Report

WOM Report – All Against, Infraktor @ Metalpoint, Porto – 30.10.21

O meu primeiro concerto sem restrições. Ainda levei máscara, mas por mera precaução – já não é obrigatório. E mesmo nunca tendo sido grande fã de mosh pits, soube tão bem o calor humano do ocasional empurrão. Não tenho a certeza da hora a que os Infraktor subiram ao palco, mas sei que foi depois do que estava anunciado, cumprindo a tradição pré-pandemia do Metalpoint. E o público também cumpriu uma outra tradição, logo desde “Inevitability Of Reason” – rodar como se não houvesse amanhã. É certo que tantos meses de privação teve a sua quota parte em toda esta euforia, mas a prestação da banda leva o maior crédito. Nem a dessincronização da bateria com o restos dos instrumentos em “Exhaust” perturbou a festa, tanto de quem tocava como de quem ouvia.

Enquanto banda convidada, não puderam prolongar-se muito, e tendo duas músicas novas, o alinhamento sofreu alterações. Fiquei triste por uma dessas alterações ter sido a exclusão de “Unleash The Pigs”, mas recebi de braços abertos “Marked To Be Forgotten” (agora sim, com Miguel no baixo, depois de ter falhado os dois últimos concertos, onde a banda já tinha apresentado o tema) e a estreia ao vivo de “Antwork”, que encerrou mais um “ferocious” concerto.

“I Am Alive” é o título do primeiro longa-duração dos All Against e foi editado em Maio. Agora que a normalidade está mais ou menos a regressar – era uma das exigências da banda: se a DGS voltasse a impor mesas e distanciamento, o concerto seria cancelado – puderam finalmente trazer o trabalho do estúdio para o palco. E se em Infraktor o mosh foi rei, em All Against foi imperador. E o crowdsurf! Não tardei a procurar um cantinho mais resguardado, para abanar a cabeça e apreciar a música. Sei que, se caísse, não faltariam mãos a levantar-me – perdi a conta às vezes que vi isso acontecer nesta noite, uma vez que o piso escorregadio de cerveja e suor não facilitava o bailarico – mas preferi não desafiar a sorte.

“Feed The Machine”, do EP com o mesmo título de 2018, foi a escolhida para abrir o concerto… de uma maneira diferente: em vez de incitar logo a um reboliço, Rui Miguel mandou-nos todos agachar (se o piso não estivesse nas condições que já referi, se calhar a ideia era ficarmos sentados) e só por volta da segunda estrofe é que toda a gente se ergueu de um salto e ilustrou o que saía das colunas de som.  Seguiram-se “Weapons Of Mass Distraction” e “Medusa” e só então começou o desfile de todas as músicas do álbum que estão a promover, em ordem diferente e intercaladas com outras duas mais antigas. A derradeira foi a própria “I Am Alive”, não deixando quando dúvida disso – a banda está bem viva e recomenda-se.

Texto e Fotos por Renata Lino
Agradecimentos All Against e Infraktor


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