WOM Reviews – Desert Near End / Spellforger / Kreator / Hallucinator
Desert Near End – “The Dawning Of The Son”
2022 – Boerma
Fantástica capa, o que é sempre uma boa forma de se apresentar com categoria. E neste caso a apresentação é mesmo muito boa, de tal forma que deixa as expectativas quase elevadas a um ponto que se suspeita que não serão cumpridas. E depois surge a segunda surpresa porque “The Dawnging Of The Son” é um daqueles álbuns que nos agarra do início ao fim. Um thrash/power metal bem único e cheio de detalhes fantásticos (como a voz de Ruby Bouzioti no tema de abertura, “Break The Chains). Melodia e violência metálica que trazem o verdadeiro sentido para o termo “power” no power metal, ou seja uma abordagem mais norte-americana. As letras deste trabalho são baseadas na primeira trilogia “The Red Rising Saga” de Pierce Brown e o conceito encaixa de forma perfeita com a música, sendo tudo aquilo que um fã de metal procura num disco – boa história e música a acompanhar de forma perfeita.
9/10
Fernando Ferreira
Spellforger – “Upholders Of Evil”
2021/2022 – Dying Victims Productions
Edição em vinil deste primeiro lançamento do ano passado dos indonésios Spellforger, uma banda que tem aquele gostinho pelo thrash/black metal blasfemo e que para além de ter a paixão pelo género, tem um verdadeiro talento. Este trabalho surge como um EP inspiradíssimo e ao qual. Amor ao metal mais primitivo da década de oitenta mas que surge numa forma que soa totalmente actual nos dias de hoje. Imaginem Slayer do primeiro álbum se eles tivessem ficado fascinados com os Enforcer a tocar covers dos Dark Angel e estarão provavelmente perto daquilo que se pode ouvir aqui. Boas malhas e uma grande banda!
9/10
Fernando Ferreira
Kreator – “Hate Über Alles”
2022 – Nuclear Blast
The Kreator Returns! E em grande. Ok, ok, os críticos vão dizer que os Kreator morreram no “Coma Of Souls” e nunca viram com bons olhos o regresso a um som mais próximo daquilo que tinham feito no início da carreira com “Violent Revolution” – curiosamente também nunca se referem ao período mais experimental da década de noventa mas esse é aparentemente menos ofensivo. E apesar de ser notória a zona de conforto bem estabelecidade e delimitada pela banda nestas últimas décadas, também não deixa de ser evidente que a banda continua a soltar cá para fora petardos thrash metal de alta intensidade. O tema-título por exemplo ao vivo é tão destrutivo como em disco – e em disco parte mesmo tudo. Agora a questão que importa é, como é que este disco se posiciona perante todos os outros, principalmente perante os últimos mais recentes? Relativamente bem mas não tão bem quanto os dois primeiros temas (excluindo a intro instrumental) sugerem. Não é que tenhamos um álbum no seu geral mais fraco mas é sem dúvida mais melódico do que o expectável. Ainda mais do que têm sido desde o regresso duas décadas atrás. Essa melodia vem também com um certo abrandar na velocidade e na raiva. Não é mau – e temos muitas e constantes aproximações a Iron Maiden o que, de todos os nomes, não é um mau que se faça lembrar – assim como o álbum em si ouve-se muito bem. Talvez não tenha é o mesmo impacto que os últimos tiveram e nem seja memorável a longo prazo, mas não deixa de ser mais um passo interessante de uma discografia que tem mais riquezas do que aquelas que lhes querem atribuir.
8/10
Fernando Ferreira
Hallucinator – “Another Cruel Dimension”
2020/2022 – Dying Victims Productions
Reedição do álbum de estreia (e único até ao momento) dos Hallucinator lançado originalmente em 2020 que é também, basicamente, uma forma de reunir num só disco toda a sua ainda curta discografia. Para além do dito álbum que é tratado em death/black/thrash metal javardo cuspido com raiva, temos ainda o EP lançado no ano passado “Nightmare Idol” e a demo de 2015 “Primeval Power” que resulta em mais de setenta minutos de música. Poderã não oferecer grandes dinâmicas mas para quem gostar deste tipo de coisa dificilmente vai conseguir resistir a estes encantos.
7/10
Fernando Ferreira
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