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WOM Reviews – All Against / Prayers Of Sanity / Nuclear Revenge / Necronomicon / Silench Crew / Exorcist / Economist / Crawling Manifest

WOM Reviews – All Against / Prayers Of Sanity / Nuclear Revenge / Necronomicon / Silench Crew / Exorcist / Economist / Crawling Manifest

All Against – “I Am Alive”

2021 – Wormholedeath

Os All Against mais uma vez trazem-nos o seu groove/thrash metal, gravado nos Ultrasound Studios, com mistura e masterização por Hugo Andrade. É, pura e simplesmente do princípio ao fim, uma descarga sonora e uma brutal bojarda de ritmos velozes, com uma batida aqui e ali muito chegada ao hardcore. A banda continua a focar liricamente assuntos sobre a nossa sociedade, dos valores e das morais. Uma não conformidade com o actual estado da mesma. Sempre perfurantes, desafiantes e sem papas na língua. Rui Miguel continua a dar o seu tom mais agreste e sombrio e de alguma censura com as suas vocalizações, muito exemplo disso em “Soldiers Of Faith”, uma das minhas ressalvas no álbum é “Masturbation”. Destaque também para “Free In Chains”, “Fuck It All” e claro, a bujarda do álbum, a “I Am Alive”, que também dá nome ao álbum. O trabalho das guitarras, com Bruno e Sérgio nos comandos, continua de deliciar e, se há coisa que gosto nos temas desta banda, são os maravilhosos solos de guitarra. O baixo, com Luís Silva a dar-lhe gás, em alguns temas não se destaca tanto, mas noutros sente-se perfeitamente e encaixa bem na sonoridade do álbum, grande exemplo disso a “The Hourglass”.  Uma pequena nota, a banda regravou “Sociedade Hostil”, tema em português, com a participação de Rui Correia. O que brilha neste álbum é definitivamente a bateria. Ricardo Tito tem aqui uma performance de se escutar e voltar a escutar, porque, em todo o álbum, o que arrasa e lhe dá alma, são aqueles ritmos e aquelas batidas, que tanto roçam o hardcore, como o thrash que me fazem até querer dizer “thrashcore”.Sempre com vontade de bater com o pé no chão e abanar a cabeça. Os All Against mostraram que uma banda pode se redefinir na sonoridade e evoluir, mas não perder o que faz deles a banda que são, uma grande banda de metal nacional. Deixo-vos aqui o repto. Se ainda não escutaram, ide escutar, porque é tão bom e ainda melhor, é nacional!.

9.5/10
Sabena Costa

Prayers Of Sanity – “Doctrine Of Misanthropy”

2021 – Rastilho 

Thraaaaaaaaash! Os Prayers Of Sanity são já uma banda que não desilude. Cada vez mais acutilantes e potentes ao vivo, essa experiência traduz-se num quarto álbum que dá gosto de ouvir repetidas vezes. Quatro anos de espera por ele e mesmo que surja numa altura em que não podemos ouvi-lo em cima de um palco (ou pelo menos parte dele) há um vazio que se colmata. Para quem os conhece já sabe o que esperar, thrash metal old school, sempre com o pé na tábua mas sem deixar de ser dinâmico. Ajuda também ter uma produção poderosa sem deixar de ser orgânica (porque por vezes o ter poder significa vender a alma ao digital estéril, esse mafarrico cada vez mais omnipresente) – reparem bem no som do baixo que aqui rivaliza em poder com a guitarra. Não há grandes invenções, há sim um conjunto de temas que saciam a sede de thrash metal, com um travo já familiar e que já se antecipa. Essa antecipação poderia resultar em desilusão, mas não. “Doctrine Of Misanthropy” é novo vício patrocinado pelos thrashers algarvios e tão cedo não vai sair do leitor.

9/10
Fernando Ferreira

Nuclear Revenge – “Dawn Of The Primitive Age”

2021 – Helldprod

O chamado lançamento a três tempos. Primeiro em cassete, depois em CD (e digita) e agora em vinil (e digita) pela Helldprod Records. E para os amantes de vini posso dizer já que será um item muito apetecível. E porquê poderão perguntar vós? Porque temos metal tradicional, metal extremo, thrash meta (thraaaaaaash) sobre a infuência profana do back metal. O resultado é fantástico, um álbum que se ouve muito bem, principalmente se houver uma harmonia entre a apreciação das duas vertentes. É porque essa harmonia vai encontrar o espelho no segundo álbum destes espanhóis. Recomendadíssimo!

9/10
Fernando Ferreira

Necronomicon – “The Final Chapter”

2021 – Edição de Autor

De uns inícios no punk a um thrash metal revigorante e poderoso, os Necronomicon obtiveram já um estatuto icónico na cena do thrash, sobretudo por se apresentarem como uma alternativa credível aos sucessos comerciais tão reputados como Exodus, Testament, Flotsam & Jetsam, também estes alternativas à comum fórmula de reconhecimento no thrash. “The Final Chapter” foi lançado em Março deste ano com uma pujança que se estende por todo o álbum com malhas como “I am The Violence”, “The Final Chapter”, “Me Against You”, “Purgatory” e “Wall of Pain”, que são fundamentalmente técnicas, potentes e altamente destacadas pelas guitarras e bateria. O décimo disco de originais dos teutónicos alemães Necronomicon contribui para enriquecer o meio que, por estes dias, não tem tido assim tão bons álbuns e representantes. Apesar de a banda não ser muito conhecida, este é um álbum para amantes do género que irão gostar das cadências dinâmicas e aceleradas fortemente potenciadas pelos solos de guitarra e uma bateria vincada.

