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WOM Reviews – Burn Damage / Warbringer / Krvsade / Diabology / Tetractys / Deface / Warrior Within / Maudiir

WOM Reviews – Burn Damage / Warbringer / Krvsade / Diabology /
Tetractys / Deface / Warrior Within / Maudiir

Burn Damage – “Downward Passage”

2020 – Raging Planet Records

O tão aguardado regresso dos Burn Damage está aí. Quatro anos após o álbum de estreia, a banda volta com um EP composto por quatro músicas que já conhecíamos de ouvir ao vivo. Ao vivo, confesso que não gosto de ficar a conhecer novas músicas. Potencialmente traído pelo entusiasmo do momento, prefiro a tranquilidade do estúdio para poder ouvir sem (possíveis) interferências. Neste caso concreto, não nos desiludimos porque temas como “Vortex”, “Fire Walk With Me” e “They Live” são tudo aquilo que nos tinham indicado ao vivo. Sólido EP de Death/Thrash metal moderno por parte de uma banda que ainda naõ desiludiu. Soube foi a pouco…

8.5/10
Fernando Ferreira

Warbringer – “Weapons Of Tomorrow”

2020 – Napalm Records

Warbringer de volta. A banda norte-americana é uma boa representação da nova vaga do estilo, com uma carreira que já ultrapassa os quinze anos. “Weapons Of Tomorrow” sucede “Woe To Vanquished” um álbum que evidenciou a banda em grande forma. Podemos dizer que essa boa forma continua presente principalmente em momentos como “Firepower Kills”, a poderosa faixa de abertura. No entanto, nem tudo é convencional e podemos ver os Warbringer a aventurarem-se por terrenos bravios, como na “Defiance Of Fate” (que quase parece uma música de doom/death melódico). Serve como testemunho da inconformidade da banda que apesar de não colocarem em causa a sua identidade, não têm medo de experimentar coisas novas. E no que diz respeito ao thrash, a banda continua a apresentar óptimos argumentos.

8.5/10
Fernando Ferreira

Krvsade – “Judgement Day”

2020 – Edição do Autor

Depois da demo em 2017, os Krvsade voltam com um EP que os apresenta (novamente) aos fãs do death/thrash ligeiramente técnico. São apenas três mas mas que evidenciam um potencial imenso (ainda não devidamente explícito em relação ao seu talento. Nomes como Atheist ou Death poderão referências, no entanto, a banda tem algo próprio, uma originalidade (dentro dos limites do termo) que hoje em dia nem é muito comum encontrar em tão tenra idade. Boa surpresa, espercialmente o tema “The Key And The Gate”.

7.5/10
Fernando Ferreira

Diabology “Nobody Believes Me”

2020 – Edição de Autor

Os Diabology, só pelo nome, acabam por revelar as suas intenções artísticas quando decidem dar o nome à banda da ‘ciência’ que estuda o Diabo e todas as coisas demoníacas. A partir daí, está dado o mote para temas como o Diabo, o Inferno, o satanismo, a depressão, etc. Com uma mistura entre o black e o thrash metal, os jovens americanos lançaram o seu disco de estreia neste 2020. O grupo existe desde 2016 e têm neste álbum uma produção crua e pouco laminada, com bons momentos, no geral. “Nobody Believes Me” é o primeiro opus de um quarteto ainda muito jovem e preso a certos toques do passado que servem como inspiração final para muitas das faixas deste longa-duração. No entanto, a mistura entre o black e o thrash metal resulta e o grupo acaba por conseguir produzir bons temas como “Defilling Innocents”, “Ember To Ash”, “Lazarus Falling” e “Diabology”. “Nobody Believes Me” é, fundamentalmente, um disco de faixas rápidas e directas, com a excepção de “Seas of Eternity”, “Diabology” e “Lazarus Falling” que são as épicas num álbum veloz com excelentes momentos de guitarra e belas composições de bateria. É um primeiro álbum que apresenta boas indicações e que despertará a atenção dos fãs.

