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WOM Reviews – Accu§er / Warfect / Truth Decayed / Behind The Horror / Sick Society / Reverend / Salem’s Childe / What The Hell

WOM Reviews – Accu§er / Warfect / Truth Decayed / Behind The Horror / Sick Society / Reverend / Salem’s Childe / What The Hell

Accu§er – “Accuser”

2020 – Metal Blade 

Com uma história que continua a se estender desde 1986, os Accu§er são um quarteto alemão de thrash metal que corresponde a um caso perfeito de uma lamina que nem com o tempo deixou de cortar. 2020 fica para história como o ano em que lançaram o seu álbum homónimo composto por 50 minutos de thrash agressivo com uns solos espetaculares já a ser rebentados desde o seu início. Este é um daqueles álbuns que agarra e não solta após a 1ª faixa com sonoridades muito específicas e motivantes em cada uma das que se seguem. O álbum consegue captar a atenção de uma forma geral, isto é, seja com as passagens normais seja com os solos, os Accu§er têm a capacidade de criar música que dá prazer ouvir, sem criar momentos de: “ansioso que esta faixa/secção acabe e mudem o que aí vem”. A quebrar o sentido das primeiras quatro faixas, agressivas e demolidoras, a 5ª faixa, “Be None the WIser” desenvolve-se numa sonoridade mais calma (que, surpresa do dia, é iniciada com uma entrada de solo!) quase a roçar em estilos mais melancólicos. Esta faixa é a única a adotar este estilo, o restante é back to business no que diz respeito ao rebentamento de cérebros. Desde há muito que não me sentia tão empenhado num álbum de thrash, mas este claramente reavivou o velho espírito metaleiro.

10/10
Matias Melim

Warfect – “Spectre of Devastation”

2020 – Napalm

Formados originalmente em 2003 sob o nome de Incoma, os Warfect são uma banda iniciada em 2008 e que desde então tem erguido orgulhosamente o estandarte do thrash metal com os seus três álbuns. Passaram 4 anos desde o seu último lançamento, contudo é agora, neste ano complicado de 2020, que voltam à guerra com o álbum “Spectre of Devastation”, um trabalho que tanto cheira a novo como traz os velhos ventos do thrash metal e que, talvez propositadamente, aborda algumas vezes a temática da pestilência (e da medonha criação natural que são os ratos-rei). Após a introdução de estilo mais “ambiente”, o álbum desenvolve-se numa sonoridade de cariz mais rápido e maquiavélico que tanto se quer num bom álbum de thrash. Contudo, é após isto que o álbum atinge o seu ponto mais alto com a faixa “Left to Rot” onde é assumido um tom mais calmo, mas mais maligno, quiçá um pouco mais orientado para a aura de black metal. Mas como se não chegasse, a própria faixa ainda sofre mais umas evoluções que a transformam na joia da coroa deste álbum com um ou dois solos. É tudo uma verdadeira bomba pestilenta.

9.5/10
Fernando Ferreira

Truth Decayed – “Modern Day Illusion”

2020 – Edição de Autor

Temos acompanhado de perto o lançamento deste thrashers sul-africanos com este EP de estreia, “Modern Day Illusion”. O thrash metal surge aliado a uma voz poderosa – que não fica a dever muito ao death metal – e com pormenores melódicos que surgem como inesperados mas resultam bem. Consta que os riffs destes dois temas já existiam há já algum tempos mas os mesmos soam frescos e deixam-nos apenas com um problema algo previsível, é curto. Dois temas em menos de dez minutos não chega para satisfazer a sede por thrash mas pelo menos é um bom cartão de apresentação.

