível.

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