Entrevistas

WOM Entrevista – Pyogenesis

“A Silent Soul Screams Loud”, é o novo trabalho dos alemães Pyogenesis, que se preparam para tocar no próximo fim de semana no nosso país, no Porto e em Alenquer! Conversamos com Flo V. Schwarz sobre este novo disco e aquilo que os fans podem esperar da sua passagem por Portugal. – por Miguel Correia

Flo, obrigado por esta oportunidade, parabéns pelo novo disco e com ele fico com a certeza que para os Pyogenesis não há limites sonoros, mas por outro lado ao fim de tantos anos a banda ainda não teve o reconhecimento merecido…

Olá Miguel, muito obrigado por se lembrarem de nós, faz tempo que não vamos aí e agora que vamos ter essa oportunidade, queremos aproveita-la para deixar a nossa marca…comentando a tua afirmação, eu não me importo muito com a falta de reconhecimento, não sou um músico que faz algo para os outros mas sim pela paixão em criar, em compor, em tocar, acima de tudo o que importa é a minha identificação com tudo isto. Quando estou a trabalhar em música, não estou a pensar ou a direcionar o resultado final para os outros, mas sim sempre para aquilo que eu quero inicialmente. Estou bem com tudo o que tenho, com tudo o que já consegui isso é o mais importante e não é falta de ambição, não entendas isso dessa forma, é simplesmente manter fiel a uma ideologia!

Ok, percebo que fazes o que queres e olha que não é fácil, uma vez que fundir estilos com a qualidade com que os Pyogenesis o fazem não é para todos…

Obrigado pelo elogio fico honrado com isso. Bem, o processo de composição não é algo muito comum a outras bandas, penso eu. As coisas vão fluindo ao longo do tempo, as peças vão-se juntando e por vezes até leva algum tempo para fechar uma música. Ao mesmo tempo que esses momentos acontecem tudo é gravado e depois quando tenho um bom conjunto de temas aí sim vou para um estúdio e volto a trabalhar neles até os finalizar. O que gosto é de trabalhar numa música e não andar ali a pressa a fazer as coisas para fechar um álbum…não é essa a nossa ou a minha forma de trabalhar. Gosto de experimentar diferentes batidas, melodias até sentir que ok está pronta! Posso comparar ao sermos pais e ao nosso trabalho na educação e formação de um filho, só anos mais tarde vais ver o resultado.

E neste processo todo como é que as coisas funcionam entre ti e a banda?

E sou o compositor principal e fico confortável quando sinto que a minha banda gosta das minhas coisas e ficamos todos felizes assim…a sério as coisas tem funcionado bem nesse sentido e isso é ótimo!

“A Silent Soul Screams Loud”, título forte para um disco…mas sei que os vossos títulos escondem sempre uma ambiguidade de interpretações, este também?

Ok, a última faixa, “The Capital (A Silent Soul Screams Loud)”, aborda a as ideologias de Karl Marx…na minha opinião ele foi e ainda é um incompreendido nas suas ideologias. Este tema e o título do disco é como que um reconhecimento a essas mesmas ideologias que foram mal interpretadas ou mal aplicadas enquanto teorias governativas de diferentes países. Com toda a certeza Karl Marx iria ser contra a forma como as suas ideologias foram postas em prática, daí o título…ele deve estar a dar voltas por tudo isso…

Este disco é a terceira e última parte de uma trilogia…

Sim, sim será mesmo o fecho, por assim dizer, mesmo que tenham ficado ideias de fora, material que não foi trabalhado e que seria tentador dar mais um passo nesse caminho, o processo fecha aqui com este disco e o que virá a seguir logo se verá, temos tempo para pensar nisso e ver como as coisas vão ser feitas.

E as influências do punk na tua vida…

Wow sempre fui um fã do género desde a minha adolescência, ouvia muito os Bad Religion por exemplo aquilo era uma loucura total e que naturalmente muito influenciou…

Voltando ao disco tenho aqui duas curiosidades: o que nos falam músicas como “Mother Bohemia” e “Modern Prometheus”?

“Mother Bohemia” tem como temática de fundo a Bohemia, uma região da República Checa, famosa pela sua história e por ser a maior do país, e nunca conseguiram o objetivo de ser um estado. “Modern Prometheus” fala sobre Mary Shelley, que escreveu “Frankenstein” com apenas dezassete anos de idade, um livro daquele género escrito por uma adolescente e como sabes, fez algo que ficou para a história e que foi adaptado de diferentes formas sendo uma obra imortalizada…

Este é um disco que te preenche?

Completamente, sabes compreendo que possa ser um cliché, mas sim este disco é para mim e para nós banda um trabalho muito intenso, forte…

“Twinaleblood”?

25 anos Miguel, já tem 25 anos e lembro de ter sido a única vez que fomos a Portugal, no Porto, com os Kreator, cidade fantástica e que adoramos ter visitado. Na altura fiquei surpreendido como já nos conheciam a recepção foi muito boa o pessoal cantava as nossas músicas foi de uma empatia única!

Foi este o disco que impulsionou a vossa carreira?

Não penso assim, sabes, foi e é um disco importante para mim, mas não foi o que nos fez dar o salto, talvez aí em Portugal isso tenha naturalmente acontecido, fez-nos conhecidos de todos vocês, mas no geral não o encaro dessa maneira. Foi um disco que nos fez ir numa direção musical diferente.

E como vão ser estes concertos aqui, o que podemos esperar?

Olha, deixa ver, vamos tocar numa primeira parte o “Twinaleblood” na integra como uma banda de abertura e depois teremos uma banda de suporte e voltaremos ao palco para aí sim, ter um set mais diversificado… Vai ser algo especial, sem dúvida.

Última pergunta. Foi este o caminho que idealizaste?

Sim, sem dúvida, mesmo quando sai da banda, pode ter sido mau para o nome da banda, mas era algo que tinha de acontecer na minha vida, tinha outros projetos que tive de certa forma dar muito de mim, mas que agora, já não precisa muito da minha presença. Falo de uma editora que criei que naturalmente levou a que eu tivesse de estar presente, agora as coisas correm de forma natural… Obrigado por tudo especialmente por esta oportunidade

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