WOM Report – Dead Kennedys, Albert Fish @ LAV – Lisboa Ao Vivo – 24.06.25
No passado dia 24, o LAV viu o regresso de um dos nomes mais sonantes e importantes do punk. Com uma carreira de quatro décadas, os Dead Kennedys são uma das bandas mais influentes do género e o seu regresso a solos portugueses era já muito antecipado, algo que era visível no público. Uma sala bem composta e no geral, um bom ambiente era o estado de espírito do LAV na espera pela banda.
A primeira parte esteve encarregue pelos Albert Fish, banda veterana do punk português e certamente deixaram tudo no palco. Apesar dos problemas técnicos existentes ao longo do concerto, os ânimos mantiveram-se altos, com os membros da banda em constante movimento de um lado para o outro do palco, com a energia sempre alta. A banda vem de um álbum lançado em 2024, o “Save the Planet, Kill Youself”, sendo que os temas deste álbum foram o destaque do seu concerto. Houve espaço para um cover da “Angústia” dos Censurados, o que levou a uma grande participação pela parte do público.
O regresso dos Dead Kennedys era muito antecipado e isso notava-se no ambiente vivido no LAV. Assim, quando East Bay Ray e Klaus Flouride entraram em palco, o amor e carinho que o público português tem pelo legado dos Dead Kennedys fez-se sentir. Desde as primeiras notas da “Forward to Death” até ao fim da “Chemical Warfare”, o sentimento de êxtase não se perdeu, algo complementado pela energia contagiosa do vocalista Skip Greer, num público onde o contraste de idades era bem visível.
O setlist foi excelente, previsível quando se pensa no catálogo excelente dos Dead Kennedys. Uma carreira com clássicos intemporais como “Holiday in Cambodia” e “Nazi Punks Fuck Off”, que foram dos grandes destaques da noite, assim como temas como “Moon Over Marin” e “Police Truck”. Estas músicas, verdadeiros hinos do punk, foram realçadas graças à qualidade de som que estava irrepreensível, pois todos os instrumentos estavam perceptíveis. A música dos Dead Kennedys sempre teve um propósito muito grande, a questão política também ela presente no concerto, quer seja no próprio conteúdo lírico das músicas, mas também nos discursos e brincadeiras que iam havendo entre os membros da banda e o público.
O adeus a Lisboa foi através da já mencionada “Chemical Warfare”, num concerto no qual se pode dizer que saciou quem esteve presente, dando-lhes tudo o que poderia querer. Um concerto que abrangia um pouco de todo o catálogo da banda e que fez justiça ao legado da banda. A energia no ar era palpável, numa noite memorável para qualquer fã de punk.
Texto por Afonso Mendes
Fotos por Edgar Silva
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