8/10
João Braga

Silench Crew – “Trajan”

2021 – Rock-CD

Power trio espanhol poderoso, estes Silench Crew. “Trajan” é o segundo álbum de originais mas o mesmo surge oito anos após a estreia. Logo à primeira aquilo que se sente é um som bem poderoso e moderno, com o foco da produção nos tons graves. Poderá pensar-se nos exemplos mais groove de propostas thrash metal como ponto de referência mas também temos o devido contraste com altuns temas onde a toada acaba por ser tradiciona. Basta colocar lado um “The Birth Of Hope”, quase uma balada hard rock (ênfase no quase) e uma “Emperor” que tem poder metálico de impressionar quaquer um. E no departamento dos solos, estamos todos muito bem servidos, com muitos pontos de destaque – como a fantástica “Lord Of Justice”. Álbum muito bem conseguido.

8/10
Fernando Ferreira

Exorcist – “Nightmare Theatre”

1986/2021 – High Roller

Sempre bom quando se recebe uma promo de uma banda chamada Exorcist e vem identificada como Excorcist. Antes que o bom senso surta efeito há tempo para pensar “bem, isto deve ser uma banda mesmo do underground mais profundo que nem a internet conhece”. Falso alarme, são mesmo os norte-americanos Exorcist que só lançaram este “Nightmare Theatre”, que é um belo thrash metal com laivos de death, muito antes do death ser algo que fosse corrente. Mais ainda, muita confusão houve acerca desta banda porque não havia nenhuma informação disponível mas ao que parece não só foi produzido pelo frontman dos Virgin Steele, como foi o próprio que gravou a voz. Algo que não parece. Mesmo. Nada. Remasterizado pelo “man himself”, aqui está algo para a colecção histórica, uma curiosidade que tem mais valor do que de se tratar apenas uma curiosidade.

8/10 
Fernando Ferreira

Economist – “Iceflowered – The Complete Work”

2021 – Golden Core/ZYX

Como já repararam, a nostalgia é algo bastante apreciado aqui pela World Of Metal. Acreditamos que o olhar para trás e manter viva a memória do que já foi feito é sempre a melhor forma de termos um melhor presente e futuro. Principamente se for para valorizar pérolas da música que o tempo esqueceu. Os alemães Economist são uma dessas pérolas e este “Iceflowered“ que junta em dois CDs todo o seu trabalho justifica o porquê desta minha opinião. Temos o álbum “New Ghetto Status” de 1994 que apresentava um thrash metal peculiar, meio alternativo e meio progressivo mas bastante interessante. No mesmo disco temos ainda parcialmente a demo de 1992, “Psycho Rotten Creatures” (o som é menos poderoso mas ainda assim bastante bom) e uma faixa ao vivo, incompleta – tudo bem que é o trabalho completo da banda mas não valia a pena colocar músicas incompletas e provavelmente está assim por não haver mais espaço no CD. No segundo CD temos o resto da referida demo de 1992 e o segundo álbum “Mind Movies” que na altura não chegou a ser lançado porque a banda tinha acabado. Um álbum com uma sonoridade bastante próxima da estreia mas que faz notar uma evolução no seu som, sendo mais directa e menos progressiva. Também temos a demo “Iceflowered” de 1992, quando ainda se chamavam Sudden Darkness, com uma sonoridade embrionária e mais pesada. E para o final ficam uma série de faixas bónus, versões alternativas e ao vivo para completar o pacote. Embora os Iceflowered não seja uma banda inesquecível, há valor na sua música que poderá interessar aos historiadores do peso metálico.

7/10
Fernando Ferreira

Crawling Manifest – “Radical Absolution”

2021 – Edição de Autor

‘Cosmic Terror’ é o segundo álbum dos Germânicos The Spirit, o trio oriundo de Saarbrücken que navega em sonoridades algures entre o Death Metal melódico e o Black Metal. Principalmente na Europa, a fusão entre o Death Metal melódico e o Black Metal foi explorada praticamente até à exaustão entre 1995 e 2005 consequência do implacável sucesso dos dois subgéneros separadamente também nessa altura, deixando um rasto de saturação no estilo mas que se foi diluindo com o passar dos tempos. Talvez até nem tenha sido intencional mas em boa hora os The Spirit aproveitaram essa lacuna para se aventurarem num estilo semi-adormecido. ‘Cosmic Terror’ não será certamente um álbum excepcional ou vanguardista, no entanto serão inegáveis as suas virtudes, passando pela sua extraordinária produção, riffs efusivos e rasgados ao bom estilo de Dissection ou da fase inicial dos Satyricon, faixas com uma composição trabalhada ao pormenor fazendo naturalmente emergir a vertente técnica do infame trio, como se pode facilmente comprovar em ‘Serpent As Time Reveals’, ‘Pillars Of Doom’ ou no tema título ‘Cosmic Terror’.

7/10
Jorge Pereira

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