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WOM Reviews – Halcyon Days / Ministry / Wolf X / World Without / Tremonti / Blind Tiger / Sleep Waker / Painkiller Party

WOM Reviews – Halcyon Days / Ministry / Wolf X / World Without / Tremonti / Blind Tiger / Sleep Waker / Painkiller Party

Halcyon Days – “Keep Myself From Sinking”

2021 – Indie Recordings

Sendo que a minha forma favorita de metalcore é aquele que se aproxima do death metal melódico, a abordagem dos Halcyon Days é aquela que mais melodia injecta e se aproxima de um formato mais pop. Apesar do que pode parecer, não é do outro mundo aparecerem bandas que neste formato acabam por cativar as atenções. Bandas como os Halcyon Days que injectam uma dose valente e adocicada de melodia que conquista facilmente. Este conjunto de temas consegue apelar sobretudo aqueles que não se importam de ficar com músicas colcadas ao cérebro após uma breve exposição. Mente aberta, coração aberto e “Keep Myself From Sinking” e os seus ecos entram e permanecem interiormente muito tempo. Só podemos é valorizar quando isso acontece.

8.5/10
Fernando Ferreira

Ministry – “Moral Hygiene”

2020 – Nuclear Blast

Tenho que admitir que as expectativas para este álbum eram bastante baixas. “Amerikkkant” era o título de álbum perfeito para uma era perfeita para um álbum de Ministry. Infelizmente nem a crítica a Donald Trump foi memorável e muito menos a música. Como tal, não fosse o facto de Ministry ser uma banda que nos surpreende constantemente pela positiva e negativa, e este “Moral Hygiene” seria completamente inesperado. Pela eficácia, pela forma como as suas músicas têm um forte impacto – e em muito trazendo um feeling da década de noventa para cima da mesa sem que isso seja propriamente nostálgico. É também um álbum que vai crescendo essa eficácia quanto mais tempo lhe dedicamos. É quase que como uma mudança da noite para o dia em relação ao último sem que também signifique uma mudança radical estilística. Continua a ser Ministry, apenas é Ministry no seu melhor.

8.5/10
Fernando Ferreira

Wolf X – “Wish”

2021 – Cleopatra / Raging Planet

Há diversos nomes que saltam logo para o centro da mente ao ouvir os primeiros temas de “Wish”. A ouvir os primeiros e todos os outros mas são os primeiros que são a porta de entrada para o álbum como um todo e para a sua sonoridade. Esses nomes são bandas como Nine Inch Nails e Marilyn Manson que compõem o universo de referências de Wolf X, projecto de David Wolf dos She Pleasures Herself, Uni_form e When The Angels Breathe. Há um acréscimo no peso e esse acréscimo é muito bem vindo. O único problema que podemos encontrar é mesmo o facto de haver uma sensação de familiaridade com as ambiências escolhidas para explorar mas essa não é uma questão de agora e nem é algo exclusivo a este projeto. O que interessa salientar é que este conjunto de músicas é valoroso e vai para além do momento presente. O resto é conversa.

7/10
Fernando Ferreira

World Without – “Light”

2021 – Edição de Autor

Mais uma banda de metalcore ou metal moderno que mistura sensibilidades pop nos refrões a riffs mais ou menos pesados. Algo que pode querer fazer com que à partida queiramos logo fugir a sete pés. No caso de resistirtmos a esse impulso, até que não ficamos mal acompanhados. Sim, montes de lugares comuns, mas ao invés de querermos cortar os pulsos, até conseguem empolgar com melodias que fazem a diferença e existem para servir a canção e não o contrário. Boa surpresa e boa banda, para ver como nos podem surpreender novamente no futuro.

7.5/10
Fernando Ferreira

Tremonti – “Marching In Time”

2021 – Napalm

Tremonti, um nome que facilmente se associa aos Alter Bridge (e quem for já “veterano”, aos Creed) e que como tal tem sempre uma conotação comercial. Alguns poderão achar injusta, já que aqui o músico norte-americano carrega com força no peso e neste álbum em particular vai até tons mais graves mas aqui prova que a conotação comercial tem mesmo razão de ser, principalmente pela voz e pelos refrões ultra melódicos que transfiguram por completo para uma perspectiva bem mais pesado. A fórmula invariavelmente é esta: começo ultra bruto com um riff que nos dá ideia de que vai deitar a casa abaixo e depois lá surge um refrão melódico que nos faz pensar que estamos em Alter Bridge intercalando com o tal riff, mais uma vez o refrão e depois solo e depois refrão. Claro que temos excepções como a “If Not For You” que, exceptuando por alguns riffs lá pelo meio e pormenores de guitarra lead pelo meio, parece desde o início que é Alter Bridge. O que não é estranho, afinal é a banda principal do homem, onde ele também espalha a sua identidade criativa. Isso faz com que Marchin In Time seja um mau álbum? Não, de todo. Apenas começa a ser cada vez mais previsível o que vamos ouvir assim como também mais visíveis os limites daquilo que pode apresentar. Fora isso, é excelente.

7/10
Fernando Ferreira

Blind Tiger – “Blind Tiger”

2021 – Edição de Autor

Este EP auto-intitulado dos Blind Tiger serve como apresentação das potencialidades da banda. Potencialidades que apenas aqui são sugeridas através destes sete temas. Uma mistura entre metal e hardcore com algumas abordagens menos comuns (algumas delas até mais matemáticas). Não é um som que cative à primeira quem não é dado a estas vertentes mas como disse, há por aqui potencialidades que são muito interessantes. Agressividade, melodia e um sentimento de estranheza que não se sabe se é mesmo identidade ou se foram apenas experimentações. Vai requerer esforço por parte do ouvinte metálico comum mas poderá compensar.

6/10 
Fernando Ferreira

Sleep Walker – “Alias”

2021 – UNFD

O peso é esmagador mas é com propostas como a dos Sleep Walker que se chega à conclusão de que o peso não é tudo. É muito importante mas nem sempre determinante para que uma proposta agrade ou não. Agora tenho consciência de que o facto da forma como o peso se manifesta ir ao encontro daquilo que o público procura, ou seja, breakdowns com fartura. Há espaço para mais e há mais que nos surge e surte efeito, como os ambientes atmosféricos que também estão quase sempre presente, levando a alguns climaxes emocionais. Como um álbum, é um bocado esgotante para quem não consegue apreciar estes elementos que não só quebram demasiado o ritmo de uma música como a torna indistinta da que veio antes e daquela que virá de seguida.

5/10
Fernando Ferreira

Painkiller Party – “It’s Never Too Late To Have A Happy Childhood”

2021 – Hopeless World

Deathcore e música electrónica uma mistura que não é nada demais e que de certeza que alguém já fez antes mas que neste contexto e principalmente com esta capa, deixa-nos na dúvida se seria algo que a humanidade precisava desesperadamente. Em relação a essa questão, a resposta é óbvia: não, a humanidade não precisava. No entanto também não é o desastre que se antecipa. Até está (mais ou menos) bem construído. Só que não deixa marca. Nem é tão mau que nos faz ter pesadelos e fica gravado no nosso ser e na nossa alma musical e muito menos é bom que nos faça querer ouvir novamente. É indiferente. O gutural é catita, os riffs apelam mais a rock simplista do que a qualquer coisa metal e os elementos electrónicos são encaixados a martelo sem trazer nada de positivo para a música. E depois, pronto, temos breakdowns, só porque sim. No geral parece ser uma série de coisas que não gostamos juntas. E o que parece é mesmo isso.

4/10
Fernando Ferreira

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