8/10
Fernando Ferreira

Behind The Horror – “Burn Up This Truth”

2020 – Edição de Autor

O nome da banda e o pouco cuidado gráfico na apresentação do mesmo ou até da capa não faria prever que os Behind The Horror soassem tão bem. Thrash metal ligeiramente técnico e ligeiramente extremo, conseguindo também evocar coisas mais tradicionais como heavy e hard rock, fruto de um duo muito talentoso. Claro que existem muitos pontos por onde evoluir e melhorar, mas apresentar uma estreia onde não há nenhum tema mau, é obra. Ainda mais quando soa refrescante. Surpreendentemente bom. E absolutamente recomendado.

8.5/10
Fernando Ferreira

Sick Society – “URNØ1″

2020 – Edição de Autor

Os italianos Sick Society são-nos apresentados como metal primitivo. Não sabendo bem o que esperar – se uma espécie de Black Sabbath rústico ou se simplesmente símios aos saltos como se estivessem numa caverna – até que fomos surpreendidos com uma espécie de thrash metal com algum groove à mistura e com mais a mostrar do que aquilo que seria antecipado. Bons pormenores de guitarras, ritmos que tanto vão do groove para algo mais técnicos (alguns fraseados de guitarra bem interessantes) e solo interessantes que só não têm mais efeito devido às vozes não serem memoráveis. Quer a mais comum como a gutural que (felizmente) só aparece de vez em quando. As expectativas não eram altas mas até que trazem momentos de boa disposição. Há margem para uma evolução mais sentida.

7/10
Fernando Ferreira

Reverend – “A Gathering Of Demons”

2001/2020 – Vic Records

Reedição do último EP dos Reverend, uma banda que provavelmente soará desconhecida para muitos dos nossos leitores. Os Reverend tiveram algum relevo no início da década de noventa com dois álbuns de grande qualidade. A banda após isso lançaria apenas um EP e um split e depois acabaria por cessar funções, voltando no final da mesma década, lançando este EP que   foi também o último registo de David Wayne “Church”, celebrizado também pelos míticos Metal Church com o seu registo vocal inconfundível. Esta reedição da Vic Records apresenta os temas do EP remisturados assim como também a versão original – uma táctica não muito comum e que soa, neste contexto, a encher chouriços – que está ligeiramente mais crua. Para além disso também temos uma cover de U.F.O. e dois temas. Consta que o livreto também traz notas sobre a história da banda, algo que não pudemos comprovar. Para os fãs de Wayne, para os fãs de Metal Church e obviamente, para os fãs de Reverend, é um item apetecível. Como sempre a Vic Records acerta no timing, já que a banda voltou a juntar-se para uma terceira vida. Veremos o que vem daí.

7/10 
Fernando Ferreira

Salem’s Childe – “The Sin That Saves You”

2020 – Edição de Autor

Primeira coisa a referir obrigatoriamente, fantático trabalho de arte. Isto num vinil ficara delicioso ao olhar. A estreia dos norte-americanos Salem’s Childe, infelizmente, não tem o mesmo impacto ao ouvido. Um heavy metal musculado e a puxar ao thrash que surge por um lado muito polido instrumentalmente mas que depois apresenta uma voz bastante crua a puxar ao lado mais agressivo do thrash pese-se algumas excepções melódicas. A toada torna-se bastante unidimensional por esta abordagem e impedem que os temas se distingam de forma desejável um dos outros. A estreia não impressiona mas espera que o potencial para evoluir não se desperdice.

6/10
Fernando Ferreira

What The Hell – “Breathing”

2020 – Bad Karma Rec.

Groove muito groove. É o que os What The Hell nos trazem no seu segundo álbum de originais. Segundo em mais de vinte cinco anos de carreira, uma média bastante humilde. O seu som também não é vistoso, misturando o heavy metal musculado com tiques de southern rock (à boa maneira Down e Pantera) com um pico a puxar ao groove. Não nego que os temas são bem conseguidos mas a verdade é que já andamos a ouvir este tipo de coisa há mais de duas décadas e o impacto é sempre diminuto se não vem acompanhado de grandes canções. Podemos dizer que temos mas não é um grupo suficiente que eleve este álbum a algo essencial.

6/10
Fernando Ferreira

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