7/10
João Braga

Tetractys – “Tribal”

2019 – Sleaszy Rider Records

A estreia dos gregos Tetractys até pode não surpreender no que ao som diz respeito mas “Tribal” não deixa de marcar pontos, principalmente para quem for fã do thrash metal mais moderno, o chamado groove. A nossa opinião, já por diversas vezes fundamentada, é que por vezes falta algo que diferencie dos outros – e essa diferenciação é feita de duas formas, através da voz e da guitarra solo e nesses dois pontos não há uma grande distância daquilo que ouvimos normalmente. No entanto, e em sua defesa, o que fazem, fazem bem e com convicção suficiente para deixarmos de questionar. “Cold” e “Covered In Ashes” são alguns dos bons motivos para isso deixar de acontecer.

7/10
Fernando Ferreira

Deface – “Blatant Denial”

2019 – Metal Scrap Records

Lançado de forma digital no final do ano passado, “Blatant Denial” é a estreia discográfica dos israelitas Deface. Sonoridade forte e musculada que junta o groove e a atitude do hardcore e do thrash (ou crossover) com o uma violência própria do death metal. Não é a primeira vez que vimos algo assim e não será certamente a última, de qualquer forma, apesar do universo sobrepovoado onde se movimentam, a eficácia presente é bem conseguida. Talvez não nos impressionem a longo prazo com esta estreia, mas quem sabe o que virá de seguida?

6.5/10 
Fernando Ferreira

Warrior Within – “In Light Act II”

2020 – Edição de Autor

Por vezes trocam-nos as voltas todas. Apesar deste trabalho, segundo EP, ter sido lançado agora, a banda (australiana) começou na década de noventa e o seu primeiro lançamento é de 2018. Até aqui tudo bem, certo? O que nos confundiu foi o facto do som ser podre (tal como se fazia no unerground da década de noventa) e isso e em conjunto com a capa simples nos faz ficar na dúvida se isto foi gravado agora ou se é uma reedição de algo gravado há muito tempo. Não é um mau som mas fica-se com a ideia que sendo avaliado pelos parâmetros actuais, fica um bocado aquém das expectativas mais baixas.

4/10
Fernando Ferreira

Maudiir – “Le Temps Peste”

2020 – Edição de Autor

Canadá, Quebec. A cena Black Metal canadense tem, nos últimos anos, crescido imenso. A cena quebequiana de Black Metal é das mais refrescantes dos últimos anos. Não tendo seguido o caminho que o Black Metal europeu seguiu, o Black Metal canadense – especialmente o do Quebec – é muito mais rico em texturas quase sinfónicas, não o sendo, em elementos mais Folk, não o sendo igualmente. Acaba por ser um Black Metal mais rico em camadas e tonalidades. Bandas como Soricer de Glaces, Monarque ou Gris, todas com uma sonoridade riquíssima.

Este projecto (Maudiir) vive de um só músico, o multi-instrumentista V. Apresenta-nos o projecto como sendo Black Metal, e há, aqui, bases para tal afirmação. Mas, o Black Metal não é, de modo algum, o “core” do projecto. As guitarras são, claramente – e durante a maior parte do tempo – Thrash Metal, mas não um Thrash Metal reminiscente de Sodom, por exemplo. Ao invés, é um Thrash mais USA, mais limpo. Pessoalmente, achei fraco, bastante fraco. 5 músicas, num total pouco inferior a 30 minutos.

Acima de tudo é um som muito limpo. Certo, o Black Metal não obriga a que a produção seja “suja” e “crua”. Não, claro que não. Ainda assim, um pouco de “podridão” é… mandatório, certo?!

Em jeito de conclusão: mais que Black Metal, esta oferta é Thrash Metal. No máximo, um Black Thrash pouco dado às “artes do Euronymous”. Ainda mais se compararmos com outros trabalhos saídos do Quebec! É um mau trabalho?! De modo algum. Acredito que terá público, garantidamente! Provavelmente será pessoal com uma propensão para o Thrash, que goste de linhas de guitarra com alguma técnica e que goste de produção limpa, no Black Metal. Mas, como não podemos agradar a todos, aconselho-vos a darem uma oportunidade!

5/10
Fernando Ferreira

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