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WOM Reviews – Bloodletter / Intruder / Ektomorf / Trenchwar / Deathroll / Apotropaico / Within Nostalgia / Fatal Sin

WOM Reviews – Bloodletter / Intruder / Ektomorf / Trenchwar / Deathroll / Apotropaico / Within Nostalgia / Fatal Sin

Bloodletter – “Funeral Hymns”

2020/2021 – Petrichor

Que excelente surpresa que foi esta. Não conhecendo a banda, e apoiado na capa, estava à espera de encontrar um black metal cru e primitivo mas aquilo que temos mesmo é thrash metal inspíradissimo. Lançado de forma independente e digital em 2020, a Petrichor decidiu reeditá-lo em formato físico e tratar de o fazer chegar a mais pessoas. A banda não é novata, já tem um álbum e demos e EPs lançados, mas não conhecendo o que está para trás, posso afirmar que tendo em conta o que se tem aqui, estamos mesmo perante um potencial imenso. Voz ácida, guitarras acutilantes e uma produção que não sendo propriamente vintage não soa a plástico, mas o melhor é mesmo onze temas furiosos em pouco mais de meia hora que não nos cansamos de ouvir. Sem ser old school, também não são modernos. Apenas são… thrash!

9/10
Fernando Ferreira

Intruder – “A Higher Form Of Killing”

1989/2020 – Lusitanian Music

Pequena nota antes de começar. A intro “Time Of Trouble” composta por diversos clips de telejornais (verdadeiros ou falsos, não sei) mas que poderiam muito bem representar a realidade de hoje em dia – sim os atentados terroristas não pararam por causa do Covid. Bem, quanto ao álbum que agora a Lusitanian Music apresenta, mais de trinta anos depois do lançamento original, é um clássico do thrash metal que merece ser recordado definitivamente. Thrash que era bem diversificado e com bons argumentos que apesar de os encaixar perfeitamente na cena da altura, também tem aquele toque extra que os permitia vencer a barreira do tempo e ser apresentado hoje em dia de forma natural. Claro que alguns detalhes da produção fazem com que se sinta como algo datado mas são apenas detalhes que não mancham a longevidade deste clássico. Recordar é viver principalmente com ganga desta qualidade.

8.5/10
Fernando Ferreira

Ektomorf – “Reborn”

2021 – Napalm Records

Os Ektomorf sempre foi uma daquelas bandas que tinham, quanto a mim, mais potencial do que aquele que foram revelando ao longo de (já?!) um quarto de século. “Reborn” é-nos anunciado como um regresso às raízes, ou seja, a uma sonoridade mais thrash metal, inspirada pela sonoridade dos chamados Big Four – uma comparação sempre perigosa. Passando ao lando de adjectivos e entusiasmos de marketing, devo dizer que “Reborn” realmente encontra a banda renovada, embora continue a soar a algo próximo de Soulfly ou a algo cantado e tocado por Max Cavalera. Tirando a afinação que acho que limita o alcance deste álbum devo dizer que até acabei por gostar mais de “Reborn” do que aquilo que esperava. Bons leads, a voz é extremamente eficaz e os temas resultam. Para quem gosta da banda, não há como ficar desiludido. Para quem não gosta, talvez este trabalho ajude a vê-los de outra forma.

7.5/10
Fernando Ferreira

Trenchwar – “Criminal Organizations”

2020 – Sleaszy Rider Records

Da Túrquia com thrash! Tudo começou como uma one-man band por parte de Tolga Otabatmaz e com o seu amor ao thrash da Bay Area. Foi durante as gravações do álbum que se teve a metamorfose de passar de um projecto para uma verdadeira banda. Apesar do que se poderia pensar, a influência norte-americana não é assim tão directa quanto isso (mas a pensar em algum nome, teria de mencionar Exodus) já que também temos por aqui algo death à mistura mas para qualquer fã de thrash, este é um lançamento que vem mesmo de encontro às expectativas. Instrumentalmente está muito acima da média – já vocalmente é algo limitado – e os temas são longos mas não acusam o peso do cansaço com o decorrer o álbum. Estreia de uma entidade a acompanhar.

8/10
Fernando Ferreira

Deathroll – “Into The Vortex”

2020 – Edição de Autor

Este é apenas um cheirinho. Um cheirinho bom de brutalidade death/thrash com bons níveis de execução técnica. Este projecto internacional e por agora apenas de estúdio foi criado pelo guitarrista colombiano David Coloma (Colapso) que teve uns problemas de saúde complicados aquando a composição destes três temas. A fúria que os mesmos contêm não serão alheias a esse facto. A voz é a cargo de Diego Rojas (também dos Colapso), oriundo do Equador, juntando-se os norte-americanos Stephen Fernandez no baixo (dos Martyred) e Kevin Talley na bateria (que tem quinhentas bandas e já passou por outras quinhentas onde se destacam naturalmente Dying Fetus, Misery Index, Six Feet Under e Suffocation). Bons temas embora o terceiro já não tenha sortido tanto efeito, mas dois em três também já não está mau.

7.5/10
Fernando Ferreira

Apotropaico – “Under Control”

2020 – Demons Records

Da nossa vizinha Espanha e com um som heavy thrash pouco inspirador chegam os Apotropaico! O álbum é interessante, sem grandes faixas que se destaquem, muito uniforme na forma como soa, com uma excelente produção e que no final vai ficar na memória pelo trabalho das guitarras nos solos e pelas boas mudanças de ritmo.

7/10 
Miguel Correia

Within Nostalgia – “Void & Decay”

2020 – Edição de Autor

Este EP do duo canadiano Within Nostalgia é o segundo lançamento da banda, depois de no ano passado terem lançado “Conjuring A New Reality”. O primeiro contacto é sempre importante para definir se ficamos ou não imune aos seus encantos. Devo dizer que não fiquei especialmente impressionado. A toada de pós-black metal (a pender para aquele doom metal/rock depressivo à la Katatonia) é familiar mas o ponto onde reside o maior obstáculo é mesmo a voz de Alyssa Broere que custa a entrar. Seja no registo mais limpo por ter um timbre peculiar, seja pela proximidade a Cadaveria no registo mais extremo. “Desideratum” é o tema mais interessante e aquele que, no final do trabalho, nos dá vontade de ouvir voltar a coisa com mais atenção – onde nos encontramos com as mesmas questões.

6/10
Fernando Ferreira

Fatal Sin – “Episodes: The Complete Recordings”

2020 – Thrashback Records

Este lançamento leva-nos ao engano mais do que uma vez. Apesar da capa com feeling old school, é algo que nos aponta para ideia de que este é um lançamento contemporâneo. Claro que o título indica logo que estamos perante uma compilação, mas o facto de se referir para “The Complete Recordings” faz-nos pensar que estamos perante algo que vai buscar um historial longo de uma entidade esquecida do thrash metal – em relação ao estilo não temos qualquer dúvida. Pois, os Fatal Sin são ou era um power trio norte-americano que lançou apenas uma demo em 1989, com dois temas mas agora temos aqui além desses dois temas, mais quatro (um que tinha surgido numa compilação e dois ao vivo de péssima qualidade) e ainda um DVD (ao qual não tive acesso) a mostrar um concerto registado em 1990. Thrash metal técnico, levemente interessante mas que soa datado. Nada de errado contra isso, apenas joga contra o investimento numa banda praticamente desconhecida e que não teve grande impacto na cena. Só mesmo para os historiadores do género é que fará sentido a aquisição e a nota aqui representada não está em relação ao potencial que a banda evidencia, que isso fique claro.

4/10
Fernando Ferreira

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