Entrevistas

WOM Interviews – Lyria

Os Lyria foram uma boa surpresa do underground brasileiro que nos apareceu à frente nos últimos anos. A banda de Rio de Janeiro tem marcado pontos com uma sonoridade e originalidade sólidas dentro do espectro do metal sinfónico. Infalivelmente a World Of Metal quis conhecê-los melhor e nada melhor para isso do que falar com Aline Happ, vocalista e alma dos Lyria. – Por Fernando Ferreira / Fotos Roberta Guido

Olá Aline e bem vinda ao nosso World Of Metal. Queria aproveitar esta entrevista para vos dar a conhecer ao nosso público português, por isso vamos começar pelo início. Como nasceram os Lyria? Qual foi o principal impulsionador para que iniciassem o vosso caminho?

Olá pessoal do World Of Metal! Em 2012, eu entendi que a música realmente era parte da minha vida e, incentivada por minha mãe, meu marido e meu antigo chefe, fundei os Lyria.  Aliás, meu antigo chefe chegou a tocar guitarra na banda, bem no início. O nome foi uma mistura inspirada na mitologia grega (que na época eu estava estudando na faculdade), na lira, na flor de lírio e também na palavra lyrics (em inglês). Os Lyria tiveram alguns integrantes diferentes e começou como uma banda cover, mas a minha intenção sempre foi viver da minha própria música. Assim, no fim de 2012 já comecei a compor. Da formação atual, Thiago Zig (baixista) entrou em 2013; Rod Wolf (guitarrista), no final de 2015; e Thiago Mateu (baterista), no final de 2017.

Têm dois álbuns lançados, os dois financiados por campanhas de crowdfunding. Tentaram procurar por alguma editora ou não havia dúvida que iriam estabelecer essa ligação mais próxima com os fãs?

Quando estávamos pensando no primeiro álbum, eu descobri o crowdfunding. A partir daí, eu visualizei que este seria o nosso caminho. A ideia de contar com os fãs para ajudar a escrever nossa história nos pareceu algo maravilhoso!  Mas realmente não sabíamos o que esperar na nossa primeira campanha. Foi bastante exaustiva, mas felizmente, foi um sucesso.

A vossa mensagem lírica não é a mais esperada com o vosso som que tem contornos sinfónicos. É normal que se tenha algo mais voltado para a fantasia. Qual a motivação para tal?

Na verdade, não foi algo totalmente premeditado, mas desde a primeira música que escrevi (Reflection) eu notei que abordava temas como superação e conselhos, às vezes com uma pitada de mitologia. Eu costumo escrever sobre fatos e ideias que me marcaram de alguma forma. Com o tempo, percebemos que nossa mensagem tocava realmente o coração das pessoas, porque era algo escrito com verdade, com sentimento. Acho que isto nos levou cada vez mais para este caminho.

Vocês têm conseguido boa repercussão nas redes sociais. Cada vez mais este é o futuro para as bandas?

Acredito que sim, e que existam duas frentes diferentes. Uma está relacionada com a divulgação. Você precisa se destacar para que as pessoas possam te descobrir. Então as redes sociais são ótimas plataformas para este tipo de promoção. A outra tem a ver com estabelecer uma conexão com os fãs. Esse ambiente te permite estar sempre em contato, trocar mensagens e consolidar sua relação com o público.

Qual a importância que tem para vocês o tocar ao vivo, para o vosso público?

Acho que é uma parte fundamental para nós, como banda.  Cada show é uma sensação única, uma grande troca de energias.  Ver o público cantando suas músicas, vibrando com você, é uma experiência maravilhosa. Então gostamos muito de estar em contato com aqueles que nos apoiam.

O Brasil é um país enorme, com grande tradição no metal mas ainda nos dá ideia de que o género é um pouco marginal aí. Quais são as grandes dificuldades que encontram no vosso próprio pais?

Na verdade, o público de metal no Brasil é relativamente grande, mas o estilo raramente está nas grandes mídias. Assim, faltam casas de shows, divulgação, eventos, maior apoio, etc. Acredito que de forma geral, ainda existe certo preconceito, com grande parte da população achando que o metal é “algo barulhento”. Então, existe uma barreira que dificulta a difusão da nossa música. Além disso, o metal sinfônico não é o gênero mais ouvido pelos brasileiros que ouvem metal. Mas independente disto tudo, temos conseguido nosso espaço chegando a cada mais pessoas, muitas até não ouviam metal, mas se tornaram nossas fãs.

Quais as ambições para o futuro dos Lyria?

Tentar dominar o mundo (risos)! A ideia é sempre realizar mais shows em diferentes cidades, estados e países e ajudar cada vez mais pessoas através da nossa música. A curto prazo, vamos lançar mais clipes do “Immersion” e continuar a Immersion Tour em 2020. E em breve começaremos a trabalhar em um novo álbum.

Vir até à Europa em digressão é algo almejam?

Com certeza, temos muitos fãs por aí e queremos estar com todos vocês! Então não deixem de pedir por Lyria por aí!

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