Review

WOM Reviews – Osi And The Jupiter / Šamane / Knasterbart / Botanist / Costin Chioreanu & Sofia Sarri / Harmaa Getto / Frank Hammersland / Macelleria Mobile Di Mezzanotte

Osi And The Jupiter – “Nordlige Rúnaskog”

2019 – Eisenwald

Terceiro álbum do colectivo conhecido como Osi And The Jupiter e que apesar de só ter começado em 2015 já conseguiu conquistar o coração de todos aqueles que apreciam folk nórdico, ainda por cima pela capacidade de criar uma atmosfera muito própria e até real, que se encaixa uito bem no contexto do conceito da banda da ligação à natureza e a todos os seres vivos. São setenta minutos mas são setenta minutos arrepiantes, quase numa onda ambient em alguns momentos e que não só consegue atingir o objectivo (de tornar essa ligação à mãe natureza) como também nos consegue libertar do nosso corpo enquanto decorre. De uma beleza estonteante.

9/10
Review por Fernando Ferreira


Šamane – “Kaukana Virtaa Eufrat”

2019 – Last Day Records

Este é um projecto a solo da artista Saara Šamane que completou neste Outono dois anos de existência. Podemos dizer que é recente mas que já demonstra grande qualidade, com um feeling muito próprio onde a world music, o rock e até o trip hop se fundem, com os vários estilos a convergirem num som muito cool e onde a voz de Saara encanta-nos facilmente, não sendo uma voz comum. Consta que o conceito ronda a morte – sendo em finlandês, temos que confiar que sim – mas o mood é animado e o groove contagiante. Uma boa surpresa e que mostra que o folk não tem propriamente que seguir os caminhos acústicos. Neste caso resulta bem, muito bem mesmo.

9/10
Review por Fernando Ferreira


Knasterbart – “Perlen Vor Die Säue”

2019 – Napalm Records

Pode não parecer (pela capa) mas está aqui um grande disco de folk rock. Os alemães Knasterbart surgem-nos como algo completamente novo e à partida até parece ser algo exclusivo ao mercado alemão no entanto e apesar de ser cantado em alemão, esta sonoridade eleva aos píncaros aquela máxima da música ser uma linguagem universal. Dá para perceber que o teor é de humor – “Perlen Vor Die Säue” tem o significado de dar pérolas a porcos, pelo que dá sentido à capa – embora exista aqui algum momento mais melancólico que não muda a disposição do disco. No entanto a vida com que o septeto nos brinda é sem dúvida algo que não conseguimos evitar de ficar fãs. Daqueles vícios inesperados.

8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Botanist – “Ecosystem”

2019 – Aural Music

Esta não é uma banda de fácil absorção, já tínhamos chegado a essa conclusão. E “Ecosystem” não muda a nossa ideia, nem nos parece que tivesse mesmo essa intenção. E descrever o que para aqui vai é quase tão inútil como tentar interiorizar isto de uma vez – claro que as opiniões imediatas são compreensíveis mas não deixam de ser injustas. Se o início nos remete para um pós-hardcore bruto, já o final parece algo mais próximo de shoegaze arraçado de pós-rock. E não, não se trata de uma manta de retalhos. Resulta, precisa é de carinho e compreensão – ou como quem diz, de várias audições.

8/10
Review por Fernando Ferreira


Costin Chioreanu & Sofia Sarri – “Afterlife Romance”

2019 – Dark Descent Records

Surpreendente projecto que junta o mestre Costin Chioreanu com Sofia Sarri e o resultado é uma obra de difícil categorização mas que é bastante próxima com o ambient/chill out e o trip hop, mas com uma faceta bem mais etérea na parte do instrumental, tirando a bateria que vai marcando o ritmo. Cheira-nos que está aqui um clássico potencial dentro deste género, ou pelo menos um início bastante interessante para um projecto que traz uma lufada de ar fresco. Mais que recomendado, obrigatório.

9/10
Review por Fernando Ferreira


Harmaa Getto – “Ovenvartija”

2019 – Svart Records

Drunken rap é o melhor rótulo que ouvimos desde… sempre! E é ainda melhor por corresponder bem ao que podemos encontrar aqui. Para terem uma ideia, aqui vai uma descrição estapafúrdia. Imaginem o que teríamos um Joe Dassin meio dopado, com um rádio danificado por trás a fazer as backtracks enquanto ele por cima deitava cá para fora de forma lenta e desinteressada, como o Beck a ter uma overdose, versos profundos em finlandês, aos quais não conseguimos entender o resultado. Já está? Parece que é de fugir não é? Mas a coisa até nem é tão má assim. Aliás, quem for fã de trip hop ou até mesmo Beck, até poderá achar isto interessante, mas ainda assim, poderá demorar a habituar.

5/10
Review por Matias Melim


Frank Hammersland – “Atlantis”

2019 – Apollon Records

Já para clarificar, não há muito de rock aqui. Não temos guitarras distorcidas, apesar de termos algumas guitarras sim com alguns leads. Mas se não temos rock, nem temos guitarras, o que temos? Temos um feeling que anda algures pelo jazz e por uma espécie de pop para pessoas refinadas. Esta é a descrição mais parva que fiz nos últimos tempos mas teve que ser. Poderão perguntar-se o que raio é pop para pessoas refinadas? Bem é simplesmente algo que está longe do que está nos tops hoje em dia, com meninas semi-nuas a abanar o traseiro (não que haja qualquer coisa de errado com isso). É até de certa forma algo datado, mais próprio da década de oitenta ou até setenta. Quando existia algo como música ligeira. Pronto, acho que está mais ou menos percebido. O quê? Ah, se é bom? Até é… mas não vão gostar provavelmente. Ou talvez gostem… experimentem.

6/10
Review por Fernando Ferreira


Macelleria Mobile Di Mezzanotte – “Noir Jazz Femdom”

2019 – Subsound Records

Há certas coisas que são indescritíveis. E não falo aqui de julgamentos de valor. Falo apenas da dificuldade em que nos deixa para tentar descrever ao certo o que é e o que estamos a sentir. Algo que o comunicado de imprensa deste “Noir Jazz Femdom” nos deu logo a indicação. Afinal estamos perante um trabalho de um projecto a solo de Adriano Vicenti que se notabilizou pelo industrial agressivo (Power Electronics) e noise. No entanto a palavra Jazz não é desfasada aqui embora seja empregue de forma bastante livre para o que temos. Tentando enquadrá-lo nos nossos parâmetros, diria que é um trabalho de dark wave, ambient ou até mesmo chill out, mas uma vertente film noir (aquele “noir” não está ali ao acaso) que nos cria imagens de ambientes decadentes onde a desgraça pessoal e a procura pelo prazer estão intimamente ligada. Se os primeiros tempos deste projecto era o de agressão, agora é o da sedução e arriscamos a dizer que consegue atingir os seus propósitos com uma naturalidade impressionante.

9/10
Review por Fernando Ferreira


 

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